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Mostrando postagens com o rótulo BRIC

Nossos aliados

Nossos aliados nos BRICS andam ocupados em agendas, no mínimo, controversas. Sempre repito aqui que qualquer um que estude e trabalhe com Relações Internacionais, cedo ou tarde terá que conviver e apertar as mãos de gente imprópria para o consumo humano, tudo em nome dessa quimera política chamada Interesse Nacional. Ás vezes a diplomacia brasileira exagera nas deferências a esses parceiros problemáticos, vez ou outra algum presidente chama ditador de irmão, ou abrimos uma residência oficial para a estadia de outro. Mas, isso é esporádico, pontos fora da curva. O problema é quando parceiros estratégicos de alto relevo agem de maneira controversa e essa aliança acaba impondo um silêncio conivente do Brasil, para um país que tem buscado com muito afinco o status de Ator Global, ou seja, por definição uma voz relevante nos assuntos planetários. E esse projeto tem se calcado na aliança com os outros gigantes emergentes. A China tem se movimentado para restringir as liberdades indivi

STRATFOR: The End of Consensus Politics in China

Há um elemento de coesão entre os BRICS que se bem resolvido pelos membros seria uma contribuição sem igual para elevar a qualidade de vida de quase metade da humanidade, a corrupção. Mas, troca de experiências no combate a esse mal endêmico nesse ajuntamento de países não é o que se chama de agenda positiva, não será mais que um parágrafo em um discurso ou nos communiqué das reuniões de cúpulas. E caso o tema seja tratado multilateralmente será em eventos e reuniões dos órgãos responsáveis, atividade enriquecedora para os participantes, mas não colocará o tema na agenda do dia real, será como sempre ferramenta retórica. O texto abaixo é uma análise do Stratfor que fala da campanha de combate a corrupção empreendida pela nova liderança chinesa, que pode está indo além do tradicional uso do combate a corrupção como cortina de fumaça para eventuais expurgos políticos. No cerne está a luta para a manutenção do poder político nas mãos do Partido Comunista. A leitura é mais que recome

Cúpula dos BRICS IV: O comércio em moeda local, por Paulo Roberto de Almeida

Um aspecto da retórica que emanou da cúpula dos BRICS recém terminada foi a eterna discussão de comércio bilateral em moeda local, sempre defendida para acabar com hegemonia do dólar, ou como dizem os entusiastas desse arranjo financeiro, para acabar com a hegemonia comercial estadunidense (minha aversão a esse termo é melhor explicada aqui ). Quase sempre os entusiastas dessa solução deixam de lado ou subestimam a questão da liquidez e do processamento dessas operações de comércio exterior, que é um sistema bem azeitado e construído pela necessidade prática dos países e dos exportadores. Paulo Roberto de Almeida que é diplomata e alguém que me arrogo (com alguma vaidade) chamar de amigo manifestou sua visão, sempre embasada pelos anos de leitura sistemática e pela produção acadêmica profícua algumas inconsistências nessa visão, mais ideológica que prática. Abaixo um texto veemente e com pitadas de humor tão peculiares ao professor. Contra a hegemonia do dolar: uso de moedas nac

Cúpula dos BRIC – III: Um novo banco

Governança, governança, governança. É só no que pude pensar quando ouvi a primeira vez que se pretendia criar um banco de fomento multilateral entre os países do BRICS e um Acordo de Contigência. Afinal, falamos aqui do ‘rico dinheirinho’ dos pagadores de imposto dessas nações, que será empregado. E dinheiro privado convertido em público pela via coercitiva dos impostos tem que ser muito bem gerenciado, ou pelo menos deveria ser. A negociação para criação efetiva do Novo Banco de Desenvolvimento – NBD não foi fácil e nem poderia ser em se tratando de um compromisso concreto entre países tão distintos em ambições e poder. O governo brasileiro estava pressionado por uma necessidade de mostrar algum resultado em Política Externa, onde ataques veementes são feitos ao período Dilma. A Rússia precisava demonstrar que não está isolado pelas sanções (pífias) de EUA e EU, assim ficou aberto o caminho para que a sede do banco fosse para o núcleo dos BRICS que é a China e ainda com a conveni

Cúpula dos BRICS – II. Encontro Empresarial dos BRICS, por Sophia Mattos Mesquista

