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Mostrando postagens com o rótulo América do Sul

O Socialismo do Século XXI explicado em uma imagem

O governo boliviano no uso de sua soberania inquestionável decidiu mudar o sentido horário, por decreto. Imagino que o governo Morales deve ter solucionado os problemas da nação, já que tem tempo livre para deliberar e legislar sobre a direção dos relógios, além de gastar com as reformas necessárias, para implementar essa decisão. O simbolismo é perfeito, o socialismo do Século XXI se quer como futuro da humanidade, mas é reedição do passado e um relógio girando ao contrário é perfeito pra mostrar isso, além de contra-intuitivo. O chanceler boliviano diz que: “Estamos en el sur y, como estamos en tiempos de recuperar nuestra identidad, el Gobierno boliviano está recuperando nuestro sarawi, que significa camino (en aimara). De acuerdo a nuestro sarawi, de acuerdo a nuestro Nan (en quechua), nuestros relojes deberían girar a la izquierda”. A ideologia tem esse poder de fazer uma tolice como essa ser expressa com ar professoral e de descoberta, seria inverter os relógios um a

Minha participação no II EACRI

Dia 21 de maio estive em Goiânia para palestrar no II Encontro Acadêmico Científico de Relações Internacionais – II EACRI. O evento foi muito bem cuidado pela turma do CARISVIM – Centro Acadêmico Sérgio Viera de Melo que representa os alunos de RI da PUCGoiás e pela coordenação do Curso e a equipe da Universidade. Estiveram comigo no debate intitulado: “Os atuais avanços da Integração Regional da América do Sul e as dificuldades no comércio exterior aos paises sul-americanos” o professor da PUCGoiás Leandro Borges , que nos presenteou com uma aula sobre integração regional compacta e muito informativa, além disso, conduziu o debate com a leveza e descontração que prefiro. E Ronaldo Costa que nos brindou com um relato muito bem detalhado sobre as atividades de promoção comercial do Estado de Goiás desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Indústria e Comércio, apesar do pouco tempo que lhe foi dado devido a minha exposição alongada e novamente me desculpo por isso. Além do relato,

As agruras da integração

Ao se ler as notas oficiais e as avaliações de alguns acadêmicos se tem a impressão que a Integração Regional no espaço da América do Sul é uma realidade com poucas arestas para aparar e irrefreável. Mas, a realidade não é bem essa. O que mais se tem são problemas, desde as eternas negociações automóveis/linha branca com a Argentina, a pressão paraguaia por mais transparência em Itaipu Bi-Nacional e revisão do tratado de Itaipu. Mesmo a Venezuela, que é sempre publicamente defendida por altos funcionários do Planalto e que a integração entre o PT e PSUV é tamanha que a campanha de Maduro contou com o João Santana, o famoso marketeiro das campanhas de Lula e Dilma oferece desafios a Integração Regional, seja na notória dificuldade de receber por produtos e serviços exportados para a Venezuela, como mesmo no campo diplomático, ou melhor, no campo das imunidades e garantias diplomáticas, como nos mostra a reportagem de Leandro Mazzini , cujo trecho transcrevo abaixo: “Embaixador

Venezuela: Comissão de Chanceleres, agora vai?

O horizonte próximo não parece muito favorável ao diálogo e a normalização da política venezuelana, isso por que a oposição nas ruas e no sistema político não tem esmorecido diante das táticas de alta pressão do regime bolivariano, nem a destituição de Maria Corina Machado nem as condenações, em tempo recorde para os padrões continentais, de líderes da oposição surtiram o efeito, por outro lado a pressão das ruas também não é capaz de mover o regime na direção que os opositores desejam, ou seja, a pressão não tem conseguido que o regime desista de processar e manter presos opositores ou que substitua os ministros do Tribunal Superior de Justiça, Conselho Nacional Eleitoral. O impasse tem servido para polarizar ainda mais a Venezuela e o risca cada vez mais real é que se rompa com qualquer chance de restauração dos padrões mínimos de convivência política, em outras palavras, o pior cenário possível é que a crise culmine num conflito armado. Claro, que para isso acontecer é preciso

