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Mostrando postagens com o rótulo Cuba

Migração Cuba e EUA: Uma breve resposta.

Não gosto de escrever para rebater o que outros escrevem, não sou ombudsman de ninguém e nem gosto da polêmica como mecanismo de aumento de audiência, mas vez ou outra lemos algo que não conseguimos não escrever sobre. E o que me motivou foi um texto do blog Outrofobia . O texto curtinho afirma em tom sério que a culpa pelos cubanos se lançarem ao mar é da política americana de garantir a permanência de quem conseguir chegar a sua costa. O autor chama essa política de asilo automático de política imigratória de “canalha & assassina” por que estimularia populações pobres a buscarem a vida nos Estados Unidos. Claro, como a nota é curta o autor fez um link para um texto de uma revista cubana que alonga a lógica que motivou a nota, que é um desdobramento dos velhos argumentos sobre a pobreza cubana ser fruto do embargo dos EUA e o estimulo a emigração dado pela lei seria uma ferramenta na guerra propagandista. Ninguém fala na vontade dos indivíduos de progredirem materialmente em

Venezuela e Ucrânia: Sim, há semelhanças ou uma curta provocação

Nós analistas, em vias gerais, temos gasto uma considerável parte de nossas falas e escritos para tentar evitar que se confundam as crises vividas pela Venezuela e pela Ucrânia que certamente possuem diferenças marcantes. Mas, há um elemento de semelhança no gérmen das duas crises, que é a insatisfação com a ingerência externa consentida pelo governo. No caso venezuelano é a interferência cubana, notadamente nos meios militares, nas decisões do governo. E no caso ucraniano foi a submissão do governo as estratégias de segurança russas que não aceitam laços institucionais mais profundos com organismos da Europa Ocidental. Nos dois casos a justificativa pra ingerir nos assuntos e destinos de outra nação soberana é o risco da ingerência por parte de outra potência. A Rússia anexou a Criméia por que acusa o novo regime ucraniano de ser títere de Washington e Bruxelas. E na Venezuela a ingerência cubana é articulada em termos de cooperação e anti-imperialismo. A deputada cassada pelo r

ZunZuneo e o gato e rato da inteligência versus contra-inteligência nas redes sociais

A Associated Press – AP publicou hoje uma reportagem ( versão publicada pelo Washington Post, em inglês e aqui na Exame, em português ) que, não tenham dúvidas, vai incendiar o debate político nas redes sociais e será o assunto da América Latina, talvez, apenas abaixo da repressão venezuelana. Trato da reportagem que revelou uma operação secreta de fomento da democracia levada a cabo pela USAID que em nada fica devendo as operações clandestinas da CIA. A operação ZunZuneo foi uma tentativa de insuflar e acelerar a difusão de informações de modo a enfraquecer a máquina de propaganda e repressão do governo totalitário, do Partido Comunista Cubano. A idéia central era burlar o bloqueio a internet pelos censores dos irmãos Castro se valendo de uma rede social móvel baseada em mensagens de texto. Para isso foi necessária a obtenção (ilegal, por sinal) de números de telefones móveis cubanos, que foram providenciados por um dissidente, que disse a AP, que não sabia que deu a pessoas qu

O problema de Cuba são os EUA? Não, são os ditadores de Cuba, por Mansueto Almeida

Mansueto é voz influente em temas econômicos, principalmente os ligados as contas nacionais e gastos do governo, aliás, não só voz influente no debate como grande professor em seu blog e textos na imprensa sempre corrigindo erros factuais e apontando caminhos certos seja pra quem quer defender o governo ou fazer oposição. Nesse texto que agora transcrevo o autor faz uma leitura muito consciente da situação cubana e desarma com veemência e elegância os lugares-comuns dos apologistas da ditadura dos irmãos Castro. Postagem original, aqui . O problema de Cuba são os EUA? Não, são os ditadores de Cuba por Mansueto Almeida O artigo do eminente físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite na Folha de São Paulo desta terça feira de carnaval ( clique aqui ) é para mim um tanto quanto esquisito. Em sua defesa do programa Mais Médicos e da questão dos médicos de Cuba, o professor da Unicamp faz, na minha opinião pessoal, três grandes erros. Primeiro , tentar culpar os EUA e as sanções econôm

