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Mostrando postagens de janeiro, 2015

A punição a Raif Badawi

Ontem escrevi en passant sobre os conflitos internos sobre os rumos das civilizações e sobre as forças de manutenção cultural tendem a se valer de leis draconianas para artificialmente coibir a força natural pela mudança que existe em qualquer agrupamento humano e como a comparação (facilitada pela migração e tecnologia) entre civilizações pode ser uma força importante. Um exemplo, extremo desse fenômeno é a punição administrada ao blogueiro saudita Raif Badawi, 1.000 chibatadas. Acredito que nem a mais relativista das almas consegue não se escandalizar diante das 1.000 chibatadas. O The Guardian fez uma boa seleção de citações do blog (hoje encerrado, obviamente) de Badawi destaco algumas, que são analises sobre a realidade de seu país e de sua ‘civilização’. Sobre liberdade de expressão e inovação: As soon as a thinker starts to reveal his ideas, you will find hundreds of fatwas that accused him of being an infidel just because he had the courage to discuss some sacred

A luta interna e os deixados pra trás

Uma das primeiras lições que eu tive sobre ciência falava da motivação pra pesquisar, que deveria advir de uma inquietação diante da lacuna da bibliografia sobre certo assunto, ou sobre a insuficiência das explicações encontradas afinal, ninguém faz ciência pra redescobrir a gravidade. Há muito que uma explicação comum para os conflitos atuais me gera um elevado desconforto, que é a idéia que os grandes problemas de segurança atuais (terrorismo e etc.) são originados pelo Choque de Civilizações. Não é que eu minimize os aspectos culturais e civilizacionais, mas é por que essa explicação não absorve tão bem as lutas intra-civilizacionais (com perdão do neologismo). Por um bom tempo fui adepto das análises em rede, por isso, por saber que idéias, causas e conceitos viajam entre civilizações e mais criam grupos de opinião transnacionais. Isso quer dizer que há mais no terrorismo que a dicotomia ocidente e oriente, entre cristandade e islã. Há forças internas nessas civilizações disputan

Oportunidade: Curso de extensão em gestão de cooperação internacional, PUC-GO

Uma excelente oportunidade para os interessados em saber mais sobre a gestão da cooperação internacional que é o curso de extensão: “Fundamentos da Cooperação Internacional Descentralizada”. O curso é capitaneado e idealizado pelo meu amigo e companheiro de vários empreendimentos profissionais, Rafael Duarte. Que é além de professor generoso, uma pessoa com bastante experiência prática nesse assunto. Abaixo transcrevo as informações disponíveis no site da PUC-GO . FUNDAMENTOS DE GESTÃO DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DESCENTRALIZADA Professor: Rafael Pinto Duarte Graduação: Bacharel em Relações Internacionais Pós- Graduação:  Mestre em Desenvolvimento Sustentável Objetivos Geral: Proporcionar aos estudantes e egressos de Relações Internacionais da PUC-GO o aperfeiçoamento profissional na área de cooperação internacional. Objetivos específicos: - Analisar as oportunidades da cooperação internacional como atividade profissional das Relações Internaciona

Stratfor: Red Alert: Rocket Fire Could Signal New Offensive on Mariupol

Analysis Reports of heavy rocket artillery firing on the eastern parts of the city of Mariupol, Ukraine, as well as a statement made by a separatist leader, indicate the potential preparation of an offensive on the city. While this would be a significant escalation and an indicator of Russian intent to push further into Ukraine, potentially forming a much-rumored land connection to the northern border of Crimea, there are also several indicators required for such an offensive that are currently still missing. Reports of heavy rocket artillery firing on the eastern parts of the city of Mariupol have been widely reported, with the death toll rising to 27 people. Mariupol has been shelled in the past, notably in early September, but as the cease-fire took affect separatist forces generally conducted attacks only outside of the city. It is not clear whether this is simply an intensification of relatively static fighting along the front between Russian and pro-Russian forces on the one

Migração Cuba e EUA: Uma breve resposta.

