Pular para o conteúdo principal

O horror, o horror!

As notícias dessa manhã de domingo não poderiam ser piores, 231 vidas (até agora confirmadas) foram ceifadas em episódio que tudo indica foi a confluência de várias falhas, omissões, jeitinhos, desconhecimentos que criaram no interior da Boate Kiss a “tempestade perfeita”.

Cabe aos peritos e investigadores determinarem a anatomia dessa desgraça e não quero adentrar ao precipitado jogo de culpa, por que é bem provável que esta seja o bastante pra dividir entre muitos atores. Creio que esse seja o momento pra expressar luto, choque e um pouco de revolta, mas acima de tudo é momento pra união nacional, pra abraçar Santa Maria, ainda que nada disso seja grande consolo pra quem perdeu tanto. 

Acho que todos nós nos colocamos no lugar dos que estavam dentro da armadilha mortal daquela boate, quantas vezes já me vi pensando: “esse lugar tá cheio demais”.

Numa nota política – e me sinto desconfortável por fazer esse tipo de análise nesse momento, mas... – tenho que relatar a acertada decisão da presidente de deixar a Cúpula da CELALC e ir diretamente pra Santa Maria, nesse momento precisamos de liderança, sempre critiquei muito o inventor dela por sumir de cenários trágicos.

Aproveito pra deixar de público meus sentimentos pra todos os afetados por essa desgraça, mas tenho ciência que as palavras de nada servem...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fim da História ou vinte anos de crise? Angústias analíticas em um mundo pandêmico

O exercício da pesquisa acadêmica me ensinou que fazer ciência é conversar com a literatura, e que dessa conversa pode resultar tanto o avanço incremental no entendimento de um aspecto negligenciado pela teoria quanto o abandono de uma trilha teórica quando a realidade não dá suporte empírico as conjecturas, ainda que tenham lógica interna consistente. Sobretudo, a pesquisa é ler, não há alternativas, seja para entender o conceito histórico, ou para determinar as variáveis do seu experimento, pesquisar é ler, é interagir com o que foi lido, é como eu já disse: conversar com a literatura. Hoje, proponho um diálogo, ou pelo menos um início de conversa, que para muitos pode ser inusitado. Edward Carr foi pesquisador e acadêmico no começo do século XX, seu livro Vinte Anos de Crise nos mostra uma leitura muito refinada da realidade internacional que culminou na Segunda Guerra Mundial, editado pela primeira vez, em 1939. É uma mostra que é possível sim fazer boas leituras da história e da...

Ler, Refletir e Pensar: The Arab Risings, Israel and Hamas

Tenho nas últimas semanas reproduzido aqui artigos do STRATFOR (sempre com autorização), em sua versão original em inglês, ainda que isso possa excluir alguns leitores, infelizmente, também é fato mais que esperado que qualquer um que se dedique com mais afinco aos temas internacionais, ou coisas internacionais, seja capaz de mínimo ler em Inglês. Mais uma vez o texto é uma análise estratégica e mais uma vez o foco são as questões do Oriente Médio. Muito interessante a observação das atuações da Turquia, Arábia Saudita, Europa e EUA. Mas, mostra bem também o tanto que o interesse de quem está com as botas no chão é o que verdadeiramente motiva as ações seja de Israel, seja do Hamas. The Arab Risings, Israel and Hamas By George Friedman There was one striking thing missing from the events in the Middle East in past months : Israel. While certainly mentioned and condemned, none of the demonstrations centered on the issue of Israel. Israel was a side issue for the demonstrators, with ...

Teoria geral do comércio de Krugman e Obstfeld

Modelo elaborado por KRUGMAN e OBSTFELD (2001, p 65) propõe um formato de comércio internacional baseado em quatro relações: a relação entre a fronteira de possibilidades de produção e a oferta relativa; a relação entre preços relativos e demanda; a determinação do equilíbrio mundial por meio da oferta relativa mundial e demanda relativa mundial; e o efeito dos termos de troca [1] sobre o bem estar de uma nação. Quanto ao primeiro item a inferência desse modelo é suportada pelo conceito microeconômico que uma economia, sem deformidades, produz em seu ponto máximo da fronteira da possibilidade de produção, como esse modelo assume mais de um fator e mais de um bem, a forma como a distribuição se dará será determinada pela oferta relativa de determinado bem alterando as possibilidades de produção de toda a economia por alocar mais recursos na produção desse bem. No que se refere à relação entre preços relativos e demanda pressupõe que a demanda por determinado bem deriva da relação entre...