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Mostrando postagens com o rótulo EUA

Mais um ataque terrorista

O noticiário internacional foi tomado mais uma vez por um ato odioso de violência sem sentido, dessa vez um ataque a uma histórica igreja cristã negra, mais um ataque terrorista vil. Ao que tudo indica o verme* estaria usando as bandeiras da África do Sul (da época do Apartheid) e da Rodésia, o que mostra a obviedade racista da motivação dos ataques. Não creio que é mais preciso debater quão nefasta é a ideologia supremacista ariana, soma de coletivismos e delírios (como toda teoria em que terroristas se baseiam) que parecem ecoar naqueles dispostos a colocar a culpa de seus fracassos pessoais em algum ente abstrato e passa a se querer defensor de classe, raça, etc. E isso tudo, em especial, o delírio coletivista fica evidente nos relatos de que o atirador teria dito às vitimas que: “Vocês estupram nossas mulheres e estão dominando nosso país, vocês têm que ir” O ato terrorista acontece em um momento em que as forças de segurança dos EUA estão sob intensa crítica de movimentos li

Migração Cuba e EUA: Uma breve resposta.

Não gosto de escrever para rebater o que outros escrevem, não sou ombudsman de ninguém e nem gosto da polêmica como mecanismo de aumento de audiência, mas vez ou outra lemos algo que não conseguimos não escrever sobre. E o que me motivou foi um texto do blog Outrofobia . O texto curtinho afirma em tom sério que a culpa pelos cubanos se lançarem ao mar é da política americana de garantir a permanência de quem conseguir chegar a sua costa. O autor chama essa política de asilo automático de política imigratória de “canalha & assassina” por que estimularia populações pobres a buscarem a vida nos Estados Unidos. Claro, como a nota é curta o autor fez um link para um texto de uma revista cubana que alonga a lógica que motivou a nota, que é um desdobramento dos velhos argumentos sobre a pobreza cubana ser fruto do embargo dos EUA e o estimulo a emigração dado pela lei seria uma ferramenta na guerra propagandista. Ninguém fala na vontade dos indivíduos de progredirem materialmente em

STRATFOR: On Obama and the Nature of Failed Presidencies

O Stratfor – famososo (ou infame) – site de análises estratégicas conhecido por focar na inteligência e temas de poder hoje fez uma dura análise da presidência Obama. Divirtam-se, em inglês como no original. On Obama and the Nature of Failed Presidencies By George Friedman We do not normally comment on domestic political affairs unless they affect international affairs. However, it is necessary to consider American political affairs because they are likely to have a particular effect on international relations. We have now entered the final phase of Barack Obama's presidency, and like those of several other presidents since World War II, it is ending in what we call a state of failure. This is not a judgment on his presidency so much as on the political configuration within it and surrounding it. The midterm elections are over, and Congress and the president are in gridlock. This in itself is not significant; presidents as popular as Dwight Eisenhower found themselves in

Sobre EUA e Alemanha. Atenção a isto, por Francisco Seixas da Costa

Nesses tempos de crise na Eurásia e uma crescente sensação de ameaça russa no Leste Europeu, com denúncias de infiltração de Moscou nos partidos europeus e até mesmo nas decisões de Bruxelas, não espanta que a CIA ande querendo saber mais do que os europeus, mais precisamente os alemães pensam e planejam, mas o esquema mundial de espionagem no atacado denunciado pelo Snowden deixou conseqüências tamanhas que até mesmo a Alemanha, aliada dos EUA desde o fim da Segunda Guerra Mundial (pelo menos sua parte ocidental, antes que venham me corrigir), não pode ignorar e retaliar secretamente essa tentativa de invasão de seus serviços de inteligência. Francisco Seixas da Costa, o ex-embaixador português (a quem muito admiro e transcrevo) chama a atenção para esse estremecimento de relações que pode ter danoso aos interesses dos Estados envolvidos. É tema interessante para mantermos nossa atenção. Atenção a isto! Por Francisco Seixas da Costa A Alemanha acaba de considerar "person