Abaixo o relato de uma competente internacionalista (e colega de geração na UCB) Sophia Mattos que opera no comércio exterior sobre o Encontro Empresarial dos BRICS. E dá a perspectiva de alijamento (e também o baixo engajamento) dos empreendedores e empresários do processo dos BRICS e em parte isso mostra o que costumo chamar em minhas palestras e textos de falta de “dentes” desse grupo, ou seja, falta de profundidade e integração das sociedades. Muita conversa, pouca ação por Sophia Mattos Mesquista* Boa comida, muita conversa e pouca ação. Assim se resumiu o Encontro Empresarial dos BRICS, realizado ontem (14/07), em Fortaleza, por ocasião da VI Cúpula do grupo. Com um esquema de segurança impecável, um visual luxuoso e inúmeras presenças internacionais de peso, o encontro prometia. A despeito da eloqüência dos expositores, as palestras do Fórum Empresarial mais pareciam uma tentativa de preencher agenda, do que discutir temas relevantes de interesse da classe empresária pr

Cúpula dos BRICS – I

A Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 se foi, mas um novo convescote de proporções globais chegou ao nosso litoral (na linda Fortaleza), claro o título dessa postagem já entrega que trato da VI Cúpula dos Chefes de Estado dos BRICS. Esse ajuntamento de países parece estar obstinado em realmente se tornar um bloco e com a tentativa de UE e EUA de isolar ou no mínimo constranger as ações de Putin, essa cúpula é uma bela demonstração da impossibilidade dessa estratégia. O Fundo de equalização e o Banco dos BRICS parecem iniciativas concretas e que se coadunam com as estratégias que o gigante chinês estar a usar na Ásia. Mas, o desafio dos BRICS vai muito além da reforma da governança financeira global, os membros do bloco abrigam em suas fronteiras nada mais, nada menos que 60% das pessoas em condições análogas a escravidão no planeta. Abaixo vai um texto meu de fevereiro que trata desse assunto que não se iludam nos impacta a todos. Escravidão moderna: Um grave problema humano Em mi

Megaeventos e BRICS: Protestos e mais protestos, um pouco de contexto

O Brasil por esforço do governo e diversas organizações não estatais (como Igrejas e federações esportivas) trouxe para o Brasil alguns dos mais chamativos megaeventos do mundo. A estratégia construída durante o boom das commodities parecia clara: dinamizar o turismo e reforçar a imagem do Brasil e assim marcar um novo status nacional. E, talvez alimentada pelos resultados positivos dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Outros emergentes se valeram da mesma estratégia. Temos as Olimpíadas de Pequim, na China, em 2008, a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, os Jogos Olímpicos de Sochi 2014 e em menor escala os Jogos da Commowealth, em Nova Déli, 2010, com exemplos dessa estratégia. Outro traço comum a esses eventos é que todos provocaram ondas de protesto. O Brasil se arrogou receber uma seqüência de megaeventos com os Jogos Mundiais Militares, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Quando esses compromissos foram assumidos

Dilma na China: Um pouco de contexto

A presidente Dilma chegou à China depois de uma breve passagem pela Grécia. É a terceira viagem internacional da mandatária e sua primeira visita ao gigante chinês e apesar de grande repercussão em torno da inclusão de temas de Direitos Humanos não há dúvidas que são os negócios a preocupação número 1. A emergência da China como principal parceiro comercial brasileiro foi um dos fatores principais para minorar os efeitos da crise financeira global, contudo trouxe consigo um grande desafio que é o fato da pauta de exportações brasileiras para China ser primordialmente composta por commodities, em especial as metálicas como o minério de ferro e das importações primordialmente produtos manufaturados. Há na literatura econômica internacional uma relação (cepalina até onde não tem mais) denominada deterioração de termos de troca, que grosso modo explícita que numa situação em que se exporta produtos primários e se importa produtos acabados você passa a ter que exportar maiores volumes p

Jogos redentores?

Essa enorme nação em desenvolvimento, parte do grupo denominado como BRIC, vive um momento econômico excelente e tem conseguido se manter incólume (ou quase) no cenário de crise global ainda que sofra com corrupção de agentes públicos e com as chuvas e as inundações em seus centros urbanos (mesmo e principalmente nos maiores, mais ricos e mais importantes). Esse governo decidiu demonstrar seu novo momento sediando um mega-evento esportivo, que supostamente marcaria seu lançamento a um novo patamar de reconhecimento e prestigio internacional. Para isso escolheu uma de suas mais conhecidas cidades. Parece familiar, não? Mas, estou a falar da Índia e os “Commomwealth Games”. Uma história que pode nos servir de aviso. Há algum tempo acompanho na imprensa internacional, notadamente a BBC, uma crescente preocupação com a estrutura dos jogos. O que no começo poderia parecer, para alguns, preconceito dos “loiros de olhos azuis” com nações pobres ou arrogância européia, ou uma batalha norte-su