Brasil e Venezuela: Algumas observações

Diplomacia não é uma atividade simples e isso explica o rigor das avaliações para ascender ao serviço exterior brasileiro. Os estudantes que se preparam para o temido e sonhado CACD sabem do que falo. E o caso Venezuelano demonstra bem as dificuldades de uma política externa. A Venezuela é uma nação vizinha e uma parte do território brasileiro em sua região norte é bem ligada a esse país e como é o caso de quem divide fronteiras é preciso cooperação. Além disso, a Venezuela é um aliado formal e parceiro em vários arranjos regionais, notadamente Mercosul e Unasul. A proximidade ideológica entre os governos brasileiros e venezuelanos resultou numa parceria ainda mais profunda com investimentos mútuos e muitos atos de voluntarismo de parte a parte. Isso coloca a diplomacia brasileira numa “sinuca de bico” por que os diplomatas sabem, embora a maioria não vocalize isso, que a situação na Venezuela está bem deteriorada e que a saída menos custosa para a região e para os venezuelanos

Venezuela: Aplacando um incêndio com gasolina

“Feel my blood enraged It's just the fear of losing you Don't you know my name Well, you been so long And I've been putting out fire With gasoline” David Bowie O governo venezuelano conseguiu algo bem difícil que é isolar internacionalmente sua oposição, o que é demonstrável pelas notas oficiais da UNASUR e do MERCOSUR que já comentamos aqui nesse blog .  Essa manobra de isolamento dos manifestantes e para angariar apoio internacional, contudo, tem feito pouco para acalmar a situação no solo, claro que dão para o governo Venezuelano maior liberdade na repressão, mas nem os 31 mortos arrefecem os ânimos dos opositores, talvez até sirva de combustível. Os atos de força do regime e as prisões – inclusive de prefeitos da oposição – até agora não esvaziaram as ruas, por que há muita insatisfação provocada pela administração errática da economia e níveis de violência e criminalidade absurdamente altos que encontram combustível para a revolta na profund

Venezuela, Brasil e Unasul

Os observadores da Política Externa Brasileira costumam apontar para realidade que para alguns é incomoda de que o Itaramaty perdeu espaço na formulação de política externa para questões sul-americanas, que estariam sob atenção direta do Palácio do Planalto, mais precisamente sob coordenação de Marco Aurélio Garcia. E isso se faz sentir no modo como o Brasil atua nesse continente. A Venezuela cresceu em importância econômica para o Brasil desde o governo Lula, investimentos brasileiros fluíram para o país de Bolívar, mas o modo errático de administração econômica dos bolivarianos exige dos exportadores brasileiros doses cavalares de paciência e de navegar os tortuosos caminhos palacianos para conseguirem liberar seus pagamentos. Não é difícil imaginar que um procedimento pouco ortodoxo como esse esteja aberto a arbitrariedades e as famosas “vendas de soluções”. Mas, quem faz negócios com a Venezuela e for diligente já estava sabendo que interagiria num sistema altamente personalista

Profundas divisões banhadas pelo caribe

Os clichês nos dizem que a Venezuela é mais um perfeito paraíso tropical de gente hospitaleira, bronzeada pelo sol e banhada pelo mar do Caribe, lugar de lindas mulheres e noites calientes ao som de contagiantes batidas de música latina. As imagens de inquietação, golpes militares, despotismo e populismo são um cruel contraste a essa imagem paradisíaca. Verdade seja dita esse contraste é vívido também aqui em terra brasilis, a realidade nada fantástica da América Latina é lamentável traço comum que dividimos. Nem o mais aguerrido (iludido?) defensor do chamado Socialismo de Século XXI, das revoluções bolivarianas, pode negar que a Venezuela é um país profundamente dividido. As eleições presidenciais do ano passado mostraram bem isso, afinal Maduro foi eleito com 50,66% dos votos. Essa polarização tem acirrado ânimos e provocou a tentativa de Golpe contra Chávez, que hoje alimenta a retórica de seus partidários. A ironia de Chávez ter sido golpista infelizmente escapa aos defensore

