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Mostrando postagens com o rótulo economia internacional

Dilma em Davos: preocupante

A presidente Dilma, finalmente, estreou no palco de Davos e participou do famoso (ou infame, a depender do jeito que você vê o mundo) Fórum Econômico Mundial, que anualmente invade a pacata cidade suíça e a transforma no centro do mundo. A ida de Dilma a essa edição do Fórum Econômico Mundial foi motivada por duas necessidades urgentes da administração petista. Acalmar os investidores estrangeiros e tentar se distanciar da inconsistência regulatória (e das políticas erráticas de câmbio) de parceiros de MERCOSUL. A desconfiança do mercado é alimentada pelas pressões inflacionárias e cambiais sobre o Real, como nos mostra reportagem do El País : “[..]Nesta quinta-feira, o jornal Financial Times destacou que ativos de estrangeiros no Brasil (capital direto e de curto prazo) perderam valor equivalente a 285 bilhões de dólares nos últimos três anos em função da variação cambial, principalmente. Fatores como esse vêm aumentando o time de investidores internacionais céticos.” P

Um Banco Central do governo ou do Brasil? Por Fernanda Maia

Nesse texto a autora convidada Fernanda Maia analisa a questão da independência do Banco Central. Fernanda Maia é bacharel em Relações Internacionais, pela Universidade Católica de Brasília. Um Banco Central do governo ou do Brasil? Por Fernanda Maia O início dos anos 2000 foi tomado de discussões acerca da possibilidade de tornar o Banco Central independente. Naquela época, a autoridade financeira começou a trabalhar sob o tripé câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário. Eram atuações que se espelhavam no Banco Central Inglês, que é independente. Recentemente, o ex-presidente do Banco Central do Brasil Henrique Meirelles defendeu a autonomia da autoridade monetária em lei. Seus argumentos são de que o Banco Central se beneficiaria duplamente. Ele ganharia credibilidade frente ao mercado e que a taxa de juros no Brasil diminuiria. É importante destacar que o Banco Central hoje atua com múltiplas metas - de juros, câmbio, mercado. Com relação às metas de inflação, est

Ler, Refletir e Pensar: Sobre a irracionalidade das políticas governamentais, por Paulo Roberto de Almeida

Uma boa reflexão sobre políticas governamentais e economia internacional de autoria de Paulo Roberto de Almeida está disponível abaixo e creio ser uma ótima leitura. No atual ambiente político brasileiro qualquer crítica que se faça ao governo sofre logo uma acusação tosca de que a crítica é fruto de ser partidário dos partidos de oposição PSDB e DEM. É um alento saber que isso parece não esmorecer os críticos independentes do governo. O objetivo não é irritar os que piamente acreditam no mantra do “nunca antes na história desse país” e sim oferecer insumos para uma reflexão. Domingo, eu sei, combina com preguiça, mas também combina com uma leitura de maior fôlego. Portanto, coragem e divirtam-se. O texto abaixo é transcrito na íntegra e com autorização do autor, original pode ser lido aqui . Sobre a irracionalidade das políticas governamentais Paulo Roberto de Almeida Quem se expõe muito tecendo comentários sobre nossa irrealidade cotidiana – aproveitando o título de um livro do

E finalmente a S&P rebaixou a nota de crédito soberano do EUA

Os agentes do mercado financeiro mostraram “nervosismo” toda a semana diante do quadro político americano, a amarga batalha pela aprovação da elevação do teto da dívida pública daquele país já havia feito a Standard & Poor’s ameaçar esse rebaixamento. Ameaça que se concretizou rebaixando a nota americana do mais alto posto AAA para o ainda muito seguro AA+, contudo é a primeira vez na história daquele país que sua dívida não tem classificação máxima de segurança. Três grandes agências dominam o mercado de avaliação de risco soberano a S&P, a Moody’s e a Fitch. Diferentemente da S&P as outras agências não anunciaram planos para revisarem a nota da dívida americana nos próximos dias. A nota AA+ ainda não provocará grandes alterações nos juros pagos pelos EUA, já que as outras agências mantiveram a nota máxima, mas sem dúvida é uma sinalização que o endividamento pode vir a ser um problema no futuro. Justamente por que há muita incerteza política. Os mercados de certo modo