Não gosto de escrever para rebater o que outros escrevem, não sou ombudsman de ninguém e nem gosto da polêmica como mecanismo de aumento de audiência, mas vez ou outra lemos algo que não conseguimos não escrever sobre. E o que me motivou foi um texto do blog Outrofobia . O texto curtinho afirma em tom sério que a culpa pelos cubanos se lançarem ao mar é da política americana de garantir a permanência de quem conseguir chegar a sua costa. O autor chama essa política de asilo automático de política imigratória de “canalha & assassina” por que estimularia populações pobres a buscarem a vida nos Estados Unidos. Claro, como a nota é curta o autor fez um link para um texto de uma revista cubana que alonga a lógica que motivou a nota, que é um desdobramento dos velhos argumentos sobre a pobreza cubana ser fruto do embargo dos EUA e o estimulo a emigração dado pela lei seria uma ferramenta na guerra propagandista. Ninguém fala na vontade dos indivíduos de progredirem materialmente em

Charlie Hebdo: Algumas impressões sobre o cenário político e os desafios do combate ao terror

O ataque ao Charlie Hebdo, no coração de uma grande capital europeia e um dos maiores destinos turísticos do mundo teve grande repercussão, como era previsível. A ampla cobertura dos meios de comunicação acabou por ensejar um acalorado debate sobre a natureza desse tipo de ataque terrorista, suas causas e o que falhou na tentativa de impedir a radicalização desses jovens. Uma boa parte do debate se deu em torno de ser ou não ser Charlie, ou seja, sobre os limites (se existirem) da liberdade de expressão, esse debate é sedutor, mas também um tanto fora do ponto. Meu bom amigo e tremendo analista Márcio Coimbra encontrou um ângulo bem interessante pra analisar os caminhos da Europa diante de reiterados ataques terroristas, do qual reproduzo alguns trechos abaixo: “Os desdobramentos dos atentados em Paris ocorrerão em breve em meio a movimentos políticos. A Europa já fala em endurecer leis antiterror, controle de viajantes e de imigrantes. Se tudo correr neste sentido, veremos um

Notas parisienses por Francisco Seixas da Costa

Francisco Seixas da Costa nos brinda com uma análise sóbria sobre o ataque terrorista, de ontem, em Paris. Vários elementos que ele aborda estão presentes em minhas próprias análises aqui publicadas. Abaixo o texto, copiado com autorização do autor, cujo original pode ser lido aqui . Notas parisienses Por Francisco Seixas da Costa 1. Nunca fui um leitor regular do "Charlie Hebdo", mas reconheço a genialidade do seu traço e, embora nem sempre concordando com a crueldade crítica que utilizava, quero afirmar que felizes são os países onde pode publicar-se um jornal deste tipo. Em Portugal, um "Charlie Hebdo" não seria aniquilado pelas balas do terrorismo, mas por uma imensidão de processos judiciais e perseguições de outra ordem. Ter um "Charlie Hebdo", como ter um "Canard Enchainé" ou um "Private Eye" no Reino Unido, glorifica um país em matéria de liberdade de imprensa. Ver desaparecer Wolinski (cuja "especialidade" nem

Charlie Hebdo: Mais um ataque terrorista numa grande cidade ocidental

Hoje, em Paris, um grupo, presumidamente, de três terroristas invadiu a sede da revista francesa Charlie Hebdo, conhecida pelo tom ácido de suas reportagens satíricas e assassinou (até agora) 12 pessoas. Após, esse ato de carnificina os terroristas conseguiram fugir do local. O combate ao extremismo é complexo do ponto de vista legal e operacional, nem sempre a inteligência consegue coadunar as informações para prevenir esses atentados, além disso as grandes cidades com suas dificuldades de mobilidade dificultam muito o emprego de forças policiais de resposta rápida com treinamento e equipamentos suficientes para deter rapidamente terroristas. O ataque de hoje foi cruel e voltado para cercear a liberdade de expressão e de imprensa que sempre ojerizam os candidatos a autocratas e totalitários. Não há muita informação ainda sobre o ataque além da conduta militarizada dos terroristas o que denotaria algum treinamento prévio e a escolha do dia e horário do ataque durante uma reunião