Essa é uma análise inicial e breve (pretendo entrevistar ou conseguir um artigo mais completo para postar aqui de uma paraguaianista amiga minha) sobre uma questão aparentemente menor no jogo político brasileiro, mas que mostra como a tal liderança regional, não é uma liderança efetiva, questões menores como essa podem explicar por que os países latino-americanos raramente votam a favor das posições brasileiras.
Dias animados no Itamaraty, mal tiveram tempo de se recuperar da controvérsia cercando a vinda e principalmente a da não vinda do Presidente Mahmoud Ahmadinejad já que a diplomacia brasileira parecia disposta a enfrentar a repercussão de frente, contudo o tema aqui não é Irã, nem Oriente - Médio, mas não deixa de ser um vespeiro.
O Presidente do Paraguai tem como principal pilar da sua política externa, desde a sua campanha, a questão de Itaipu, tratada como de honra nacional (procurem ler os jornais paraguaios), tratada como luta contra o imperialismo e outros epítetos que reduzem a margem de manobra nas negociações, uma vez que qualquer resultado menos que o ideal, será visto como derrota, como subserviência aos interesses brasileiros.
A isso se soma os recentes escândalos de paternidade do ex-bispo Lugo, que de certa maneira terminaram com a “lua de mel” do presidente recém empossado com sua opinião pública interna.
Pelo lado brasileiro a opinião pública é muito menos interessada e informada sobre a Itaipu Bi-Nacional, aqui só lembrada por ser a maior hidroelétrica do mundo, todavia, desde a nacionalização das refinarias da Petrobras no Equador a opinião pública brasileira anda meio indócil a ceder a pressões dos países vizinhos.
Bom até agora só falei o óbvio há uma disputa diplomática entre Brasil e Paraguai sobre Itaipu, principalmente em dois pontos: 1) A exclusividade de venda ao Brasil e o preço pago pelo excedente não utilizado pelo Paraguai. 2) O montante e a fórmula de pagamento do empréstimo que o Brasil concedeu ao Paraguai para que a empresa fosse igualitária em capital entre os dois sócios.
Mas, onde está a tal sinuca de bico que meu título (um tanto exótico pra variar) insinua?
Está na dicotomia entre o discurso e prática e como lidar com isso. Explico. O Presidente Lula, em n ocasiões falou muito bonito e com todo a sua particularidade de comunicação como seu governo é diferente de tudo antes na história do Brasil, e fala sempre que pode em integração solidária e coisas assim, pois bem, chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor, e ai que a coisa aperta, por que quando chega à hora de cumprir o discursado o Brasil se torna pragmático. E isso afeta a imagem internacional do país e a pessoal do Lula, normalmente, num caso desses se faria uma concessão menor e se postergaria “ad perpetuam” a negociação do tema principal, e o Brasil propôs isso ao falar investir em infra-estrutura no Paraguai (à custa do contribuinte brasileiro).
E foi ai que a sinuca embicou, por que como o assunto é visto como de honra no Paraguai, medidas paliativas são vistas não como compromissos em rumo de um acordo, mas como intransigência brasileira.
O Brasil está a meu ver preso entre o discurso e a prática é certo que esse hiato existe em todas as políticas externas, mas quando se fala tanto em justiça social, integração solidária e outras coisas como faz o governo Lula, a coisa aperta mais. As expectativas não concretizadas viram desilusão e isso aumenta a pressão da opinião pública interna dos nossos parceiros, mais próximos, principalmente.
Pode-se dizer que o resumo da ópera é o seguinte: Lugo pressionado e enfraquecido por escândalos pretende se recuperar politicamente a partir da política externa (quantos líderes mundiais fazem isso?) e precisa de um sucesso no tema Itaipu. O governo Lula, pretende tirar o caráter político do assunto, conduzindo a negociação de forma “técnica”, mas pretende não conceder muito, contudo acabou por aceitar revisar o tal preço justo. Resta saber se isso vai ser suficiente, os acordos que seriam ser assinados aqui não foram, ficaram para a partida, digo negociação por ocasião da visita de Lula ao País Vizinho.
Há outros assuntos na mesa, não podemos nos esquecer da situação dos agricultores brasileiros que profissionalizaram o agronegócio paraguaio e há uma tensão enorme por força dessa situação e da concentração de terras por parte dos brasiguaios, como são conhecidos.
Há a questão das fronteiras permeáveis que criam problemas com o crime organizado nos dois Estados tanto com o tráfico quanto o contrabando, roubos de carro e cargas, e segundo alguns até financiamento ao terrorismo internacional, que exigem concertação entre os dois países. Portanto é de interesse brasileiro uma boa relação com o Paraguai, então é hora do Itamaraty e do Planalto pesarem bem os custos políticos de cada ação, os custos práticos e claro monetários. Como vemos uma legitima sinuca de bico.