Normandia por Francisco Seixas da Costa

O dia D é um desses grandes acontecimentos históricos que mexem com o imaginário coletivo e por isso mesmo ocupam lugar de destaque no que se chama de cultura pop ao servirem de cenário e trama para inúmeras obras áudiovisuais e livros. O heroísmo das batalhas é fruto de muita tragédia humana e essa dimensão nefasta nunca pode ser perdida em nós, ou nos tornamos um desses muitos “especialistas” que não conseguem disfarçar sua macabra excitação com os tambores de guerra. No texto abaixo de modo singelo e com o estilo de sempre o embaixador Seixas da Costa trata do imaginário que a batalha desperta e da crueza de sua realidade. E, também, que a paz tem seu preço que é pago com o pragmatismo de quem cansou da guerra. PS: A foto da Igreja de Sainte-Mère-Église que ilustra esse post retrata o memorial ao paraquedista John Steele. Normandia Por Francisco Seixas da Costa Foi em Deauville, na Normandia, depois de um jantar, em 2010. Falava com o "maire" da cidade, a quem ha

Mais sobre o voto latino nos EUA: Efeito Jorge Ramos?

Mexicano, com formação sólida e muita credibilidade, o Jornalista Jorge Ramos mesmo sem ser candidato (e talvez, por isso) pode ser o fiel da balança nas eleições presidenciais americanas por causa de seu ativismo em torno da migração. Nosso correspondente em Washington, Márcio Coimbra, (que agora colabora no Portal Diário de Notícias e tem um blog no prestigioso BrasilPost , versão nacional do Huffington Post) tem nos enviado matérias sobre as primárias republicanas, já que pelo lado democrata, uma cada vez mais poderosa Hilary Clinton se consolida como candidata – tirando um pouco da emoção da cobertura. E algo tem surgido consistentemente como tema nas eleições a Reforma do sistema de imigração dos EUA e a razão disso é que é um tema muito sensível para os latinos, que são o segmento do eleitorado americano que mais cresce e por isso será o mais cortejado. É claro, que reduzir seres humanos a uma categoria analítica e atribuir a essa categoria características generalizantes é

Acordo Sino-Russo: uma lição de J.D. Rockefeller

“The way to make money is to buy when blood is running in the streets” John D. Rockefeller A visita de Putin a China se seguiu a controversa anexação da Criméia e teve um significado claro, um recado para o ocidente, a Rússia é grande demais pra ser contida. Ou, pelo menos, esse é o spin positivo que a diplomacia russa vai propagar. O grande resultado dessa visita foi a assinatura do contrato de fornecimento de gás entre a russa Gazprom e CNPC chinesa, os número e condições do acordo ainda não foram feitos públicos , mas a história dos acordos de petróleo e gás da China nos sugere que os termos foram favoráveis ao dragão. Muito se escreve sobre a dependência européia do gás russo, mas é preciso lembrar o óbvio, se a Rússia é o principal fornecedor europeu, a Europa é o principal cliente russo e paga preços elevados por esse gás. Ao final do século XIX, o executivo Thomas Alexander Scott era o presidente da maior empresa do mundo, uma ferrovia, que sentia os efeitos da cri

Nigéria: Um sequestro, uma hashtag e algumas consequências #bringbackourgirls

O leitor habitué desse site sabe que vez ou outra me permito alguns textos mais emocionais, em geral, resultados de eventos de muita comoção, tragédias humanas que nos arrebatam por algum tempo. E essa expressão de luto ou indignação não pode é claro ser confundida com análises ou recomendações, afinal seria temerário, no mínimo. Por isso mesmo que políticas públicas não são formuladas em bases emotivas, embora sua comunicação possa ser emocional, como nos mostrou bem a Casa Branca essa semana. O caso das meninas seqüestradas pelo Boko Haram é um desses que desperta indignação e ultraje em qualquer pessoa que tenha a mínima capacidade de empatia, nada deve ser mais aterrorizante que ser seqüestrado e ser vitima de crimes sexuais e possivelmente de tráfico de seres humanos. (Aliás, como escrevi em fevereiro há estimativas de que existam 29 milhões e 800 mil pessoas escravizadas no planeta, nos dias de hoje). A situação das meninas, como era previsível , colocou a debilidade do go

