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Mostrando postagens de agosto, 2014

Teatralidade (e sofisticação) do terrorismo por Robert Kaplan

O renomado “falcão” Robert Kaplan faz uma análise (no texto transcrito abaixo) da teatralidade da execução de James Foley e seus simbolismos, alguns óbvios como a roupa laranja igual a dos detentos em prisões americanas e outra de uma deturpação sinistra de usar as redes sociais do Vale do Silício contra tudo que seus criadores valorizam. Terça-feira eu escrevi que a maldade do Estado Islâmico serve a objetivos racionais, aliás, é bom que se perceba que ser capaz de observar que certos grupos têm objetivos racionais não significa defender, concordar ou achar que essa racionalidade tem sanidade. E Kaplan captura isso com uma acachapante argumentação que completa minha análise já citada além de objetivos racionais a maldade também é sofisticada. Leiam abaixo o texto, em seu original na língua inglesa. Terrorism as Theater By Robert D. Kaplan The beheading of American journalist James Foley by the Islamic State in Syria and Iraq was much more than an altogether gruesome and tragi

Contas Públicas e Relações Internacionais

As manobras contábeis usadas pelo governo para melhorar os números das contas públicas – que podem até mesmo serem ilegais – são um assunto bem técnico e de difícil compreensão para a maior parte dos eleitores. Por isso mesmo não aparece como deveria nas campanhas eleitorais, mas as reiteradas manobras contábeis do governo e um crescente e altivo desafio ideológico ao “mercado” que enche os olhos e ouvidos dos militantes de emoção, prejudicam o bom andamento das contas públicas, que é Interesse Nacional. Nesse sentido transcrevo o que publicou Mansueto Almeida ( aqui ), volto logo em seguida: O governo deveria estar MUITO preocupado em mandar sinais positivos para o mercado. Ao invés disso, o que se vê todos os santos dias é muita gente declarando em off, na Caixa Econômica Federal (CEF) e no Ministério da Fazenda, o absurdo dos atrasos sucessivos dos repasses do Tesouro Nacional para a CEF pagar benefícios sociais. Essa confusão já foi esclarecida e vai diminuir? Não. O Te

Maldade com objetivos racionais

O surgimento do Estado Islâmico (EI) e seu ambicioso plano de recriar o Califado como forma de governo pan-islâmico e seu contigente considerável de soldados nascidos em países ocidentais ilustram a dificuldade do combate ao extremismo. O extremismo é difícil de lidar, é difícil de punir, principalmente pelas sociedades mais democráticas e abertas que tendem a favorecer a pluralidade de ideais e o livro exercício das diversas consciências religiosas. Numa comparação com redes de informática às sociedades abertas e democráticas possuem falhas exploráveis em sua arquitetura de segurança e arquivos maliciosos (discursos de ódio e extremistas) conseguem explorar essas falhas. A imigração é fenômeno natural da espécie humana, que sempre busca por melhores condições para sua vida e para o sucesso de sua decendência, mas o ser humano também forma laços culturais fortes que de certa maneira são cerne de sua própria identidade e por vezes a relocação em novos países é acompanhada por um de

E quando a ignorância é divertida? Uma historieta de Francisco Seixas da Costa

Estava a escrever uma “relfexão” (se me permitirem tão horrendo neologismo) sobre a Ucrânia e Rússia, mas me deparei com essa pérola do humor e talento literário do diplomata português Francisco Seixas da Costa e não resisti a transcrevê-lo aqui. Comecem bem a semana! "So sorry!" Ao final desta noite chuvosa na Holanda, depois de um jantar de trabalho, não resisto a reproduzir um episódio que um amigo britânico, chegado diretamente do "Fringe" festival das artes de Edimburgo, nos contou ao café. Foi ontem, durante uma atuação de "stand-up comedy". O ator, de nacionalidade alemã, relatou ao público que uma jovem americana que tinha conhecido (ele disse que era loira, mas eu evito referir isso aqui) lhe havia comentado que gostava muito da Europa, mas que achava triste que por aqui se falassem tantas línguas. O alemão, irónico, deixou cair: "Sabe por que é que não se fala uma só língua em toda a Europa: porque nós perdemos a guerra...". A jo

STRATFOR: Europe's Malaise: The New Normal?

  Russia and Ukraine continue to confront each other along their border. Iraq has splintered, leading to unabated internal warfare. And the situation in Gaza remains dire . These events should be enough to constitute the sum total of our global crises, but they're not. On top of everything, the German economy contracted by 0.2 percent last quarter. Though many will dismiss this contraction outright, the fact that the world's fourth-largest economy (and Europe's largest) has shrunk, even by this small amount, is a matter of global significance. Europe has been mired in an economic crisis for half a decade now. Germany is the economic engine of Europe, and it is expected that it will at some point pull Europe out of its crisis. There have been constant predictions that Europe may finally be turning an economic corner, but if Germany's economy is contracting (Berlin claims it will rebound this year), it is difficult to believe that any corner is being turned. It is be

Revista Política Externa entrevista Aécio e Campos

Não gosto muito da temática eleição, já expliquei por alto em outros textos, o que me exaspera é constante disputa por emplacar narrativas a despeito dos fatos. É o ato consciente ou inconsciente dos militantes de transformar opinião em conspiração e por fim a legislação eleitoral que parece mais voltada a proteger as verdades oficiais das campanhas do que o direito dos eleitores de se informarem. Contudo, não se pode brigar com a realidade e a temática eleitoral vai se imiscuir em tudo. Como nossa seara é a das cousas internacionais (ainda que vez ou outra nos embrenhemos pela temática econômica) transcreverei abaixo (sei, sei, ta faltando texto “autoral” também sinto falta) entrevista feita pela Revista Política Externa (vol. 23, n. 1, 2014) com os candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos. ENTREVISTA As perguntas foram feitas a partir de sugestões colhidas junto ao Conselho Editorial. Não foi dado aos candidatos nenhum limite de espaço para as suas respostas, e elas estão repro