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Mostrando postagens de julho, 2010

Ler, Refletir e Pensar

Como é comum aos sábados seleciono um texto que pode contribuir para o leitor desse blog. Nessa semana o texto é um trecho de poesia, talvez em homenagem a minha amiga Milena grande incentivadora da leitura. Chego a dizer brincando (e com um enorme fundo de verdade) que eu sigo o Milena’s Book Club (em comparação direta com o famoso Oprah’s Book Club ). O trecho é de uma poesia de William Wordsworth que gosto muito e esse pedaço já publiquei em meu outro blog. "[...]What though the radiance which was once so bright Be now for ever taken from my sight, Though nothing can bring back the hour Of splendor in the grass, of glory in the flower; We will grieve not, rather find Strength in what remains behind; In the primal sympathy Which having been must ever be; In the soothing thoughts that spring Out of human suffering; In the faith that looks through death, In years that bring the philosophic mind. [...]" _____________________ WORDSWORTH, William. Ode: Intimations of Immorta

Especialização em Cooperação Internacional

Meu colega de turma o professor Rafael Duarte é coordenador de um curso de especialização de Gestão de Projetos de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, oferecido pelo UDF. Antes que alguém me acuse não estou a fazer propaganda paga, achei a oportunidade válida para dividir. E não faço parte do corpo docente, se fizesse diria com muito orgulho . Segue abaixo algumas informações sobre o curso. Apresentação do curso Há, no Distrito Federal, uma carência de profissionais com especialização em elaboração, gestão e avaliação de projetos de caráter internacional, que poderiam contribuir para o desempenho de atividades e captação de recursos junto a Governos, Organizações Internacionais e Organizações Não governamentais. O curso de Pós-Graduação em Gestão de Projetos em Cooperação Internacional para o Desenvolvimento Sustentável oferece uma interessante opção de aprimoramento acadêmico e profissional. Promove estudos e práticas em: elaboração, acompanhamento e avalia

Brasil do futuro?

Há um crescente otimismo no Brasil que deriva em parte da estabilidade econômica e política recentemente adquirida e rara na nossa história que é capitalizado pelo discurso triunfalista da atual administração federal (mormente os discursos de Lula, seus aliados e seus ministros). Isso se reflete na propaganda oficial (um absurdo alias não só o que se gasta com publicidade na administração pública brasileira, mas fato de se gastar com publicidade governamental, isso sem entrar no mérito dos que recebem os contratos, os anúncios, enfim não são poucos os escândalos nesse tema) que apresenta o Brasil como uma nação a beira de se tornar grande. Mas, estamos mesmo nesse patamar? Eu sou declaradamente crítico das abordagens patrióticas e triunfalistas na análise política e de relações internacionais. Essa linha acaba por tornar o analista complacente com versões oficiais e governista, por excelência, não obstante quem esteja no governo.  No plano internacional, mesmo com o crescente reconhe

Evento: “CEBRI 12 anos: A Inserção Internacional do Brasil”

Em 2010, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais - CEBRI comemora 12 Anos de sua fundação. No escopo das atividades comemorativas será realizada a Mesa-redonda: A Inserção Internacional do Brasil, além da entrega do Prêmio Personalidade CEBRI 2010. Entre os premiados estão Luciano Coutinho, Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como Personalidade Pública; Maurício Botelho, Presidente do Conselho de Administração da EMBRAER como Personalidade Empresarial e, por fim, o prêmio especial Personalidade Acadêmica in memoriam para Gilberto Dupas, Ex-Presidente do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais – IEEI. Na ocasião, serão lançados a edição especial do CEBRI-Dossiê: Prioridades da Política Externa Brasileira à Luz do Interesse Nacional e também o Relatório de Atividades CEBRI 2008-2009. DATA: 05 de agosto, quinta-feira. LOCAL: Auditório da Confederação Nacional do Comércio – CNC, Av. General Justo, 307 - Centro, Rio de Janeiro. HORÁR

Coisas Internacionais de cara nova

Depois de muito trabalho coloco no ar hoje a nova versão desse blog. A versão está em teste e espero que tudo ocorra de acordo. A mudança exigiu um pouco, pra não dizer muito de minha parca habilidade com pequenos scripts de programação. Isso por que a template veio com quase tudo de acordo. Bom espero que gostem dessa nova aparência e se encontrarem qualquer coisa funcionando amarradamente (como o slider da home) reportem por favor.