Uma elucubração sobre Rússia, Crimeia, Ucrânia e Internet

A Internet é mais que apenas uma mídia, um meio de comunicação, por sua interatividade instantânea (ou quase me lembrariam os físicos) é um eco-sistema das idéias que aceita todo tipo de pensamento do mais delirante teórico da conspiração ao mais embasado dos textos científicos, está tudo a um clique de distância, com ocasionais ‘pay-walls’ que a própria internet ensina como contornar, se o individuo assim desejar. Os grupos das redes sociais aglutinados por interesses comuns são locais interessantes para descobrir novas visões ou caminhos, para divulgar seus projetos e/ou sanar dúvidas, mas também são locais em que pela natureza livre da rede você encontra todo tipo de raciocínio. Estão particularmente serelepes na rede os saudosistas do poder soviético, não é pra menos, Putin tem falado todas as palavras de ordem que esses grupos gostam e tem feito os gestos de força que eles admiram e muitos desses saudosistas até abandonam agendas de Direitos Humanos que defendem com tanto afi

Terrorismo é terrorismo

Alguns ataques terroristas extremistas são tratados legalmente como crimes de ódio, tentativa de homicídios, homicídio, mas são em seus métodos e objetivos ações terroristas. Um desses ataques que será qualificado como crime de ódio e racismo foi o ataque a tiros ocorrido, em Kansas City, no estado americano do Kansas. O responsável pelo ataque foi um verme* supremacista ariano (que é palavra grande pra racista), membro da Klu Klux Klan e neonazista, de 73 anos abriu fogo contra membros da comunidade judaica, na véspera do inicio das comemorações da Passach, a festa da libertação, a famosa Páscoa Judaica. O ataque deixou 3 mortos, um avô e seu neto, escoteiro, e uma senhora assassinada num asilo judaico. O avô e o neto eram cristãos, como é de macabro costume os terroristas sempre matam mais pessoas dos grupos que eles dizem defender. Como bem colocou Guga Chacra em seu blog : “O atirador, depois de preso, teria gritado “Heil Hitler”. E não, ele não era muçulmano, como mui

U.S. Defense Policy in the Wake of the Ukrainian Affair Por George Friedman

Uma excelente peça analítica de George Friedman que analisa as hipóteses de emprego de poder militar e necessidades estratégicas relembradas pela eclosão da crise ucraniana. Ou seja, a velha natureza anárquica do sistema internacional que parecia modificada pelo adensamento de jurisdições internacionais, mas que lá permanece como verdade indômita, a guerra entre Estados-Nações continua a ser uma possibilidade real. Os Estados Unidos continuam sendo a potência hegemônica, mas hegemonia não significa onipotência e nem que os demais atores do sistema não tentarão elevar seu nível de poder e está cada vez mais claro que hegemonia americana será ameaçada e questionada. É uma leitura interessante ainda que totalmente voltada para a política de defesa americana (como o título deixa claro) e que contêm elementos para tentar entender como se comportam os estados, não há dúvidas que por mais controverso que seja o Stratfor é um meio influente e capta bem o zeitgeist. U.S. Defense Policy i

ZunZuneo e o gato e rato da inteligência versus contra-inteligência nas redes sociais