Uma profecia fácil

Hoje a grande imprensa reverbera a primeira deserção do programa Mais Médicos, a Dra. Ramona Rodriguez. Era questão de tempo que houvesse uma deserção e um pedido de asilo, quase uma profecia auto-realizável, tanto é assim que os contratos dos médicos cubanos contêm clausulas que não permitem o pedido de asilo e nesses casos a deportação seria automática para a ilha prisão caribenha. Esse contrato empurrou Ramona a tomar a única atitude racional que ela poderia ter que é buscar apoio político – e, também segurança na repercussão midiática – na oposição ao governo petista. E nesse particular o DEM agiu como se espera de um opositor quando tem a chance de ter a superioridade moral. A médica cubana está asilada na sala da liderança do DEM, portanto, protegida da Polícia Federal que segundo consta quer apreendê-la o mais rápido possível, como no caso dos boxeadores durante os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro. Os motivos para o pedido de asilo são explicitados nessa reportagem d

Cuba: Sempre causando desproporção

Cuba: Uma pequena ilha do Caribe, uma das mais longevas ditaduras do planeta, um lugar que possui uma dimensão quase mítica no discurso político da América Latina. Ora como fonte de toda virtude, com invocações de guerrilheiros românticos e belos e sua ternura perpétua, ora como fonte de conspirações para a tomada de poder e centro de treinamento  para rebeldes que pretendem derrubar democracias. O mito cubano é enraizado em todo espectro político brasileiro de tal forma que é capaz de despertar reações viscerais e imbecis e, portanto, desprovidas de qualquer racionalidade. As imagens abaixo mostram muito bem o ponto que todo o discurso altamente sentimental sobre a ilha alcança. Dois atos que são a representação do extremismo. Em comum nas duas fotos os olhos atônitos de dois cidadãos cubanos que não têm nem o poder de opinar sobre os rumos de seu país, privatizado por uma elite do partido. Mas, sejamos honestos é de uma brutal obtusidade dizer que os médicos brasileiros envergonham

Ler, Refletir e Pensar: A blogueira e os mercenários, por Paulo Roberto de Almeida

O professor e diplomata Paulo Roberto de Almeida faz o que ele chama de reflexão de lateral, que é bem oportuna, afinal a loucura em torno da visita de Yoani Sánchez já passou do ponto. Sou leitor dela desde o começo de seu blog e gosto da janela que ela abre pro cotidiano cubano e nos mostra que não há na ilha nem o pensamento único do “homem novo”, nem a virulência do ‘ancien régime’. O que há é pensamento independente abrigado sobre o manto da oposição a Fidel e que saudavelmente se dividirá numa miríade de correntes numa eventual Cuba pós-comunista. A blogueira não se notabiliza como ideólogo anti-regime, seus textos não são profundamente políticos, mas o ódio que a ela se dirige – como escrevi inúmeras vezes – advém muito mais dela representar a falência da utopia que eles amam. Abaixo vai o texto do professor, o original pode ser lido aqui . A blogueira e os mercenários: pequena reflexão lateral A visita ao Brasil e os eventuais pronunciamentos públicos (quando pode) da blog

Yoani Sánchez no Brasil: Um relato sobre a baderna em Feira de Santana

Recepção à Yoani Sánchez, ou “Quatro pernas bom, duas pernas mau” Por Rafael Falcão*, enviado especial de Coisas Internacionais à Feira de Santana Foi com alguma surpresa que recebi, hoje mesmo pela manhã, a notícia de que a famosa blogueira e dissidente cubana Yoani Sánchez iria participar de uma exibição do documentário “Conexão Cuba-Honduras”, do cineasta baiano Dado Galvão, com a presença de autoridades locais e também do Senador Suplicy. Fiquei bastante feliz com fato de uma personalidade bem conhecida visitar essa terra tão fora do circuito principal que é Feira de Santana, portanto decidi conhecer de perto essa pessoa amada por uns e odiada por outros. Pessoalmente não conheço a obra da cubana, decidi ir ouvir o que ela iria falar e ficar a par das histórias e relatos dessa mulher que causa tanto alvoroço. Pois bem, estava marcado para as 19h, mas cheguei as 18h30, de modo a escolher lugar. Estava até vazio no início. Ao passar da hora mais gente ia chegando, então final

Yoani seja bem-vinda

Nos próximos dias deve haver um acirramento numa constante batalha ideológica, travada na Internet, entre os apoiadores e opositores do regime castrista. A tão esperada visita da blogueira cubana Yoani Sánchez é o catalisador desse acirramento. Yoani é tratada nos círculos esquerdistas como se fosse um verdugo a serviço do império, que vende sua consciência e, portanto, uma traidora da causa, que deve ser silenciada, humilhada e sempre repudiada. Tal qual Winston Smith, o entediado burocrata (que é personagem principal do romance 1984) que tem sua vida transformada quando descobre que pode anotar seus questionamentos e desejos em um caderno, longe do alcance do vigilante olhar do Grande Irmão, Yoani viu sua vida mudar ao repartir com o mundo suas observações da sua vida diária em Havana. Seus relatos pintam uma história de dificuldades e privações e de uma sociedade profundamente marcada pela política de demonização do dissenso e da eterna ameaça do inimigo externo, que justifica

