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Mostrando postagens com o rótulo Reino Unido

Bye, bye! O Brexit visto por Francisco Seixas da Costa

Francisco Seixas da Costa é diplomata português, de carreira, hoje aposentado ou reformado como dizem em Portugal, com grande experiência sobre os intricados meandros da diplomacia européia, seu estilo de escrita (e não me canso de escrever sobre isso aqui) torna suas análises ainda mais saborosas. Abaixo o autor tece algumas impressões sobre a saída do Reino Unido da União Européia. Concordo com as razões que o autor identifica como raiz da saída britânica longe de embarcar na leitura dominante sua serenidade é alentadora nesses dias de alarmismos e exagero. O original pode ser lido aqui , transcrito com autorização do autor tal qual o original. Bye, bye! Por Francisco Seixas da Costa O Brexit passou. Não vale a pena chorar sobre leite derramado, mas é importante perceber o que ocorreu, porque as razões que motivaram a escolha democrática britânica, sendo próprias e específicas, ligam-se a um "malaise" que se estende muito para além da ilha. E se esse mal-estar

Duas notícias, duas maneiras de lidar com o dinheiro público

Analisar Relações Internacionais começa por admitir o óbvio, embora a essência humana seja universal, bem como seu direitos básicos, as nações são diferentes, os povos se organizam e se governam de maneira distinta. Óbvio, né? Bom, abaixo duas noticias que mostram bem como são essas diferenças entre as nações, na prática.  Primeiro uma sobre a parada técnica do avião presidencial, em Portugal, depois outra sobre as Contas da Família Real Britânica. No Estadão lemos: “Tratada como segredo de Estado pelo Palácio do Planalto, a passagem da presidente Dilma Rousseff por Portugal já estava confirmada e foi comunicada ao governo local na quinta-feira, o que contradiz o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, segundo quem a decisão de parar em Lisboa só foi tomada "no dia da partida" da Suíça, no sábado passado”. E continua Nesta segunda, o ministro das Relações Exteriores foi destacado para falar à imprensa sobre o assunto. Primeiramente, repet

Skyfall ou sobre cinema e Relações Internacionais

“M: I fucked this up, didn't I? James Bond: No. You did your job.” 007 Skyfall é um filme arrebatador, possivelmente o melhor filme do agente secreto a serviço de sua majestade, bom pelo menos em minha opinião, que não é de cinéfilo, muito menos de crítico da sétima arte (aliás, ainda chamam o cinema de 7ª arte?). Mas, também é uma obra de arte que nos abre a chance de conversar e refletir um pouco sobre o mundo atual, sobre os conflitos de IV Geração, notadamente sobre o combate ao terrorismo. Os críticos abordam muito bem os aspectos edipianos evidentes da obra, afinal protagonista e antagonista duelam em torno da sua figura materna representada com maestria pela talentosa Judi Dench, no papel de M, a poderosa chefa do MI-6. Em 1995, no filme 007 contra GoldenEye, M se referia a James Bond como “relíquia da guerra fria” e o tom era de busca por relevância do próprio serviço secreto que não possuia mais o império soviético para combater. Não é o caso de Skyfall, afinal, o mu

Anarchy in the UK

“I'm antichrist, I'm anarchist, don't know what I want But I know how to get it I wanna destroy the passerby” Sex Pistols. Nesse aniversário de 6 meses da chamada “Primavera Árabe” outro grupo de jovens enfrenta a polícia nas ruas de uma cidade densamente povoada, mas dessa vez não foi numa milenar capital do Oriente Médio e sim na igualmente milenar cidade de Londres, que uma vez não há muito tempo foi a capital de um Império sobre o qual o sol nunca se punha. Essa revolta não possui o caráter libertário e esperançoso das revoltas árabes em que homens e mulheres, jovens e velhos se juntam para tomar em suas mãos a rédeas de sua sociedade e nesse contexto é natural que todo tipo de opinião lute pela supremacia até mesmo as estapafúrdias posições extremistas. Em Londres a revolta juvenil se alastra não pela luta pela liberdade, mas como a expressão de uma raiva, de um ressentimento. Não vou fazer sociologia barata e dizer que é a expressão do rancor dos que sofrem com ra