Incomoda o crescimento do Peru? Uma resposta a um comentário

Não sou dado a responder críticas anônimas, mas vez outra não só publico uma, como acho que ela é digna de um escrutínio. Foi o caso de uma que recebi em meu texto “ Elucubração Econômica ” que me trata com alguns termos bem fortes, mas nada que eu não seja capaz de agüentar, afinal sou um homem feito e não vou ficar choramingando por que alguém não concorda comigo, creio que quem se põe a escrever na rede tem que estar apto pra lidar com críticas. Assim escreveu o comentarista anônimo, pretendendo responder a pergunta que fecho o texto referido: “O que ganhamos em troca? Pleno emprego, desenvolvimento economico e social, economia sólida, estabilidade. Os projetos liberais podem ser muito lindos, mas jamais funcionam pro sul. Os textos desse blog ja foram bons, hoje nada mais são do que distribuição gratuita de bravatas pró-imperialismo. Uma pena, pois aqui eu lia as melhores analises. Comparar a situação de crescimento do Peru e dos paises do pacifico com a nossa chega a ser u

Maristela Basso e Bolívia

A participação da professora de Direito Internacional da USP, Maristela Basso, no (obscuro, sejamos honestos) Jornal da Cultura do dia 29 de agosto de 2013, tem sido objeto de extenso debate nas redes sociais, bem nos recantos dessas redes que concentram estudantes e interessados em Relações Internacionais, a polêmica se deve a contundência da análise da professora sobre o local ocupado pela Bolívia no esquema estratégico do Brasil. Vejam o vídeo volto logo depois.   A fala da professora motivou uma grandiloquente nota de repúdio do Centro Acadêmico Guimarães Rosa, que está disponível aqui . E, também, uma reportagem em que líderes da comunidade boliviana no Brasil pedem retratação e direito de resposta. Vou dividir a fala em duas partes para fins de análise. A primeira parte que é a que toca na dimensão estratégica da Bolívia para o Brasil. Nesse caso a Bolívia não é um parceiro de peso, é certo que as compras de gás boliviano são importantes para setores da indústria brasileira,

Saboia, Patriota, Brasil e Bolívia

Eduardo Sabóia diplomata de carreira e encarregado de negócios na Bolívia decidiu trazer – com enorme risco para sua carreira e até risco pessoal – para o território nacional o senador boliviano Roger Pinto que estava asilado a 455 na Embaixada Brasileira em La Paz. Antes de analisar o caso acho que é interessante tecer algumas palavras sobre o Asilo Diplomático.  Brevíssimas considerações sobre o asilo diplomático A figura do asilo territorial e do asilo diplomático não possuem um quadro geral de referência no Direito Internacional, ou seja, não são institutos codificados em um tratado multilateral que torne as condutas previsíveis. E mesmo a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas não possui sequer menção ao tema. Que de certo deve ser um dos que o consenso é muito complicado de atingir. Muito embora a prática do asilo seja antiguíssima havendo registros dessa prática por toda parte, embora na antiguidade fosse mais comum que se desse asilo a criminosos comuns e não a crimi

Uma opinião contrarianista sobre a integração regional na América do Sul

Iconoclasta por natureza e usuário refinado da ironia, o diplomata, autor – dos mais profícuos – e professor Paulo Roberto de Almeida a despeito de sua profissão opina com independência e nesse texto curto, que obviamente não tem o esmero analítico dos livros do professor, mas que nos trás elementos provocativos. Esse pequeno texto que transcrevo abaixo é um comentário feito a reportagem ‘Da Rede Brasil Atual’ publicada em 20/07/2017, intitulada: “Para Amorim, oposição brasileira à Alca mudou agenda da América do Sul” Amorim: oposição brasileira à Alca mudou agenda da América do Sul Mudou, sim, claro que mudou. Imediatamente após a implosão da Alca pelos companheiros -- with a little help from their friends, Chávez and Nestor -- os países interessados fecharam negociações bilaterais ou plurilaterais com os Estados Unidos e grande parte deles assinou acordos de livre comércio. Com isso mudou completamente a tal de "geografia comercial" da América do Sul: os países interessa