Ainda sobre Julho de 2005: O mês que a insanidade venceu

Detesto postar conteúdos que não são de minha autoria me sinto preguiçoso e em falta com meus leitores, mas nesse particular acho pertinente ilustra o ponto que fiz na postagem “ Julho de 2005: O mês que a insanidade venceu ” e para esse fim creio que o programa Sem Fronteiras da Globo News, ando a colocar muitos programas desse canal pago, mas sempre o faço no espírito de enriquecer o debate, sem contar que sou fã confesso do programa de William Waack, Globo News Painel. Claro que ser fã não significa endossar tudo que é aventado lá. Bom, sem me alongar mais deixo o vídeo que trata da morte de Jean Charles. 

Colômbia – Venezuela: O timing de Uribe

Dando prosseguimento a série de postagens (que têm o prefixo “Colômbia – Venezuela) sobre a atual escaramuça diplomática entre Colômbia e Venezuela. É óbvio que para construir uma análise completa e complexa do atual estado de coisas seria preciso antes de tudo revisar o histórico de relações entre os dois países e caberia também revisar o padrão de relacionamento externo de cada um e assim levantar as tendências perenes e as variações impostas pelos regimes que estão no poder nos dois países. Feito isso seria preciso levantar o mapa dos grupos de opinião pública mais ativos e influentes, identificar se formam correntes transnacionais a partir daí construir um retrato dos interesses outros que influem, como o posicionamento de Organizações Internacionais e demais países da região. Fica claro que tecer uma análise com esse grau de detalhamento necessitaria de um trabalho de pesquisa intenso que envolveria levantar e revisar a bibliografia, checar fontes documentais, garimpar entrevista

Colômbia – Venezuela: Subsídios para o debate

O assunto é o assunto quente do momento entre os observadores da política internacional em âmbito sul-americano [ já quem em nível global temos uma cúpula nuclear entre Brasil, Turquia e Irã e na Ásia temos a “eterna” tensão na península coreana em um novo momento agudo por conta dos exercícios militares entre EUA e Coréia do Sul no mar do Japão ] e vários pontos das estratégias em voga ainda estão nebulosos, portanto nos cabe ainda colher algumas informações. Confesso que uma pergunta ainda se repete na minha mente que o porquê da iniciativa da Colômbia ter sido tomada no ocaso do mandato de Uribe. É fato que eu não gosto de fazer clipping de notícias por vários motivos que já apresentei antes. Mas, farei um levantamento aqui das reportagens sobre o tema nos principais jornais até a hora que escrevo esse texto, contudo apenas linkarei essas reportagens sem transcrevê-las, colocarei também o vídeo do excelente debate no Globo News Painel desse sábado, que apresentou aspectos interessa

Relações Internacionais como profissão. Ofício e arte severa

Não é raro que interessados em cursar relações internacionais ou mesmo aqueles já estudantes entrem em contato comigo em busca de informações sobre o curso , sobre o mercado de trabalho e vez ou outra até a indiscreta pergunta sobre salários aparece. Além disso, há uma inquietante dúvida acerca do que faz um profissional de relações internacionais, me entendam é um pergunta válida, por isso mesmo a respondo, já chequei até mesmo a escrever o porquê em minha visão alguém deve contratar um bacharel em relações internacionais . Eu compreendo que há da parte de quem ainda não cursou e nem conhece alguma empresa que tenha um bacharel em seus quadros queira saber como é a rotina diária e para esses minha resposta é por vezes insatisfatória (assim eu presumo já que muito poucos dão feedback para as minhas respostas, embora eu gaste meu tempo e de bom grado os responda, mas não posso controlar isso) já que não apresento um esquema, um layout de produção do que seria o dia-a-dia de um bacharel

Ler, Refletir e Pensar

Como de hábito aos sábados seleciono um trecho de algum texto que considero enriquecedor, pode ser um trecho de algum livro científico, alguma poesia ou trecho de livro, em geral são trechos curtos. Contudo, desta feita o trecho é um pouco longo ontem a noite depois de escrever sobre as novas escaramuças sul-americanas decidi relaxar relendo um bom livro, um erro que repito sempre. Erro na medida em que acabo por devorar o livro e durmo tarde. O livro que busquei em minha modesta, mas querida biblioteca foi o clássico do realismo fantástico (acho que por que me lembrei do gênero na postagem abaixo) Cem anos de solidão de Gabriel García Márquez, um autor que adoro ao mesmo tempo em que detesto suas atitudes políticas. O trecho que transcrevo vai fiel a tradução que li (cujos dados bibliográficos estão ao fim do texto) e é a meu ver “the best book end ever” (o melhor final de livro, de todos), a frase é uma paráfrase do bordão comum da personagem Comic Book Guy , o famoso Cara dos Quadr

