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Mostrando postagens com o rótulo Dúvidas dos Leitores

Profissão internacionalista: Um relato da vida real

Uma pergunta está presente sempre que recebo um e-mail perguntando sobre o curso e a carreira em Relações Internacionais ou quando falo a secundaristas sobre o assunto é a famosa “Quem faz RI viaja muito, né?”. A minha resposta é sempre um enigmático – e por vezes, decepcionante – depende. Isso porque há vários tipos de inserção profissional possível e alguns de nós temos uma maior necessidade de rotina e dificuldades de sair da base. Bom, está claro que estou nesse grupo, talvez seja meus 1,91m que tornem toda a experiência de voar constantemente um tanto desconfortável, até mesmo dolorida e a insônia torna dormir em diversos fusos e camas de hotel um desafio hercúleo, não me levem a mal, adoro fazer turismo, mas viajar a trabalho é pegado. Mas, como reconheço que minha habitual verve ranzinza pode atrapalhar a análise da questão trago o depoimento da minha querida amiga, colega de universidade e linda chefe, Carolina Valente* que além de empreendedora dedicada na sua empresa a

Empregos em RI: Esperança renovada

“A esperança não é nem realidade nem quimera. É como os caminhos da terra: na terra não havia caminhos; foram feitos pelo grande número de passantes.” Lu Hsun. In “O país natal”. O tema empregabilidade domina os e-mails que recebo de leitores e os fóruns dedicados a relações internacionais. Não por acaso deve haver pelo menos 30 textos dedicados ao tema nesse site. E sempre tento passar minha experiência e as dos meus amigos que acompanho de perto. O tema sempre volta, por que sejamos francos nos sustentar é algo importante e vital se me permitirem essa tautologia. Pois bem, no próximo dia 19 de novembro ocorrerá uma grande festa que encerrará os festejos de 15 anos de existência do Curso de graduação em Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília. E como parte dos preparativos para essa data temos empreendido um esforço para “rastrear” todos os egressos de nosso curso. Nesse esforço temos criado uma rede de contatos e o que os dados empíricos me mostram é um tes

Ajuda pra encontrar esses livros

Enquanto termino de pesquisar o texto que preparo sobre o tal “Novo Regime Automotivo” aproveito para repassar a todos vocês o pedido que me foi feito por uma leitora que se prepara para a seleção do mestrado em Relações Internacionais, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e que procura alguns volumes que não tem achado no mercado. Os livros são: GONÇALVES, Williams da Silva. O Século Sombrio - Uma História Geral do Século XX. Rio de Janeiro: Campus, 2004. FLEMES, Daniel.  Regional Leadership in the Global System. Ideas, Interests and Strategies of Regional Powers. Burlington, Ashgate, 2010,  HALLIDAY, Fred. Repensando as Relações Internacionais. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1999.  HURREL, Andrews, LIMA, Maria Regina Soares de, HIRST, Monica, MACFARLANE, Neil, NARLIKAR, Amrita, FOOT, Rosemary. Os Brics e a Ordem Global  DUROSELLE, Jean-Pierre. Todo Império Perecerá. (com Anexo 3 VIGEZZI, Brunello. “Teóricos” e “historiadores” das relações internacionais) A leitora parece inte

Conselho para quem quer cursar Relações Internacionais

Toda semana me chegam diversos e-mails e mensagens pelas redes sociais de pessoas em busca de informações sobre o curso de Relações Internacionais, sobre empregos, sobre que idiomas falar, onde cursar, que atividades complementares. Tento responder da maneira mais completa e mais rápida possível, na maioria das vezes respondo por e-mail, outras vezes publico aqui na sessão “ Dúvidas de Leitores ”. Raramente as perguntas são relacionadas a como construir uma carreira e entendo da perspectiva de quem ainda não sabe o que vai estudar pensar em estruturar uma carreira é uma abstração distante. Quando muito pensam em onde conseguir trabalho – o que é uma questão pertinente, diga-se de passagem – mas não vou me atrever, contudo a dar uma receita de como ter uma carreira de sucesso. Acredito que cada um tem seu próprio caminho a trilhar. Ainda assim, vou me arriscar aqui e deixar um conselho, talvez a mais importante lição que aprendi até aqui. Façam amizades. Sim é óbvio, eu sei. Mas, ent

Uma justa e merecida homenagem a nova Secretária Nacional do Audiovisual

Foi nomeada hoje para o cargo de Secretária Nacional do Audiovisual Ana Paula Dourado Santana. Ana Paula ou simplesmente Aninha para os mais íntimos é uma dessas pessoas cuja força criativa e a energia é contagiante. É impossível conviver com ela sem se inspirar a executar seus projetos. Ana Paula é uma amiga querida (uma das que mais falta sinto dos tempos de Brasília), mas também é uma das pessoas mais capazes que conheci em minha vida. Alguém que é capaz de lidar com inúmeros e complexos assuntos com desenvoltura, um verdadeiro exemplo de alguém multi-tasking. Mais que isso é uma internacionalista (ainda não gosto do termo) e advogada com raro senso analítico conjugado é claro com uma noção prática quase desconcertante. Aqui nesse blog meus leitores já se habituaram a ler críticas e ceticismo em direção a administração federal, principalmente no loteamento partidário que é feito em cargos vitais. Ana Paula é um alívio nesse sentido alguém de formação e experiência técnica (que clar