Evo, Amorim e aviões revistados: As pás do moinho não cessam

O ministro da defesa, Celso Amorim, admitiu em entrevista concedida a Folha de São Paulo ( aqui ) que seu avião oficial foi revistado por agentes bolivianos, por ocasião de sua visita àquele país em 2011. A primeira versão do incidente (que foi analisada em meu texto Evo revista avião da FAB do ministro Amorim ou o mundo é um moinho ) afirma que as revistas foram realizadas em 2012, na tentativa de prevenir que o Brasil retirasse da Bolívia, senador Roger Pinto Molina, que é asilado diplomático na embaixada brasileira. A versão do ministro agora tornada pública é que a vistoria teria sido realizada por agentes em busca de contrabando de drogas, teria se limitado ao bagageiro da aeronave e que ele só teria sido informado depois que o blog “Diário do Poder” vazou esse acontecimento. Resta claro, até pela linguagem utilizada (ver nota oficial, aqui ), uma tentativa de minimizar o problema atribuindo a revista a zelo burocrático dos agentes bolivianos e que teria sido alvo veemente e si

Evo revista avião da FAB do ministro Amorim ou o mundo é um moinho

“Ouça-me bem amor Preste atenção o mundo é um moinho Vai torturar teus sonhos, tão mesquinho Vai reduzir tuas ilusões ao pó” Cartola. Semanas atrás, ao retornar da Rússia, o avião do presidente boliviano, teria sido revistado por autoridades européias, que buscavam pelo “ whistleblower ” do escândalo de vigilância massiva da NSA, Edward Snowden. Como sabemos, esse fato gerou a ira do governo boliviano e igualmente enfureceu os altermundistas e antiimperialistas na imprensa e nas redes sociais. Há dois dias a imprensa nacional revelou ( aqui , aqui e aqui ) que o avião do ministro Celso Amorim, foi cercado e revistado, em La Paz em busca do asilado diplomático, o senador Roger Pinto Molina, que há mais de um ano se refugia na embaixada brasileira daquela capital, alegando grave ameaça a sua vida e perseguição política. Sobre essa figura legal do asilo diplomático, escrevi nesse blog no dia 20 de agosto do ano passado: A figura do asilo territorial e do asilo diplomático não poss

A música da discórdia na América do Sul

São necessários apenas 18 segundos e três frases para iniciar um mal-estar diplomático na América do Sul. Não entendeu? Falo do caso do vídeo que despertou a ira de comentaristas e pedidos de resposta veementes das imprensas de Argentina, Bolívia, Chile e Peru. O vídeo mostra o que seria Fuzileiros Navais Chilenos correndo numa praia entoando um cântico com a seguinte letra: “Argentinos mataré, bolivianos fusilaré, peruanos degollaré” . Veja a seguir: É natural que esse tipo de canção seja um tanto carregada na agressividade, contudo a luz das disputas territoriais com os três vizinhos o vídeo se tornou uma questão de Estado levando o Almirantado chileno a declarar que haverá investigação oficial e punição com a máxima severidade possível do envolvidos . Ouvimos tanto a propalada união dos povos latinos. Ouvimos que somos todos “hermanos”, mas esse pequeno imbróglio nos lembra que não é por que algo é repetido a exaustão pelos políticos se torna uma realidade. E parece que bastam m

Choques culturais também são feitos de pequenas gafes

Era uma agradável noite de inverno andino, estávamos em missão de nossa universidade, como parte da comitiva que assinaria um importante acordo técnico com a universidade local. A pequena cidade que abrigava a universidade se mobilizou para que nossa visita fosse a mais profícua possível, Essa mobilização envolveu as autoridades políticas locais que reservaram tempo em suas agendas para nos oferecer uma recepção oficial, que consistia num animado jantar, em um museu de artes situado numa linda praça de casario colonial espanhol. A aquela altura já estávamos habituados a cozinha local e sua paleta de sabores distinta da nacional, mas nada que causasse grande choque. Após o jantar fomos agraciados com a apresentação de grupo de danças regionais apoiado pelos governos locais e estaduais (no caso equivalente a estadual). Ao fim das apresentações os políticos já devidamente relaxados pelo vinho se permitiam encantar com o encanto das colegas que faziam parte da missão e correndo o risco

Ler, Refletir e Pensar: Paulo Roberto de Almeida, à margem de um relatório da UNASUL

