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Ditadura Cubana: Um ano da morte de Orlando Zapata Tamayo: Nunca será esquecido!

zapatatamayo2 O mundo assiste apreensivo a luta dos povos do chamado mundo árabe por liberdade e democracia (bom alguns devem lutar por outras formas de governo). Causa especial consternação às noticiais de repressão brutal e violenta por parte dos governos. Rumores dão conta de disparos indiscriminados contra manifestantes desarmados.

Em meio a esse turbilhão político que sacode o mundo e afeta os sempre importantes preços do petróleo, uma data é esquecida pela imprensa e nesse caso o silêncio da chamada mídia alternativa (sempre tão hipocritamente crítica da grande imprensa corporativa) chama especial atenção. Falo da morte de um ativista pró-democracia, sobre um homem que como muitos se levantou para combater uma ditadura e ainda assim é relegado ao esquecimento e tem seu nome e memória achincalhados.

O homem é o cubano Orlando Zapata Tamayo que morreu devido a uma greve de fome em uma suja prisão cubana. As esquerdas retrógradas (ainda que se arroguem o título de progressistas) da América Latina chamam Zapata de criminoso comum e agente do império (bem como o Kadahfi faz na Líbia) repetindo a versão oficial da ditadura cubana.

Zapata era considerado prisioneiro de consciência (ou seja, prisioneiro político) pela ONG Anistia Internacional, aparentemente quando a anistia fala contra a situação dos prisioneiros em Guantánamo é uma ONG séria, quando fala de cuba são agentes do império.

Um ano atrás quando Zapata morreu o assunto foi muito comentado por que coincidiu com uma visita do então presidente Lula a Cuba. Visita que foi recheada de declarações desastradas como: “Lamento profundamente que uma pessoa tenha morrido por greve de fome”. E as comparações com prisioneiros comuns. Fica claro passado esse período que Lula tinha duas opções mais interessantes: não comentar ou fala em prol da democracia. E dias depois ele conseguiu piorar a situação declarando (como registra a Folha de São Paulo, aqui): “Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos. A greve de fome não pode ser um pretexto de direitos humanos para liberar as pessoas. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.

Mesmo depois da morte de Orlando Zapata são constantes os relatos de assédio aos seus familiares, em especial sua viúva, por parte dos agentes da temida Seguridad Cubana. Abaixo transcrevo uma bela homenagem publicada no blog Orlando Zapata Tamoyo (original aqui).

En tu aniversario

B- ZAPATA TAMAYO 1er Aniversario La Nueva Plaza Cívica. Autor: Rolando Pulido

Por: Julio César Gálvez

Hoy es 23 de febrero. Es un día cualquiera. Para muchos la fecha no dice nada en lo absoluto. Lo contrario ocurre con otros. Para mí es un día de honda recordación, al igual que para muchos cubanos y luchadores por la democracia y la libertad en este planeta azul.

Hoy se cumple el primer aniversario de la desaparición física de Orlando Zapata Tamayo. Dicho así, tan fríamente, solo es un anuncio de alguien que ya no se encuentra entre nosotros. Nada más lejos de la verdad.

Cuando llegaste al Combinado del Este de la Habana --la mayor prisión de Cuba y toda América Latina--, de inmediato los presos comunes que trabajan en el Hospital Nacional de Reclusos llegaron hasta mi celda para comentar, siempre en voz baja, tu estado crítico de salud. Uno --no menciono su nombre pues desconozco si aún está preso y quizá eso podría perjudicarlo--, enfermero de profesión, me comentó: “¡Está muy mal, no creo que sobreviva! Apenas puede hablar. Está lleno de morados por todas partes. A las claras se ve que lo han golpeado salvajemente”.

La información corrió como reguero de pólvora entre toda la prisión, pero todos estaban conscientes de tu comportamiento, de tu digna postura. Comentarios sobraban sobre ti. Los hechos lo confirmaron. Eras un tipo de pelo en pecho y cojones bien plantados. De arrojo y valentía. Así, sin más.

Tu sacrificio estremeció el cubil de los chacales que desgobiernan a Cuba desde hace más de 50 años. Los cimientos se resquebrajaron y el edificio se tambalea en estos momentos. Los Castros están conscientes de ello. Nada es igual y todo ha cambiado en el panorama político cubano desde que te fuiste de este mundo.

Durante los pocos momentos que te tuvieron en el Hospital del Combinado del Este, la prisión estuvo al tanto de cuanto te ocurría, a pesar del hermetismo en que la Seguridad del Estado te envolvió. No querían que supieran de ti, del crimen atroz que estaban cometiendo sobre tu persona, de los métodos fascistas --a pesar de estar en el siglo XXI-- utilizados contra un defensor pacífico de los derechos humanos.

Ningún médico quería responsabilizarse con tu atención sanitaria. Te llevaron al matadero, como a las reses. Se ensañaron contigo por humilde, por sencillo, por ser obrero, defensor de tu pueblo y por negro. Eso no te lo perdonaron.

Extremas medidas de seguridad, guardias dobles en todos los pasillos y toda la población penal encerrada con candados en sus celdas, fueron el anuncio de que te sacaban moribundo del hospital. Pero siempre hay un ojo que te ve. Nada ni nadie pudo impedir que nos enteraramos.

Hoy, gracias a tu arrojo escribo estas líneas desde un destierro forzado, impuesto. Después de ti, el “Coco” Fariñas estuvo dispuesto a seguir tu camino y Las Damas de Blanco, esas mujeres todo amor y corazón, con su fe inquebrantable e indoblegable, han labrado el camino --que de seguro más temprano o más tarde-- llegará para todo el pueblo cubano.

Por eso hoy y todos los días que me queden sobre este planeta te recordaré como el hermano de luchas, el hombre aguerrido y dispuesto, el amigo de la mano callosa de rudo obrero de la construcción, pero sobre todo de quien supo ver con diáfana claridad el final de la más feroz de todas las dictaduras que haya padecido el pueblo de Cuba.

Firma por la libertad de los presos políticos cubanos

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