Mais dúvidas sobre o curso de relações internacionais ou domingo de leitores

Novamente abro espaço nesse blog para responder dúvidas sobre relações internacionais que me chegam via e-mail. Como sempre transcreverei trechos dos e-mails resguardando a identidade de meus correspondentes. Essa semana o tema da consulta é a clássica questão sobre empregabilidade em sua encarnação sobre campos de atuação. Abaixo transcrevo o e-mail da forma como me chegou, claro omitindo informações pessoais: Bom ano que vem começo meu curso de RI [...] e depois de muito tempo pesquisando, conversando com gente da area, e aliando o meu gosto em facilidade de aprendizado em Historia, Geopolitica, Politica, Idiomas, e outras areas relacionadas, surgiram umas duvidas agora depois de dar uma olhada a esse topico..primeiro se refere as linguas, tenho fluencia no ingles, e um espanhol de nivel intermediario graças a um curso internsivo em Madrid durante as ferias, e a 3 lingua como vi aqui é algo inevitavel, entao minha duvida seria se eu curso a 3 lingua que no caso seria o frances ou o

Dúvidas de leitores – curso de relações internacionais, características pessoais e empregabilidade

Já há um bom tempo tenho pedido que os leitores leiam os textos que publico no marcador ‘Dúvidas de Leitores’. O objetivo expresso e real desse pedido é uma tentativa de maximizar o meu tempo e de evitar que esse blog fique repetitivo. Essa semana (bom na verdade nessas ultimas semanas) recebi alguns e-mails sobre dúvidas bem básicas a respeito das relações internacionais e claro o onipresente tema da empregabilidade. Não foram poucas as vezes que não recebi nenhum tipo de feedback dos que respondo aqui. Imagino que seja por que receberam a resposta nos moldes que imaginaram, ou não gostaram simplesmente do que eu disse. Não tenho nenhuma agenda de destruição dos sonhos alheios, como me chegaram a acusar certa vez em um debate virtual. Eu apresento a visão que tenho sobre o curso, as possibilidades de carreira e um pouco da minha trajetória e das trajetórias que conheço. Policio-me bastante para que certas frustrações de momento que o exercício profissional apresenta transpareçam. Ma

Vaidade e realidade – Domingo de leitores

Essa semana três conversas com leitores me chamaram a atenção. A primeira foi um leitor que já respondi em ocasião anterior que voltou para pedir um auxílio em uma matéria de relações internacionais. Faço o destaque aqui por conta da raridade que é o feedback dos que eu pacientemente respondo. A segunda conversa foi um comentário feito por uma leitora habitual que tenho como amiga (ainda que virtual) que expressava o mais comum sentimento dos graduandos em relações internacionais, o descontentamento com a falta de oportunidades de trabalho na área. A terceira conversa foi um dos mais simpáticos e-mails que já recebi nesse canal de comunicação do blog com vocês que não contém nenhuma pergunta apenas tece elogios a esse site. E como minha vaidade hoje pede passagem tratarei primeiro desse e-mail. Aliás, não há nada a tratar a não ser dar vazão ao arroubo de vaidade que hora enfrento. Segue o texto como me chegou (acho que haverá quem creia que estou a inventar). Perfeito o seu site...

Bibliografia Básica de Relações Internacionais – Domingo de leitores

Essa semana recebi uma solicitação muito simpática, que já havia recebido antes, mas desta feita decidi dar uma reposta. Transcrevo o e-mail da forma que me chegou: Recentemente fui direcionado para o seu blog e gostei bastante dos posts que li. Não atuo na área de Relações Internacionais, no entanto, sou bastante interessado no assunto. Por isso, gostaria de sua ajuda para saber a biliografia "obrigatória" para quem pretende fazer uma graduação. Não tenho possibilidade de estudar R.I em uma faculdade, mas tenho interesse em estudar por minha conta. Se puderes me ajudar ficarei muito grato. Bom, como guia para responder isso de maneira mais neutra possível, isto é, não citando apenas livros que me influenciaram, busquei os velhos programas de aula dos tempos de universidade (fiz uma subseqüente pesquisa para ver se a lista estava deverás desatualizada, o que não estava). Muitos desses livros serão difíceis de encontrar fora das bibliotecas mais bem equipadas, (uma trágica

