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Mostrando postagens com o rótulo Tunísia

Ler, Refletir e Pensar: O ocidente e a “rua árabe”, por Francisco Seixas da Costa

Aos sábados costumo textos que não são de minha lavra, mas que julgo relevantes seja por seu valor analítico, seja por valor cultural. Essa semana novamente trago um texto escrito pelo embaixador português em França, Francisco Seixas da Costa , que além de inúmeros livros sobre assuntos correlatos as relações internacionais, mantém um interessante blog – Duas ou três coisas . O texto é uma breve reflexão sobre os acontecimentos que sacodem o mundo islâmico. A postagem é transcrita tal qual o original, incluso a imagem. Original aqui . O ocidente e a “rua árabe” É difícil e arriscado procurar reduzir a modelos simplificados de explicação realidades que são muito complexas. O vento de instabilidade que afeta vários Estados árabes, para além das sementes de mútuo contágio, traduz realidades e relações de força muito diferentes. Mas não deixa de ter pontos comuns. Com graduações e formatos institucionais diversos, todos esses regimes em crise são marcados por fortes sistemas de autori

Dia da Ira no Egito: ainda no calor dos eventos

Os ativistas on-line que desencadearam o processo de protestos no Egito convocaram os cidadãos a participar dos eventos dessa sexta-feira (que é o dia reservado as orações no Islã, resumidamente o domingo dos mulçumanos) que por eles foi batizada de “Dia da Ira”. E foi o que se viu nas ruas do Egito, Ira. Na ação dos manifestantes, na repressão e no fogo que queimou a sede do partido do ditador Mubarak. É fato que o calor dos acontecimentos não é o momento em que as melhores análises são tecidas, isto por que falta distanciamento para entender as correlações que causam a crise e a conformação posterior dessas forças e por que não estão disponíveis as melhores informações sobre o evento. Contudo, a gravidade dos eventos nos obriga a tentar delinear cenários plausíveis. Há alguns dias assistimos a escalada dos protestos e da repressão e os motivos a essa altura já ficaram claros, como escrevi anteriormente é uma junção de desconforto econômico, ódio a repressão, aspirações de mudan

Ler, Refletir e Pensar: Francisco Seixa da Costa – Tunísia

O primeiro texto da seção “Ler, Refletir e Pensar” é de autoria do diplomata português e blogueiro particularmente ativo Francisco Seixas da Costa (que gentilmente já comentou nessa página), que atualmente é embaixador de sua pátria em França. O embaixador Seixas da Costa já ocupou a embaixada portuguesa em Brasília (prédio lindíssimo com pátios e jardins que são a meu ver presentes portugueses para a capital federal). O texto é uma análise pertinente sobre o papel da prudência na manifestação pública acerca das relações internacionais e na prática diplomática. O texto ilustra algo que comentei an passant em meu texto “ Mudança de poder na Tunísia ” sobre as relações do regime de Ben Ali com o ocidente. O original da postagem pode ser encontrado no excelente ‘ Duas ou três coisas’ blog do embaixador. O texto é transcrito na íntegra e fiel ao original. Tunísia As reações, geralmente cautelosas, da comunidade internacional, em especial ocidental, face às mudanças em curso na Tunísi

Mudança de poder na Tunísia

As agências de noticias e canais internacionais confirmam que Zine El Abidine Ben Ali não é mais o presidente (eufemismo para um ditador) da Tunísia, país do norte da África. O governo enfrenta fortes protestos de rua e violenta repressão não foi capaz de manter a estabilidade do regime. Relatos dão conta que o ex-presidente que tentou salvar seu regime dissolvendo o governo e anunciando eleições para 2014 fugiu encerrando assim uma ditadura de 23 anos . Ben Ali como é mais conhecido o agora ex-ditador ascendeu ao poder por meio de um golpe de estado em novembro de 1987. As ondas de protesto tiveram inicio em novembro guando Mohamed Bouazizi se incendiou em protesto ao tratamento que lhe foi dado pelas forças de segurança de seu país. Bouazizi era graduado universitário atuando fora de sua área de formação, algo que não é incomum na Tunísia que sofre com altas taxas de desemprego, talvez isso tenha gerado identificação, a comoção e a adesão crescente aos protestos, que parecem ter a