[Quem não conhecer o rui chapéu, pesquise]
[Voltaremos em breve a publicar aqui estudos mais aprofundados e constantes que marcam esse blog estou resolvendo as questões de tempo pra poder pesquisar aprofundadamente como vocês, leitores merecem]
Dias animados no Itamaraty, mal tiveram tempo de se recuperar da controvérsia cercando a vinda e principalmente a da não vinda do Presidente Mahmoud Ahmadinejad já que a diplomacia brasileira parecia disposta a enfrentar a repercussão de frente, contudo o tema aqui não é Irã, nem Oriente - Médio, mas não deixa de ser um vespeiro.
O Presidente do Paraguai tem como principal pilar da sua política externa, desde a sua campanha, a questão de Itaipu, tratada como de honra nacional (procurem ler os jornais paraguaios), tratada como luta contra o imperialismo e outros epítetos que reduzem a margem de manobra nas negociações, uma vez que qualquer resultado menos que o ideal, será visto como derrota, como subserviência aos interesses brasileiros.
A isso se soma os recentes escândalos de paternidade do ex-bispo Lugo, que de certa maneira terminaram com a “lua de mel” do presidente recém empossado com sua opinião pública interna.
Pelo lado brasileiro a opinião pública é muito menos interessada e informada sobre a Itaipu Bi-Nacional, aqui só lembrada por ser a maior hidroelétrica do mundo, todavia, desde a nacionalização das refinarias da Petrobras no Equador a opinião pública brasileira anda meio indócil a ceder a pressões dos países vizinhos.
Bom até agora só falei o óbvio há uma disputa diplomática entre Brasil e Paraguai sobre Itaipu, principalmente em dois pontos: 1) A exclusividade de venda ao Brasil e o preço pago pelo excedente não utilizado pelo Paraguai. 2) O montante e a fórmula de pagamento do empréstimo que o Brasil concedeu ao Paraguai para que a empresa fosse igualitária em capital entre os dois sócios.
Mas, onde está a tal sinuca de bico que meu título (um tanto exótico pra variar) insinua?
Está na dicotomia entre o discurso e prática e como lidar com isso. Explico. O Presidente Lula, em n ocasiões falou muito bonito e com todo a sua particularidade de comunicação como seu governo é diferente de tudo antes na história do Brasil, e fala sempre que pode em integração solidária e coisas assim, pois bem, chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor, e ai que a coisa aperta, por que quando chega à hora de cumprir o discursado o Brasil se torna pragmático. E isso afeta a imagem internacional do país e a pessoal do Lula, normalmente, num caso desses se faria uma concessão menor e se postergaria “ad perpetuam” a negociação do tema principal, e o Brasil propôs isso ao falar investir em infra-estrutura no Paraguai (à custa do contribuinte brasileiro).
E foi ai que a sinuca embicou, por que como o assunto é visto como de honra no Paraguai, medidas paliativas são vistas não como compromissos em rumo de um acordo, mas como intransigência brasileira.
O Brasil está a meu ver preso entre o discurso e a prática é certo que esse hiato existe em todas as políticas externas, mas quando se fala tanto em justiça social, integração solidária e outras coisas como faz o governo Lula, a coisa aperta mais. As expectativas não concretizadas viram desilusão e isso aumenta a pressão da opinião pública interna dos nossos parceiros, mais próximos, principalmente.
Pode-se dizer que o resumo da ópera é o seguinte: Lugo pressionado e enfraquecido por escândalos pretende se recuperar politicamente a partir da política externa (quantos líderes mundiais fazem isso?) e precisa de um sucesso no tema Itaipu. O governo Lula, pretende tirar o caráter político do assunto, conduzindo a negociação de forma “técnica”, mas pretende não conceder muito, contudo acabou por aceitar revisar o tal preço justo. Resta saber se isso vai ser suficiente, os acordos que seriam ser assinados aqui não foram, ficaram para a partida, digo negociação por ocasião da visita de Lula ao País Vizinho.
Há outros assuntos na mesa, não podemos nos esquecer da situação dos agricultores brasileiros que profissionalizaram o agronegócio paraguaio e há uma tensão enorme por força dessa situação e da concentração de terras por parte dos brasiguaios, como são conhecidos.
Há a questão das fronteiras permeáveis que criam problemas com o crime organizado nos dois Estados tanto com o tráfico quanto o contrabando, roubos de carro e cargas, e segundo alguns até financiamento ao terrorismo internacional, que exigem concertação entre os dois países. Portanto é de interesse brasileiro uma boa relação com o Paraguai, então é hora do Itamaraty e do Planalto pesarem bem os custos políticos de cada ação, os custos práticos e claro monetários. Como vemos uma legitima sinuca de bico.
[Quem não conhecer o rui chapéu, pesquise]
[Voltaremos em breve a publicar aqui estudos mais aprofundados e constantes que marcam esse blog estou resolvendo as questões de tempo pra poder pesquisar aprofundadamente como vocês, leitores merecem]
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