Nova Diretora-Gerente do FMI: Os emergentes perderam uma chance

A ministra das finanças da França Christine Lagarde se tornou hoje a nova diretora-gerente do FMI. Lagarde é uma figura interessantíssima, de fala agradável e a altura da exigência de conhecimento e experiência que o comando do Fundo Monetário Internacional. Isso sem contar sua aparência elegante com um ar exótico advindo de seus cabelos brancos curtos e impecáveis (sim a mulher tem o famoso sex appeal das francesas). Com a escolha de Lagarde o comando do FMI se mantém entre os europeus. Ela assume no lugar de Dominique Strauss-Kahn acusado de tentativa de estupro a uma camareira de um hotel de Nova Iorque. Muitos analistas, inclusive eu, davam como certa a eleição de Lagarde aproveito agora para recuperar um texto que escrevi dia 3 de junho aqui . A prisão de Dominique Strauss-Kahn por uma suposta tentativa de estupro de uma camareira em um hotel em Nova Iorque provocou um corrida política pela sua sucessão a frente do Fundo Monetário Internacional – FMI. Isso para não fal

Eleições no FMI

A prisão de Dominique Strauss-Kahn por uma suposta tentativa de estupro de uma camareira em um hotel em Nova Iorque provocou um corrida política pela sua sucessão a frente do Fundo Monetário Internacional – FMI. Isso para não falar do maremoto político que sua prisão significou na França onde ele liderava as pesquisas de intenção de voto para presidente. Tradicionalmente e por questões de fungibilidade de poder o cargo de diretor-gerente do FMI é reservado a um nacional de algum país europeu (em tempos de guerra fria da Europa ocidental) enquanto o Banco Mundial fica com um nacional americano. E assim acontece por que esses são dois pólos importantes de poder real nas relações internacionais, ainda mais quando falamos de sistema financeiros, além desses pólos possuírem cotas importantes no capital da organização. Nos últimos anos, notadamente desde a crise econômica de 2008, cujo efeitos ainda se fazem sentir até hoje, os países chamados de emergentes, isto é, aqueles em desenvolvi

Reunião Ministerial do G – 20: Declaração final, França 2011

Havia tratado do assunto na sexta-feira ( aqui ), mas como coloquei naquela ocasião o importante era observar o comunicado final para entender o grau de consenso possível dentre desse grupo e a Reunião Ministerial oferece uma chance de analisar um documento com uma retórica mais sóbria e abrangente do que documentos de chefes de estado, mas mais política do que de documentos técnicos de grupos de trabalho. Essa análise é feita levando em conta o conteúdo da declaração, ou seja, as medidas e cronogramas adotados. Leva-se em conta a linguagem adotada, em linhas gerais o tom da declaração, ou seja, quanto mais geral e abrangente mais difícil é o consenso. E por ultimo se analisa os penduricalhos colocados. O comunicado (íntegra abaixo link para o original ) é relativamente curto e possui 4 páginas e 10 parágrafos escrito no mais corrente “diplomatiquês”, afinal há uma fórmula padrão para esse tipo de documento. O tom geral do documento é de um leve otimismo sóbrio que fica claro no parág

Reunião Ministerial do G-20

Hoje teve inicio mais uma reunião dos ministros da fazenda (ou economia) e presidentes de bancos centrais do G-20 financeiro em Paris, França. É preciso frisar que se trata do G-20 financeiro, ou seja, G7 mais economias emergentes principais. Isso por que pode haver alguma confusão com outro G-20 que existe no âmbito da OMC que reúne membros em comum – não todos – e tem objetivos completamente distintos. O real escopo dessa reunião deve transparecer em comunicado final e mostrará o grau de consenso que pode ser alcançado dentro desse heterogêneo grupo de Estados. A agenda do encontro é ambiciosa e talvez a mais ambiciosa meta seja criar indicadores que sirvam de alerta para novas crises. Os indicadores propostos para formarem o tal índice de desequilíbrio incluem saldo da conta corrente, taxas de câmbio reais, reservas internacionais, dívida pública e poupança privada. Há ainda a questão da inflação global que é mais sentida no delicado mercado de produtos alimentares. Forças poderosa

A crise grega. Ou “me dê sua força Pégaso!”

Ok, o assunto é sério, aliás, é muito grave, mas não resisti a colocar no título a famosa frase de Seiya, cavaleiro de pégaso (da série de animes e mangás Cavaleiros do Zodíaco ), na trama da animação os cavaleiros usavam suas armaduras e poderes sobrenaturais para proteger e servir a deusa Atena, ou melhor, sua re-encarnação a jovem Saori . Portanto, pareceu-me pertinente evocar a imagem desses cavaleiros multiétnicos que se juntavam para salvar e proteger a Atena, uma metáfora perfeita para esse momento em que a UE e o FMI se juntam para salvar a Grécia. Não sou especialista em finanças internacionais, embora conheça algo sobre o assunto, tampouco a União Européia e os meandros de sua política são minhas áreas de expertise e como ainda opero no plano B , não tenho conseguido baixar papers e artigos que me ajudem a criar uma análise consistente da situação grega, indo além do noticiário. Até agora sei sobre essa crise o básico, ou seja, que o governo grego expandiu sobremaneira s