Pular para o conteúdo principal

Lula em Genebra, mas a expectativa mesmo é pela cúpula dos BRIC’S

Genebra

Teremos uma segunda-feira interessante com o Presidente Lula em Genebra, Por sinal a agenda do Presidente está carregada nessa segunda, copio do site da Presidência da República: (aqui)
“Presidência da República
AGENDA DO SENHOR PRESIDENTE

Segunda-feira
15 de junho de 2009


Horário local de Genebra/Suíça: mais 5h em relação a Brasília

08:30 - Entrevista à imprensa esportiva internacional
Hotel Intercontinental, Sala Madri, 1º Piso

10:00 - Sessão do Conselho de Direitos Humanos
Palácio das Nações, Sala XX

11:00 - Encontro com grupo de sindicalistas
Palácio das Nações, Sala dos Delegados

12:15 - Assinatura de declaração conjunta pelo Presidente da República e
pelo Diretor-Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
Juan Somavia
Palácio das Nações, Sala X

12:30 - Participação na 98ª Conferência Internacional do Trabalho
Palácio das Nações, Plenária da OIT

13:30 - Almoço com o Presidente da França, Nicolas Sarkozy
Ancienne route 22, 1.218 Grand Saconnex

15:05 - Encontro com o Secretário-Geral da União Internacional de
Telecomunicações (UIT), Hamadoun Touré
Sala do Secretário-Geral da UIT, 14º andar

15:25 - Cerimônia de entrega do prêmio World Telecommunications and
Information Society
Sede da UIT, 2º subsolo

15:50 - Entrevista coletiva de imprensa
Sede da UIT, Sala de Conferências

16:40 - Partida para Ecaterimburgo/Rússia
Aeroporto Internacional de Genebra"


Segundo o Portal G1 (aqui): “Lula também "defenderá a importância dos direitos econômicos, sociais e culturais, necessários para garantir uma vida digna para todos e para preservar direitos civis e políticos, com o objetivo de consolidar o Estado de Direito e construir sociedades democráticas, justas e prósperas", disse o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach.

OIT

Depois, o Presidente participará da 98ª Conferência Internacional do Trabalho, convocada pela OIT, na qual alertará sobre os perigos da atual crise financeira internacional para os trabalhadores do mundo.”

A luz dessas declarações e sabendo que há uma reunião com sindicalistas marcada na agenda do presidente, alguém duvida que os loiros de olhos azuis serão culpados de novo pela perda de empregos?

Uma análise prévia sobre a cúpula dos BRIC’s

Eu sei que o assunto é a reunião dos BRIC’s Rússia. Mais uma cúpula, dessa vez dos principais emergentes que tentam dar contornos institucionais, ao menos informais, a sigla criada pelo setor financeiro, pelo banco de investimentos (palavrão nesses dias que vivemos) Goldman Sacks, são os países mais representativos dos emergentes, todos possuem, indubitavelmente desafios semelhantes impostos pela geografia e demografia. E todos têm complicações regionais para lidar, estão envoltos em todo tipo de desafio geopolítico, de maneira resumida, temos a Rússia, tentando restabelecer sua liderança sobre o antigo bloco soviético, a Índia, com vizinhos como Paquistão, Myamar e relações amistosas e cooperativas com o Irã, pode ser chamada a maiores responsabilidades no mapa global. A China tem que lidar com a crise de demanda, com suas reservas atreladas ao destino do Dólar e com a Coréia do Norte, além da África, onde estão fornecedores importantes. Brasil tem problemas com a porosidade das fronteiras e com demandas de vizinhos, desafios a sua liderança regional, efeitos da crise.

Por conta do G-20 fiz um levantamento econômico e demográfico dos BRIC’s, vale a pena ser consultado para por em contexto, o tamanho e influencia econômica dos emergentes. (aqui)

Essa primeira reunião de cúpula do grupo emergente, além de declarações de objetivos comuns deve ser uma tentativa de concertação nesse grupo que tem disputas acirradas principalmente sobre as Salvaguardas Especiais aplicadas a Agricultura em negociação na Rodada Doha. E claro a pauta não pode deixar de incluir discussões acerca dos atuais desafios econômicos bem como a maior participação dos emergentes no contexto do G-20. Além de temas gerais de interesse de cada membro, o Brasil, por exemplo, deve investir na sua agenda de defesa dos Bicombustíveis e de reformas nas Nações Unidas esse ultimo item há um interesse compartilhado da Índia.

Mas cada coisa há seu tempo, vamos esperar as declarações e documentos provenientes dessa reunião para tentar projetar políticas conjuntas (ou não).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fim da História ou vinte anos de crise? Angústias analíticas em um mundo pandêmico

O exercício da pesquisa acadêmica me ensinou que fazer ciência é conversar com a literatura, e que dessa conversa pode resultar tanto o avanço incremental no entendimento de um aspecto negligenciado pela teoria quanto o abandono de uma trilha teórica quando a realidade não dá suporte empírico as conjecturas, ainda que tenham lógica interna consistente. Sobretudo, a pesquisa é ler, não há alternativas, seja para entender o conceito histórico, ou para determinar as variáveis do seu experimento, pesquisar é ler, é interagir com o que foi lido, é como eu já disse: conversar com a literatura. Hoje, proponho um diálogo, ou pelo menos um início de conversa, que para muitos pode ser inusitado. Edward Carr foi pesquisador e acadêmico no começo do século XX, seu livro Vinte Anos de Crise nos mostra uma leitura muito refinada da realidade internacional que culminou na Segunda Guerra Mundial, editado pela primeira vez, em 1939. É uma mostra que é possível sim fazer boas leituras da história e da...

Ler, Refletir e Pensar: The Arab Risings, Israel and Hamas

Tenho nas últimas semanas reproduzido aqui artigos do STRATFOR (sempre com autorização), em sua versão original em inglês, ainda que isso possa excluir alguns leitores, infelizmente, também é fato mais que esperado que qualquer um que se dedique com mais afinco aos temas internacionais, ou coisas internacionais, seja capaz de mínimo ler em Inglês. Mais uma vez o texto é uma análise estratégica e mais uma vez o foco são as questões do Oriente Médio. Muito interessante a observação das atuações da Turquia, Arábia Saudita, Europa e EUA. Mas, mostra bem também o tanto que o interesse de quem está com as botas no chão é o que verdadeiramente motiva as ações seja de Israel, seja do Hamas. The Arab Risings, Israel and Hamas By George Friedman There was one striking thing missing from the events in the Middle East in past months : Israel. While certainly mentioned and condemned, none of the demonstrations centered on the issue of Israel. Israel was a side issue for the demonstrators, with ...

Teoria geral do comércio de Krugman e Obstfeld

Modelo elaborado por KRUGMAN e OBSTFELD (2001, p 65) propõe um formato de comércio internacional baseado em quatro relações: a relação entre a fronteira de possibilidades de produção e a oferta relativa; a relação entre preços relativos e demanda; a determinação do equilíbrio mundial por meio da oferta relativa mundial e demanda relativa mundial; e o efeito dos termos de troca [1] sobre o bem estar de uma nação. Quanto ao primeiro item a inferência desse modelo é suportada pelo conceito microeconômico que uma economia, sem deformidades, produz em seu ponto máximo da fronteira da possibilidade de produção, como esse modelo assume mais de um fator e mais de um bem, a forma como a distribuição se dará será determinada pela oferta relativa de determinado bem alterando as possibilidades de produção de toda a economia por alocar mais recursos na produção desse bem. No que se refere à relação entre preços relativos e demanda pressupõe que a demanda por determinado bem deriva da relação entre...