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Mostrando postagens de janeiro, 2013

O horror, o horror!

As notícias dessa manhã de domingo não poderiam ser piores, 231 vidas (até agora confirmadas) foram ceifadas em episódio que tudo indica foi a confluência de várias falhas, omissões, jeitinhos, desconhecimentos que criaram no interior da Boate Kiss a “tempestade perfeita”. Cabe aos peritos e investigadores determinarem a anatomia dessa desgraça e não quero adentrar ao precipitado jogo de culpa, por que é bem provável que esta seja o bastante pra dividir entre muitos atores. Creio que esse seja o momento pra expressar luto, choque e um pouco de revolta, mas acima de tudo é momento pra união nacional, pra abraçar Santa Maria, ainda que nada disso seja grande consolo pra quem perdeu tanto.  Acho que todos nós nos colocamos no lugar dos que estavam dentro da armadilha mortal daquela boate, quantas vezes já me vi pensando: “esse lugar tá cheio demais”. Numa nota política – e me sinto desconfortável por fazer esse tipo de análise nesse momento, mas... – tenho que relatar a acertada dec

Ciência sem Fronteiras e as humanidades

Há uma interessante discussão correndo no cerne da intelectualidade brasileira, que é o debate suscitado pela liminar cassada que incluía as ciências humanas e sociais no rol das disciplinas aptas a receberem bolsas de estudo no exterior pelo programa Ciência Sem Fronteiras, do MEC. Em minha atividade profissional de consultor acabo por realizar extensos estudos de mercado quando colaboro em projetos de internacionalização, isto quer dizer que sei o valor de conhecer os mercados e agradar a gostos e preferências dos consumidores – encantar esses consumidores, como diriam os profissionais de marketing – esse processo é complexo e se pode alcançar o consumidor ouvindo seus desejos, ou se pode surpreende-lo com algo que ele nunca soube que queria, nada mais que encontrar meios de operacionalizar a famosa Lei de Say. Tendo isso em mente nada mais natural que supor que esse anseio em atender o desejo do consumidor permearia a minha escrita nessa página, contudo, o que percebo é que o “c

Ler, Refletir e Pensar: A França no Mali, por Francisco Seixas da Costa

Sou fã confesso do estilo de escrita do embaixador português em França, Francisco Seixas da Costa, aliás, muito me honra o fato dele ter passado por aqui em algumas oportunidades. Abaixo vão algumas observações dele sobre a operação no Mali. É um bom jeito de entrarmos nesse assunto complexo. O texto abaixo é transcrito com autorização do autor, original disponível aqui . A França no Mali Por Francisco Seixas da Costa A intervenção militar da França no Mali é um ato que consagra um grande sentido de responsabilidade política e que constitui uma inestimável contribuição para a segurança global. Legitimada por um mandato inequívoco do Conselho de Segurança da ONU, com o apoio político - e, espera-se, rapidamente também militar, em termos significativos - dos países da região, a decisão do governo francês permitiu evitar a "débacle" do poder político no Mali e conseguiu travar a escalada de progressão das forças extremistas, com forte componente estrangeira, no Norte do paí

Vídeo-Postagem: CEBRI Entrevista Barry Buzan

Uma excelente entrevista (em conteúdo, o som deixa um tanto a desejar) com o teórico e professor da London School, Barry Buzan, conhecido pelos seus estudos em Segurança. A entrevista se dá em torno da temática dos BRICS, segurança ambiental e um relutante conselho para os estudantes de Relações Internacionais. O vídeo segue em língua inglesa, sem legendas.

OFF-TOPIC | Feliz Aniversário Laryssa

Hoje é o aniversário de uma dessas pessoas que tive o privilégio de conhecer, uma moça das mais capazes da nova geração da minha alma mater (o curso de Relações Internacionais da UCB), que se tornou uma amiga e que hoje completa 20 anos, como não poderei ir dividir uma tequila com ela, deixo aqui um dos meus sonetos favoritos. Felicidades! SONETO DOS VINTE ANOS Lêdo Ivo Que o tempo passe, vendo-me ficar no lugar em que estou, sentindo a vida nascer em mim, sempre desconhecida de mim, que a procurei sem a encontrar. Passem rios, estrelas, que o passar é ficar sempre, mesmo se é esquecida a dor de ao vento vê-los na descida para a morte sem fim que os quer tragar. Que eu mesmo, sendo humano, também passe mas que não morra nunca este momento em que eu me fiz de amor e de ventura. Fez-me a vida talvez para que amasse e eu a fiz, entre o sonho e o pensamento, trazendo a aurora para a noite escura.

Chávez: de Bolívar a Inês de Castro

Nenhuma figura política da América Latina foi mais polêmica e midiática nos últimos 20 anos que o Coronel golpista transformado em líder socialista do século XXI, Hugo Chávez Frias. Em seu país, teve o mérito de dar atenção as massas empobrecidas que sempre fora negligenciada por uma elite rentista e isso e sua retórica grandiloqüente construiu uma base de apoio entusiasmada e ruidosa. Seu uso constante e por vezes mórbido do libertador Bolívar, por mais que pareça idiossincrático para quem como nós observa a política venezuelana de longe é bastante comum ao longo da história do seu país. Uma coisa é pacífica entre todos os analistas de relações internacionais e de política é que o presidente é figura polarizadora, é impossível permanecer neutro diante dele. Seu estilo político agressivo e autoritário foi responsável por criar estruturas altamente personalistas, o que naturalmente enfraquece o funcionamento das instituições o que gera a problemática que vemos atualmente. A falta de

Uma visita ao Grande Sertão Veredas

Como meu leitor mais atento e habitual sabe sou jogador amador de basquete e treinador em projeto social aqui na minha cidade adotiva de Pirapora, MG. Nosso grupo de praticantes se juntou no fim de 2012, para arrecadar alimentos não-perecíveis, uma maneira de combinar nossa atividade lúdica com a vontade de ajudar ao próximo. O resultado da campanha feita rapidamente foi positivo arrecadamos um bom volume de alimentos dado o escopo da campanha, e contamos com a ajuda de nossos patrocinadores (que inclui essa página). Nessa quinta-feira fomos realizar a entrega dos gêneros coletados, o bairro que visitamos é cheio de carências de ações do pode público, como asfaltamento, saneamento básico, iluminação pública, segurança, contudo, possui um centro de saúde que parece funcionar a contento e ter o mesmo padrão de equipamentos dos outros centros da cidade. Esse bairro pobre de uma pequena cidade do Norte de Minas é um interessante retrato do Brasil atual, uma parte do bairro apresenta o