A Associated Press – AP publicou hoje uma reportagem ( versão publicada pelo Washington Post, em inglês e aqui na Exame, em português ) que, não tenham dúvidas, vai incendiar o debate político nas redes sociais e será o assunto da América Latina, talvez, apenas abaixo da repressão venezuelana. Trato da reportagem que revelou uma operação secreta de fomento da democracia levada a cabo pela USAID que em nada fica devendo as operações clandestinas da CIA. A operação ZunZuneo foi uma tentativa de insuflar e acelerar a difusão de informações de modo a enfraquecer a máquina de propaganda e repressão do governo totalitário, do Partido Comunista Cubano. A idéia central era burlar o bloqueio a internet pelos censores dos irmãos Castro se valendo de uma rede social móvel baseada em mensagens de texto. Para isso foi necessária a obtenção (ilegal, por sinal) de números de telefones móveis cubanos, que foram providenciados por um dissidente, que disse a AP, que não sabia que deu a pessoas qu

Rússia, Ucrânia, UE e EUA: Uma questão de profundidade, near abroad e algumas lições históricas

Putin não é um homem simpático aos olhos do ocidente, suas manobras para se manter no poder indeterminadamente frustraram a esperança global de ver o ‘fim da história’, ou posto de outra maneira frustraram as esperanças de um aprofundamento da Terceira Onda de Democratização propagada pela ruína do império soviético. A Rússia não é exatamente uma ditadura escancarada como a China, nem é uma democracia em pleno funcionamento, como o poder da presidência de nomear governadores nos mostra. Mas, simpático ou não Putin é um político habilidoso e um líder capaz de galvanizar apoio em seu país. Como político habilidoso que é o ex-oficial da KGB e FSB sempre soube cuidar da sua imagem e seu branding é o do homem forte, sério e capaz de manter a ordem, a lei e de restaurar a dignidade e grandeza russa. Em 1999, quando substitui um enfraquecido Boris Ieltsin sua relativa juventude (possuía apenas 47 anos) e seu vigor físico chamavam a atenção do povo russo habituado com líderes soviéticos ido

Duas notas sobre Crimeia, dois embaixadores separados pelo Atlântico

Tenho conduzido uma reflexão pública nas páginas desse blog acerca da crise ucraniana e a provável incorporação da Crimeia a Mãe Rússia, ainda estou elucubrando minha visão sobre o tema e como a boa metodologia sugere tenho buscado saber o que pensam outros colegas de profissão sobre o assunto, não para aderir a alguma visão, mas na busca de elementos para a construção da minha visão sobre o tema. Nutro a esperança que você distinto leitor venha até esse Coisas Internacionais no mesmo intuito. Nesse sentido transcrevo dois textos de dois embaixadores, o primeiro é uma curta nota de Renato Marques, ex-embaixador brasileiro na Ucrânia, o segundo texto é de Francisco Seixas da Costa, ex-embaixador de Portugal no Brasil, França e alhures que ao longo de sua carreira trabalhou na construção da Europa unificada que vemos hoje. A primeira nota não se pretende analítica, mas projeta cenários, o que é um passatempo muito apreciado por esses seres de diversões excêntricas que somos nós intern

Diários da Política: O líder de Obama

Diários da Política é coluna* de Márcio Coimbra** Harry Reid é o homem que controla o Senado em Washington. Ele é o líder do governo Obama desde seus primeiros dias na Casa Branca. Apesar de ouvir muito, é combativo, duro e difícil de negociar. Sua postura, muitas vezes chamada de ditatorial, é um dos principais motivos para os republicanos tentarem de todas as formas retomar a maioria perdida entre os senadores. Durante os sete anos de Reid na liderança, ele mandou 74 projetos para o plenário, uma média 10 vezes maior do que seus antecessores. Na outra Casa tudo funciona diferente. Na Câmara existe uma Presidência, exercida pelos republicanos, que detém maioria. O comando da Casa está nas mãos do republicano John Boehner, de Ohio. Já a liderança dos republicanos fica por conta de Eric Cantor, da Virgínia e a dos democratas com Nacy Pelosi, da Califórnia. A Câmara, portanto, como vemos, possui um comando republicano, além de possuir um líder da maioria, também republicano. No Sena