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Mostrando postagens com o rótulo Equador

Crise no Equador – IV (Da bravata a violência)

O momento mais agudo da crise foi superado e o presidente do Equador Rafael Correa foi resgatado por policiais não amotinados e por homens do exército. Esse resgate foi o ápice de uma cadeia de eventos perigosos e atos políticos desastrosos. A tensão exacerbada cobrou seu preço em sangue e expôs a fragilidade institucional desse belo país andino. Desde o inicio da greve dos policiais ontem por conta da “Ley de Servicio Civil y Carrera Administrativa” que muitos veicularam que se trataria de uma tentativa de golpe. O que provocou uma precipitada corrente de manifestações dos organismos regionais, com reuniões de emergência e notas de apoio com efetividade controversa para se dizer o mínimo. Não nego que há algo de verossímil na tese de golpe já que a história recente do Equador tem exemplos de movimentos grevistas que acabaram por derrubar governos, por sinal o Dr. Maurício Santoro fez em seu excelente blog um levantamento histórico muito bem executado, que deve ser lido. Contudo, m

Crise no Equador – III (golpe?)

A gravíssima crise equatoriana desencadeada pela reação da polícia de alguns militares a “Ley de Servicio Civil y Carrera Administrativa” continua a assolar a população desse país. Aumentam os relatos sobre a violência e a desordem por parte daqueles que deveriam ser os guardiões da sociedade. A situação é de fato grave, mas ainda não há indícios de que se trate de um golpe. De acordo com entrevista do presidente da Associação Equatoriana de Rádio não se trata de um golpe como ele explícita em entrevista ao portal UOL em que diz : “A declaração do presidente afirmando que a oposição quer dar um golpe de Estado não é correta. Na minha visão isso não é um golpe de Estado, pelo menos, não articulado pela oposição política. É uma reclamação da polícia, que pela importância de sua função, colocou todo o país em perigo”. O governo parece apostar que classificar o incidente como tentativa de golpe pode galvanizar apoios internos e externos que pressionem os grupos em greve para que recuem d

Crise no Equador – II (Estado de Emergência)

O governo do país andino decreta estado de emergência por conta da crise desencadeada pela “Ley de Servicio Civil y Carrera Administrativa” repercute no cenário internacional e nos meios de comunicação, como não poderia deixar de ser. Governos enviam suas manifestações de solidariedade e apoio ao governo Correa, que segundo seus ministros estaria sofrendo de uma campanha de “desestabilização”. O governo brasileiro se junta a OEA e UNASUL na condenação aos protestos. Devo admitir que eu estranhava a ausência de declarações conspiratórias amplas como as que começam a chegar de que tudo seria uma operação de setores da “direita”, esse tipo de frase se coaduna com a advertência que fiz no post anterior sobre esse assunto. E fica uma nova advertência de que se avalie com muito cuidado as comparações que surgirão com a situação de Honduras.   O que se pode dizer com segurança é que a crise tomou vulto tal que foi declarado “ Estado de Emergência ” o que implica na transferência de todo o a

Crise no Equador

Sob forte protesto das forças policiais e parte dos militares, que impedem o funcionamento do aeroporto internacional de Quito. Presidente Correa cogita usar dispositivo constitucional que prevê dissolução do Congresso e eleições gerais. Mais uma grave crise política na América do Sul. Numa dessas coincidências típicas de se analisar as coisas internacionais discutia semana passada numa excelente postagem de Luís Felipe Kitamura no laureado blog Página Internacional a situação equatoriana. A postagem tinha como título Equador: a instabilidade política e suas lições . Na qual o colega discorria sobre o péssimo histórico de conturbação política do país andino e sobre como o governo Correa parecia romper com isso usando a receita da esquerda latina de certo pragmatismo econômico e políticas distributivas. Mas, justamente a instabilidade política que parecia a caminho da extinção volta com toda força em um episódio potencialmente perigoso, que contundo ainda é cedo para tecer uma análise