Colômbia – Venezuela: Uma crise previsível

A mais nova crise política da América do Sul está em curso Hugo Chávez o presidente da República Bolivariana da Venezuela determinou o rompimento das relações diplomáticas entre sua nação e a vizinha Colômbia. O fez em discurso transmitido ao vivo pela rede Tele Sur. Ao lado do treinador e ex-jogador argentino Diego Maradona, que ficou ali parado servindo de decoração enquanto Chávez dava a grave noticia uma cena com toques de realismo fantástico, sem dúvidas. Essa decisão estar a ser ensaiada há tempos, por sinal em maio de 2008 seguindo o ataque colombiano ao acampamento das FARC no Equador. Por sinal a atual crise está intimamente ligada aquela uma vez que é um desdobramento natural das acusações de ligação entre a Venezuela e os narco-gueriilheiros das FARC. Nessa quarta-feira o presidente da Colômbia (e de certa maneira o arquiinimigo do chavismo na América do Sul) Álvaro Uribe, por meio de seus representantes na reunião da OEA afirmou que as guerrilhas FARC e ELN estão ativas

Julho de 2005: O mês que insanidade venceu

O século XXI nasceu sob o signo do fogo, sob o impacto dos ataques terrorista aos símbolos do poderio norte-americano. Ataques terroristas são o que os especialistas chamam de guerra assimétrica, que numa definição simples consiste no uso das assimetrias para obtenção de vantagens em combate. Terrorismo, por sua vez, pode ser compreendido como o uso sistemático de violência (primordialmente aleatoriamente e visando a população civil) com vistas a infligir medo em uma população-alvo e assim induzir a adoção de políticas desejadas pelos responsáveis pelo ato terrorista. Naquele mês de julho terroristas atingiram Londres em seu sistema de transporte público nos dias 7 e novamente no dia 21, a escolha do sistema de transporte público parece obvia uma vez que o confinamento dos ônibus e metrôs aumenta a capacidade letal de seus atos e o pânico causado na população paralisaria a cidade que como toda grande cidade do mundo depende da mobilidade para funcionar. Locais dos atentados de 7

Um retrato anacrônico

Hoje em sua conta no Twiiter a famosa blogueira cubana (autora de um dos mais famosos e interessantes blogs do mundo – Genración Y ) Yoani Sánchez lamentou mais uma viagem negada, mais um evento em que não pode participar, pelas restrições anacrônicas e despóticas de Cuba. Essa não é a primeira vez que cito a filóloga e blogueira cubana, por vezes transcrevi trechos de suas crônicas que constroem um retrato distinto dissidente da realidade cubana, captando com raro talento literário (raríssimo na blogosfera) o espírito de sua amada ilha, seus textos demonstram claramente um clamor por liberdade, que quer queiram seus detratores quer não se mostra legitimo e pouco ideologizado. É um grito por liberdade simples, como viajar, navegar na internet, trabalhar, ser tratada como cidadã em seu próprio país, de ter seu filho educado sem ser transformado em “soldado” de uma revolução que há muito se consumiu. Cuba ocupa um lugar especial nos corações e mentes da esquerda latina, que raramente

Coisas Internacionais no TOPBLOG

Nesta tarde inscrevi esse blog para concorrer ao prêmio TOPBLOG. Essa é uma decisão que tomei tardiamente, ou seja, me inscrevi com o concurso já andando e, portanto em prejuízo comparado aos demais concorrentes, o que me deixa em condições complicadas para conseguir a vitória. O prêmio oferecido ao primeiro colocado não é o que me motivou (não nego, contudo que ficarei muito feliz se conseguir ficar no top 100 e se ganhar receberei o prêmio com entusiasmo) entrei na competição em busca de uma maior exposição desse blog e um aumento no número de leitores. Já deveria ter buscado um aumento na divulgação do blog, afinal uma maior divulgação poder significar um aumento nas receitas com anúncios e assim um incremento na qualidade da página, inclusive com a possibilidade de criar promoções entre os leitores. Essa estratégia só é possível se existir retorno financeiro que ao menos equalize os custos. Alguns acharão isso uma mercantilização excessiva, mas eu encaro esse blog como um projeto