IBAS e BRIC - Uma reflexão (mais da mesma nota)

Há muito entusiasmo entre analistas sobre esses esforços chamados de sul-sul, ainda que considerar a China, membro do Conselho de Segurança da ONU, como sul (tanto geograficamente, como no sentido “terceiro-mundista” da expressão) é uma estrapolação metodológica. As duas siglas que dão título a esse texto dizem respeito a Índia, Brasil, África do Sul, Rússia e China (não é difícil quem está em que grupo). Ambos os grupos se reuniram em Brasília na semana passada imagino o transtorno no transito da área central da capital, que em ocasiões como essa, costuma ser fechado, com reforço de segurança, que por vezes incluí tanques e veículos militares blindados, helicópteros de combate e um exército de voluntários, em sua maioria estudantes de relações internacionais reforçando o quadro do Itamaraty e sendo tratados “bem que só”, e claro que esses valorosos universitários em busca do dinheiro que sempre se esconde dos estudantes, também trabalham como motoristas e guias bilíngües (testemunhan

Caminhos do Brasil (parte – I)

Desafios Internos Enquanto boa parte da população brasileira se concentrava nas venturas e desventuras “indianas” do folhetim global (diversão justa, não sou desses chatos que culpam a cultura de massa e a novelas por tudo de errado), outro folhetim não menos pitoresco se desenvolve em Brasília, a novela em questão como já nos diz o título é referente aos caminhos do Brasil. Essa novela não tem definição fácil de núcleos, nem de mocinho ou bandidos, mas impacta diretamente o futuro de todos nós cidadãos brasileiros, ou estrangeiros que aqui residam, e por causa da crescente interdependência de certa maneira impacta a vida global. O momento é pitoresco, por que é um dos raros momentos na história recente em que e o Brasil está com a economia bem manejada, há democracia e parece existir nas correntes de opinião pública uma crescente preocupação com os caminhos da inserção nacional brasileira, não mais em termos de “entreguismo” versus “nacionalismo” (embora alguns insistam em assim

BRIC’s na Rússia: Cúpula discreta, resultados intrigantes

Os Líderes de Brasil, Rússia, Índia e China se reuniram dia 16 de junho na (semi) impronunciável cidade de Ecaterimburgo, na Rússia. Para a primeira reunião de cúpula do bloco criado a partir das análises dos economistas do Goldman Sacks. (Que pegou, por sinal). [ Aqui você encontra, na íntegra, os documentos que serão citados no decorrer do texto, link do MRE, em inglês.] O noticiário internacional se focou nos últimos dias nas manifestações decorrentes da suspeita sobre a eleição iraniana, novas sansões econômicas e militares a Coréia do Norte com apoio da Rússia e China (coincidentemente ou não o comércio de armas leves não foi embargado, um monopólio chinês, mas esse não é ponto nesse texto), e pela controvérsia sobre o mapa de votação do Brasil no âmbito da comissão de Direitos Humanos da ONU, capitaneada pela força e prestigio da ONG Human Rigths Wacth, nesse contexto os parcos minutos devotados ao internacional nos telejornais e as páginas de jornal alocadas para isso não fizer

Lula em Genebra, mas a expectativa mesmo é pela cúpula dos BRIC’S

Genebra Teremos uma segunda-feira interessante com o Presidente Lula em Genebra, Por sinal a agenda do Presidente está carregada nessa segunda, copio do site da Presidência da República: ( aqui ) “Presidência da República AGENDA DO SENHOR PRESIDENTE Segunda-feira 15 de junho de 2009 Horário local de Genebra/Suíça: mais 5h em relação a Brasília 08:30 - Entrevista à imprensa esportiva internacional Hotel Intercontinental, Sala Madri, 1º Piso 10:00 - Sessão do Conselho de Direitos Humanos Palácio das Nações, Sala XX 11:00 - Encontro com grupo de sindicalistas Palácio das Nações, Sala dos Delegados 12:15 - Assinatura de declaração conjunta pelo Presidente da República e pelo Diretor-Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia Palácio das Nações, Sala X 12:30 - Participação na 98ª Conferência Internacional do Trabalho Palácio das Nações, Plenária da OIT 13:30 - Almoço com o Presidente da França, Nicolas Sarkozy Ancienne route 22, 1.218 Grand Saconnex 15:05