Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Paraguai

A Guerra do Paraguai e a historiografia. Uma entrevista de Francisco Doratioto

Franscisco Doratioto é um dos mais renomados acadêmicos brasileiros, homem sério e afável, tive a sorte de conviver com ele nos tempos em que ele era professor na Universidade Católica de Brasília, mas tive o azar de não ter sido seu aluno (quando ele foi contratado já havia feito as disciplinas que ele lecionaria). A dedicação de Doratioto ao estudo da Guerra do Paraguai é sua preciosa colaboração ao pensamento brasileiro. A Guerra do Paraguai precisa ser mais conhecida e os enormes volumes de informação já coletados pela historiografia mais difundidos, ainda há muitos que por ideologia e desconhecimento atribuem a guerra ao imperialismo inglês. É um desses casos que contra opiniões não existem fatos. A história da Guerra do Paraguai é um desses momentos em que uma série de políticas e alianças colocam dois inimigos em conjunção contra um aliado natural, afinal é fácil perceber que tanto Brasil quanto a Argentina teriam muito a ganhar mantendo um Paraguai independente e servindo d

O Paraguai quer mais ações e menos conversa

Poder-se-ia argumentar que a tensão entre Brasil e Paraguai, ou melhor, entre o Paraguai e o Brasil (como é nesse caso) teve origem na Maldita Guerra (sim em alusão a meu antigo professor Francisco Doratioto), mas esse tipo de análise mais extensa exigiria um estudo tão aprofundado quanto o referido livro. Nos últimos anos a maior parte da tensão emana da construção de Itaipu e a compra de sua energia, do contrabando nas fronteiras, pela receptação de veículos roubados e pela instalação de fazendeiros brasileiros em território paraguaio (fazendeiros que por sinal elevaram os níveis de produtividade do país guarani). Todas essas rusgas são devidamente usadas pelas forças políticas desse país que usam do discurso nacionalista e transformam a negociação em torno de Itaipu como questão de honra nacional. É ponto pacífico que quando assuntos diplomáticos são convertidos em questão de honra nacional, seus resultados se tornam importantes do ponto de vista eleitoral, dessa maneira qualquer

Paraguai e a energia. Ou a hora e a vez dos contribuintes

Não é novo o imbróglio entre Brasil e Paraguai sobre o preço da energia não usada pelo Paraguai e comprada pelo Brasil, por conta do tratado que possibilitou a construção da Usina Bi-nacional de Itaipu, uma passada d’olhos em jornais paraguaios nos dão noção de quanto a Bi-nacional é importante para o país Guarani, que dá ampla cobertura as ações da diretoria, por sinal o nome do diretor da empresa é sempre alvo de debates e conhecido, mais até que o nome do presidente da Petrobras aqui no Brasil. Politicamente Itaipu se mostra muito importante para o debate público e porquanto para a opinião pública do país guarani. E isto, como já escrevi aqui em outras ocasiões, complica muito a negociação, pois diminui consideravelmente a margem de manobra dos paraguaios além de que seus líderes se vêem obrigados por suas próprias plataformas eleitorais a demandarem revisões difíceis de se concretizar ante o Brasil, que pretende sempre que possível honrar os termos do Tratado de Itaipu, sendo bast

Itaipu, siempre Itaipu o La garantia soy yo

É amplamente divulgado na mídia que o governo Brasileiro no esteio da reunião de Cúpula do MERCOSUL, concluiu uma segunda rodada de negociação com o Paraguai, sendo que o “jogo de ida” foi em Brasília. O Brasil decidiu aquiescer com as demandas paraguaias de revisão em valores de ajuste os mecanismos claros ainda não foram esclarecidos, mas como depende da aprovação do Congresso devem em breve vir à tona, e tem potencial, inclusive de ter papel relevante no discurso do período eleitoral, que começa agora em 2010. Muitos irão lamentar que mais uma vez o Brasil cedeu a demandas de parceiros menores, outros irão comemorar que essa manobra pode dar sobrevida a difícil presidência do trânsfuga Lugo, já que pode dizer que cumpriu o que havia prometido. Creio que o Itamaraty, perdeu até onde tenho informações, uma chance ótima de exercer seu tão propalado pragmatismo. Explico, temos vários interesses no Paraguai, interesses que vão da estabilidade política de um vizinho próximo (afinal não qu

Agora outra sinuca de bico: Presidente Lugo. Quem tiver o telefone do Rui Chapéu, dê ao Itamaraty

Essa é uma análise inicial e breve (pretendo entrevistar ou conseguir um artigo mais completo para postar aqui de uma paraguaianista amiga minha) sobre uma questão aparentemente menor no jogo político brasileiro, mas que mostra como a tal liderança regional, não é uma liderança efetiva, questões menores como essa podem explicar por que os países latino-americanos raramente votam a favor das posições brasileiras. Dias animados no Itamaraty, mal tiveram tempo de se recuperar da controvérsia cercando a vinda e principalmente a da não vinda do Presidente Mahmoud Ahmadinejad já que a diplomacia brasileira parecia disposta a enfrentar a repercussão de frente, contudo o tema aqui não é Irã, nem Oriente - Médio, mas não deixa de ser um vespeiro. O Presidente do Paraguai tem como principal pilar da sua política externa, desde a sua campanha, a questão de Itaipu, tratada como de honra nacional (procurem ler os jornais paraguaios), tratada como luta contra o imperialismo e outros epítetos que red