Ler, Refletir e Pensar: La agenda de Dilma, por Yoani Sánchez

Costumo dizer que é muito fácil manter um blog quando se é protegido pelo Estado democrático de direito e que mérito é ousar se opor onde isso é passível de toda sorte de punições, humilhações e onde se chega a correr o risco de morrer, como é caso de quem blogar sob uma regime ditatorial. E nesse particular ninguém é mais celebre que a cubana Yoani Sánchez, execrada em meios castristas e pró castristas essa mulher – e seu marido – ousa divergir do regime de seu país, ousa pensar por conta própria onde o coletivismo e centralidade é a norma. E por isso ela é vitima de injurias, perseguições e é vigiada de perto por homens do temido Minint – Ministério do Interior de Cuba, homens da polícia política que já chegaram a cometer violência física contra ela. Diante dessa coragem não há como não se solidarizar. Só mesmo aqueles cujo arrebatamento utópico de velhas ideologias é irresistível podem cumprir papel tão reles. E, não tenham dúvida são muitos os que preferem ver cessar uma voz, sej

Cuba, liberdade, política externa: Algumas idéias

A famosa blogueira e dissidente cubana Yoani Sanchez escreveu hoje (20 de julho de 2011) uma série de textos em sua conta no Twiiter em que descrevia o impacto da paranóia provocada pela atuação das forças de segurança do regime cubano. Abaixo agrupo esses textos curtos. “La vieja discusion de la alineacion politica, yo que no me considero ni de derechas ni de izquierda sino transversal y postmoderna. Desconfiar del otro, adjudicarle aviesas intenciones o la pertenencia al G2 ha sido uno de los metodos efectivos para la desunion. Si un extremo te acusa que eres de la CIA y el otro extremo asegura que eres del G2, eso significa que vas bien... El G2 es para muchos sombra sin rostro, para mi es el acoso diario, la persecucion constante, la intimidacion perenne a mis amigos. No narrare lo que me hace cada dia, porque seria darle demasiada importancia al G2 que es solo 1 cuerpo represivo heredero de KGB. Me quedo mejor con la parte hermosa de la historia. Con fragmentico de mi vida

Ditadura Cubana: Um ano da morte de Orlando Zapata Tamayo: Nunca será esquecido!

O mundo assiste apreensivo a luta dos povos do chamado mundo árabe por liberdade e democracia (bom alguns devem lutar por outras formas de governo). Causa especial consternação às noticiais de repressão brutal e violenta por parte dos governos. Rumores dão conta de disparos indiscriminados contra manifestantes desarmados. Em meio a esse turbilhão político que sacode o mundo e afeta os sempre importantes preços do petróleo, uma data é esquecida pela imprensa e nesse caso o silêncio da chamada mídia alternativa (sempre tão hipocritamente crítica da grande imprensa corporativa) chama especial atenção. Falo da morte de um ativista pró-democracia, sobre um homem que como muitos se levantou para combater uma ditadura e ainda assim é relegado ao esquecimento e tem seu nome e memória achincalhados. O homem é o cubano Orlando Zapata Tamayo que morreu devido a uma greve de fome em uma suja prisão cubana. As esquerdas retrógradas (ainda que se arroguem o título de progressistas) da América La

Ler, Refletir e Pensar (especial) – Um ano de uma agressão covarde a blogueira Yoani Sánchez

Normalmente eu publico apenas um texto sob essa chancela de Ler, Refletir e Pensar por sábado, contudo hoje uma série de mensagens no Twiiter , postadas pela corajosa blogueira cubana Yoani Sánchez fizeram-me abandonar por hora essa política de publicação. As mensagens relembram as agressões que esta blogueira recebeu há um ano. Que transcreverei abaixo. Busquem pelo termo “agressão a Yoani Sánchez” e vocês terão uma amostra do tratamento que a ela é dispensado por aqueles que aqui se arrogam o monopólio da resistência da ditadura militar. A virulência dos ataques demonstra o tamanho que a mitologia da Revolução Cubana tem sobre certa parte de uma esquerda latina. Nunca haverá provas evidencias suficientes que demova a esses de suas ilusões irrealistas. A propósito das dificuldades da vida nesse regime totalitarista escrevi certa feita (em um texto chamado “Sobre a liberdade”): “Vocês já se imaginaram a viver em um mundo onde você é privado de expor suas opiniões, um mundo Orwellia