Ajuda Internacional e Cooperação Internacional

O blog do Dr. Mauricio Santoro – Todos os Fogos o Fogo – apresentou um texto nessa segunda-feira analisando uma matéria da prestigiosa revista inglesa “ The Economist” intitulada: “ Brazil's foreign-aid programme: Speak softly and carry a blank cheque ”. Estimulado por esses dois textos decidi escrever também sobre essas duas facetas de atuação internacional. Embora as duas possam ser classificadas forma abrangente como ajuda externa, os propósitos e meios das duas ações são distintos, mesmo por que nessa determinação podem-se incluir os empréstimos para importadores. Assim cabe fazer uma distinção quanto a natureza os projetos de cooperação internacional, envolvem projetos comuns, estruturados, com contrapartidas dos recipientes, um bom exemplo são os programas de formação de professores e os programas de assistência técnica. A ajuda internacional, por sua vez, é a transferência unilateral de recursos financeiros, materiais ou humanos (nesse caso o serviço desempenhado por pr

Relações internacionais como auto-ajuda? Uma reflexão ranzinza

Em meu outro blog – Fantástico Cotidiano – uso como epigrafe um trecho de um poema de Manuel Bandeira que gosto muito no qual se lê, em uma das estrofes: “Não quero saber de lirismo que não é libertação” . Essa frase retirada do poema “poética” me diz muito no sentido que sou uma pessoa afeita a beleza do mundo, gosto das letras, mas tenho uma irritação profunda com o lirismo sem lugar, com o drama, com a hipérbole afetiva e essa particularidade devo confessar se espalha por meu pensamento, inclusive meu modo de pensar relações internacionais. Isso implica em uma visão de mundo muito pouco afeita aos arrebatamentos que levam muitos a conclamar outros para juntos mudarem o mundo. Não me levem a mal não sou um egoísta extremado, acredito em voluntarismo, acredito em doar meu tempo, conhecimento em prol do próximo. Mas o faço sem pieguismos de querer me arrogar uma grande causa. Desse modo não tenho paciência para aqueles que fazem das relações internacionais uma variante da auto-ajuda.

Happy Nelson Mandela Day

Independente de direita e esquerda e desses enfoques sempre presentes quando se análise uma figura política que beira o status mitológico como é o caso de Mandela. É preciso reconhecer e admirar a força, a resistência e a fortaleza de caráter de um homem que não escolhe o caminho fácil que se mantém fiel as suas posições mesmo em face de riscos físicos. Por isto ele já seria notável, mas é admirável pela justeza de suas posições, pela coragem de escolher a reconciliação como via política tangível. Sinceramente, a meu ver se o seu governo foi ou não um bom governo não importa, seu impacto se deve ao simbolismo que encarna, o simbolismo do triunfo da liberdade, como Gandhi fora em outra geração. Portanto, se há alguém que por seus feitos e pela maneira como atingiu seus objetivos merece ser lembrado como um exemplo é Nelson Mandela. Sua imagem frágil no encerramento da Copa do Mundo FIFA África do Sul 2010, nos lembrou o óbvio não se trata Mandela de um mito e sim de um homem de carne

Domingo é dia de atender aos leitores

A vaidade me impulsiona a começar esse texto constatando que esse é o meu texto de número 502, uma boa marca se considerarmos que por vários períodos estive sem acesso competente a internet. É um bom número, também, por que desde textos são de minha própria lavra no mínimo 400 deles. Deixando a vaidade e os números de lado. Essa semana recebi alguns e-mails e selecionei três que se coadunam com as regras que coloquei para responder aos e-mail, aproveito para relembrar que essas regras não são fruto de algum surto autoritário, mas visam apenas maximizar o tempo que dedico a esse oficio de responder a questionamentos que recebo. Nem sempre a resposta que eu ofereço é a que o leitor quer e sim a que julgo necessária e feita de boa-fé, com base nas minhas experiências. O primeiro dos três e-mails é o mais difícil de responder, por que se o responder como tenho vontade acabarei por fazer todo o trabalho que cabe ao leitor e lhe robarei a oportunidade de aprender, alias ele como será visto