Um dos motivos que me fazem acompanhar o blog do professor e diplomata Paulo Roberto de Almeida é sua verve crítica e iconoclasta. Imagino que isso deva trazer problemas com os ‘zelotes’ e ‘sabujos’, além dos “Anônimos Adeístas”, como ele mesmo costuma dizer. O texto que selecionei para republicar aqui é belo exemplo de pensamento independente, que pode até ser contra-intuitivo para os entusiastas da grandiloqüência ‘sul-sul’. (O original pode ser lido aqui , transcrito com autorização do autor). À margem de um relatório da UNASUL Por Paulo Roberto de Almeida Com base em relato a propósito da mais recente reunião da Unasul, ocorrida em Assunção em 17 de março de 2012, ficamos sabendo que os chanceleres examinaram o estabelecimento do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (ISAGS). Se considerarmos que já existe a OPAS, com sede em Washington, chegamos à conclusão que os sul-americanos pretendem duplicar, em grande medida, o trabalho da OPAS, o que inevitavelmente vai resulta

Ler, Refletir e Pensar: Dr. Mauricio Santoro “O Câncer de Chávez”

Uma análise sobre as repercussões políticas da doença de Chávez feita pelo meu colega professor de Relações Internacionais da FGV, Mauricio Santoro, em seu blog “ Todos os fogos o fogo ”. O Câncer de Chávez Pondo fim a quase um mês de boatos e especulações, o presidente da Venezuela anunciou que está com câncer . A doença foi diagnosticada quando Hugo Chávez foi operado de emergência em Cuba, após se sentir mal em uma viagem ao exterior. A doença coloca em dúvida a capacidade de Chávez em concorrer à reeleição em 2012 e abre dúvidas sobre o futuro político de seu movimento, extremamente centrado em sua liderança pessoal. Pela Constituição da Venezuela, o presidente não pode se ausentar mais de 5 dias sem transferir o cargo provisoriamente. Chávez sempre evitou fazer isso, por medo de que se repetisse uma crise semelhante àquela do golpe de 2002. O presidente está há quase um mês hospitalizado em Cuba – aparentemente, não confia nos médicos venezuelanos – mas a Assembléia Legislati

Brasil e Argentina: alguns pensamentos

Essa semana concedi uma entrevista breve (que não sei se vai ao ar se for informo) sobre a mais nova celeuma comercial entre Brasil e Argentina. Além de ficar a imaginar que poderia ter dado respostas melhores fiquei também com o tema do relacionamento bilateral na cabeça. As disputas comerciais entre os dois países obviamente ganham enorme espaço tanto nos meios mais especializados em temas econômicos e diplomáticos quanto nos meios de caráter mais generalista. Também, têm destaque os desentendimentos mais políticos como a suposta reclamação (e um certo ciúme) do governo Kirschner por ter sido preterido em recente viagem do mandatário americano a América Latina. São muitos os desafios do relacionamento entre os dois países principalmente no que tange a consolidação do MERCOSUL, não só na correção dos desequilíbrios com os sócios menores, mas na própria essência de integração regional calcada na liberalização comercial. Pensando nesses temas lembrei-me de um artigo antigo do embaixa

Colômbia – Venezuela: Uma crise previsível

A mais nova crise política da América do Sul está em curso Hugo Chávez o presidente da República Bolivariana da Venezuela determinou o rompimento das relações diplomáticas entre sua nação e a vizinha Colômbia. O fez em discurso transmitido ao vivo pela rede Tele Sur. Ao lado do treinador e ex-jogador argentino Diego Maradona, que ficou ali parado servindo de decoração enquanto Chávez dava a grave noticia uma cena com toques de realismo fantástico, sem dúvidas. Essa decisão estar a ser ensaiada há tempos, por sinal em maio de 2008 seguindo o ataque colombiano ao acampamento das FARC no Equador. Por sinal a atual crise está intimamente ligada aquela uma vez que é um desdobramento natural das acusações de ligação entre a Venezuela e os narco-gueriilheiros das FARC. Nessa quarta-feira o presidente da Colômbia (e de certa maneira o arquiinimigo do chavismo na América do Sul) Álvaro Uribe, por meio de seus representantes na reunião da OEA afirmou que as guerrilhas FARC e ELN estão ativas