Um retrato anacrônico

Hoje em sua conta no Twiiter a famosa blogueira cubana (autora de um dos mais famosos e interessantes blogs do mundo – Genración Y ) Yoani Sánchez lamentou mais uma viagem negada, mais um evento em que não pode participar, pelas restrições anacrônicas e despóticas de Cuba. Essa não é a primeira vez que cito a filóloga e blogueira cubana, por vezes transcrevi trechos de suas crônicas que constroem um retrato distinto dissidente da realidade cubana, captando com raro talento literário (raríssimo na blogosfera) o espírito de sua amada ilha, seus textos demonstram claramente um clamor por liberdade, que quer queiram seus detratores quer não se mostra legitimo e pouco ideologizado. É um grito por liberdade simples, como viajar, navegar na internet, trabalhar, ser tratada como cidadã em seu próprio país, de ter seu filho educado sem ser transformado em “soldado” de uma revolução que há muito se consumiu. Cuba ocupa um lugar especial nos corações e mentes da esquerda latina, que raramente

Mun-rá o ser eterno. Ou sobre o líder cubano

No clássico da animação da década de 1980, um grupo de felinos bípedes, com traços humanos deixa seu planeta natal em meio a uma cataclísmica destruição dele, esse grupo de soldados de elite, membros de algo análogo a nobreza (nos períodos da idade média) devem proteger o maior bem cultural de seu povo e sua fonte de poder o “Olho de Thundera” jóia mística que está incrustada na “Espada Justiceira”. Em meio a fuga de seu planeta são atacados por uma espécie inimiga que destrói a naves em fugas menos a capitanea que carrega a Espada Justiceira e o herdeiro da liderança de Thundera a criança Lion-O. O ataque acaba por danificar a nave que precisa ser pilotada manualmente o mentor de Lion-O, Jaga assume o comando da nave enquanto o resto fica em animação suspensa já que mesmo com a tecnologia avançada dessa espécie a viagem duraria algumas décadas até que chegassem a um planeta habitável por eles o terceiro planeta de um sistema solar, com uma única estrela amarela de tamanho pequeno (u

Libertação de presos políticos em Cuba e a inação brasileira

Estamos em uma época complicada, período eleitoral no qual tudo é dragado para a polêmica partidária, fica tudo polarizado. E nesse ambiente as críticas ao atual governo são encaradas como o endosso dos candidatos oposicionistas, uma balela, esse blog expressa a visão apartidária de seu autor que se reserva o direito ao pensamento livre e autônomo. Agora parece ser preciso explicar que apartidário não significa apolítico e nesse sentido minhas visões de mundo estão transparentes em meus textos, não tendo esconder o que penso por trás de uma pretensa isenção cientifica, como infelizmente alguns colegas fazem. Em ultima instância cada um de nós acaba por responder a própria consciência e a minha não permite que eu seja torpe em minhas opiniões. O único patrimônio que possuo que é inalienável é minha consciência. Feita essa enorme digressão – parabenizo os que mantiveram a coragem de ler até aqui – sinto-me compelido a deixar claro (algo que já deveria dado a animação em flash ao lado di

Sobre a liberdade

Vocês já se imaginaram a viver em um mundo onde você é privado de expor suas opiniões, um mundo Orwelliano, em que seus vizinhos podem te delatar as autoridades pelo grave crime de pensar diferente do que o sistema prega. Esse sistema utópico se propõe a construir um novo homem, um experimento de engenharia social, que por definição é soturno e nefasto, por que pretende a bem de provar uma teoria que não encontra amparo na vida real, transformar a vida das pessoas para que caibam na teoria. Há um atrativo nessas utopias que atiçam o desejo de igualdade entre os homens, se alimentam na alma de justiça social, mas que justiça é essa onde a mais básica das liberdades que é pensar é algo perigoso, que pode lhe custar a vida. Uma distopia que precisa de extrema vigilância para se sustentar, que precisa de aparatos de vigilância e de um inimigo para culpar por tudo de errado. Um sistema onde a distensão é logo satanizada, tratada como vendida, como inimiga do povo, as vezes por cobrar algo

Lula e Cuba: Um bom debate

Parece estar a virar hábito, mas garanto que não é por preguiça ou por que estou a fazer clipping é sim por que entre os meus compromissos com vocês meus leitores está o de trazer elementos importantes para o debate e creio que esse programa (mais um vez o excelente Globo News Painel) aborda a questão das tão debatidas declarações do presidente sobre a morte Orlando Zapata.