Mais um domingo de leitores

Essa semana recebi duas perguntas por meios distintos, uma chegou por Twiiter e a outra pelo tradicional e-mail. As duas são variantes do tema mais comum aqui que é a busca dos leitores por informações sobre o curso, embora sejam questionamentos originais o que estimula a confecção desse texto. O primeiro diz respeito a difícil tarefa de lidar com país que participam ativamente do processo de escolha de uma carreira e por vezes fazem óbice a escolha de seus filhos, maior parte não o faz por desejo de controlar a vida dos filhos, ou por razões egoísticas, mas sim por legítima preocupação quanto ao futuro dos filhos, já recebi perguntas de mães, que se preocupavam com o sustento futuro de seus filhos. A pergunta como me chegou: “@ coisasinter  Como convencer minha mãe a deixar eu fazer RI?” Como o Twiiter é uma mídia que se marca por textos curtos a pergunta fica um tanto lacônica. E assim na falta de maiores detalhes parto do pressuposto que a objeção da mãe do leitor se deve ao fato

Domingo é dia de responder aos leitores desse blog

Antes de tratar diretamente das respostas devo registrar aqui a gentil resposta que a leitora que me perguntou sobre Portugal. A resposta é mais gentil se considerar que não a respondi diretamente, coisa que queria ter feito, mas não tive tempo de efetuar a pesquisa. Ainda assim ela deixou uma (infelizmente) rara mensagem de feedback. Por isso agradeço. Essa semana recebi duas mensagens distintas a primeira de um leitor com experiência de vida, que decidiu mudar de carreira e optou por relações internacionais, ciente das dificuldades do mundo real ele me pergunta sobre atividades e cursos complementares que o ajudem a mitigar as dificuldades do mercado. Já o segundo me pede uma ajuda para confeccionar um trabalho acadêmico dos primeiros ciclos do curso, da famosa matéria Teoria das Relações Internacionais – I, a minha resposta talvez não seja como ele queria, mas é bem intencionada, isso se intenção realmente conta. Começo por transcrever trechos do primeiro e-mail que recebi. Corto

Uma pergunta, uma resposta. De algum modo é o domingo de leitores

Hoje eu li no Twitter um questionamento legítimo que me foi feito por uma moça carioca que parece bastante interessada na vida política brasileira, digo isso pelo teor das mensagens dela nesse sistema de microblog que mostram preocupação com o uso do dinheiro público e com a compatibilidade moral dos candidatos com os cargos pretendidos. O questionamento não poderia ser mais simples, direto e difícil de responder no rigor dos 140 caracteres. A pergunta era “por que você não gosta do Celso Amorim?”. Bom, para responder isso tenho que antes colocar que não conheço o Ministro pessoalmente, já o vi em eventos que participei quando morava na capital e em espaços de convivência (restaurantes, café, etc.), isso posto devo dizer que tenho divergências quanto a maneira que ele conduz a política externa brasileira e com suas visões pessoais expressas em seus livros, artigos e até mesmo entrevistas. Uma pesquisa em meu blog mostrará que há inúmeros textos que tratam da política externa e que c

Domingo de leitores pá!

Recebi uma simpática missiva eletrônica nessa semana que me fez uma pergunta desconcertantemente inteligente que gostaria de estar agora a escrever a resposta, mas os remédios para gripe e para dor (contundi a articulação do maxilar o que tem doído bastante, mas chega de aborrecê-los com pormenores da minha vida privada) impediram a pesquisa detalhada, mas ainda assim pretendo oferecer alguma ajuda a essa leitora. Antes vou transcrever o e-mail como me chegou, exceto o nome da remetente, claro. O e-mail: Boa tarde Gostei muito de ter encontrado seu blog, pois ele da uma grande luz aos vestibulandos. Mas escrevo para pedir uma certa ajuda com uma questão digamos que Coimbrã entre um amigo e eu. Ele afirmou que nas origens de Portugal em quesito de formação econômica, a nobreza   pode ser totalmente equiparada a burguesia Eu não concordei, pois sempre há as exceções Bem tentei pesquisar alguns artigos na internet ou livros na biblioteca mas não acho como formular uma resposta Então gost

Domingo é dia de atender aos leitores

A vaidade me impulsiona a começar esse texto constatando que esse é o meu texto de número 502, uma boa marca se considerarmos que por vários períodos estive sem acesso competente a internet. É um bom número, também, por que desde textos são de minha própria lavra no mínimo 400 deles. Deixando a vaidade e os números de lado. Essa semana recebi alguns e-mails e selecionei três que se coadunam com as regras que coloquei para responder aos e-mail, aproveito para relembrar que essas regras não são fruto de algum surto autoritário, mas visam apenas maximizar o tempo que dedico a esse oficio de responder a questionamentos que recebo. Nem sempre a resposta que eu ofereço é a que o leitor quer e sim a que julgo necessária e feita de boa-fé, com base nas minhas experiências. O primeiro dos três e-mails é o mais difícil de responder, por que se o responder como tenho vontade acabarei por fazer todo o trabalho que cabe ao leitor e lhe robarei a oportunidade de aprender, alias ele como será visto