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Mostrando postagens com o rótulo Liberalismo

Incomoda o crescimento do Peru? Uma resposta a um comentário

Não sou dado a responder críticas anônimas, mas vez outra não só publico uma, como acho que ela é digna de um escrutínio. Foi o caso de uma que recebi em meu texto “ Elucubração Econômica ” que me trata com alguns termos bem fortes, mas nada que eu não seja capaz de agüentar, afinal sou um homem feito e não vou ficar choramingando por que alguém não concorda comigo, creio que quem se põe a escrever na rede tem que estar apto pra lidar com críticas. Assim escreveu o comentarista anônimo, pretendendo responder a pergunta que fecho o texto referido: “O que ganhamos em troca? Pleno emprego, desenvolvimento economico e social, economia sólida, estabilidade. Os projetos liberais podem ser muito lindos, mas jamais funcionam pro sul. Os textos desse blog ja foram bons, hoje nada mais são do que distribuição gratuita de bravatas pró-imperialismo. Uma pena, pois aqui eu lia as melhores analises. Comparar a situação de crescimento do Peru e dos paises do pacifico com a nossa chega a ser u

Elucubração econômica

Visitei o Equador no início dos anos 2000 e pelas ruas de Quito um grafite chamou a minha atenção ele dizia: “ALCA, Al carajo, Yanks go home”, a época o recém empossado governo Lula construía o que alardeavam como sua maior vitória política, o torpedeamento da Área de Livre Comércio das Américas, como se dizia a época o bloco que iria da Tierra del Fuego ao Alaska . Anos depois o falecido Chávez usaria a mesma expressão elegante, em Mar del Plata. O argumento principal era o temor da economia brasileira e da região se tornariam satélites da economia americana, além é claro das dificuldades de sempre, ou seja, agricultura protegida pelo lado americano e serviços blindados pelo lado brasileiro. Tudo que envolve parceria ou associações com os EUA, acaba sendo decidido com o fígado no Brasil, ou seja, preconceitos ideológicos (e concordâncias cegas, também) dominam o debate, o abstrato interesse nacional é torturado até confessar o que as correntes de opinião desejam. A tese venced

Uma imagem que resume o estado da liberdade econômica em nosso continente

Vi esse mapa no sempre excelente Diplomatizzando . Esse mapa mostra o que sempre defendi aqui, que o Brasil é um país ainda muito fechado a competição externa o que prejudica os consumidores, principalmente os mais pobres. Fica claro, também, a crescente divisão da América do Sul com atlânticos fechados e intervencionistas e pacíficos mais liberalizantes. A fonte é o “2014 Index of Economic Freedom” da Heritage Foundation, se você quer saber mais sobre a metodologia do trabalho veja aqui .

Uma opinião contrarianista sobre a integração regional na América do Sul

Iconoclasta por natureza e usuário refinado da ironia, o diplomata, autor – dos mais profícuos – e professor Paulo Roberto de Almeida a despeito de sua profissão opina com independência e nesse texto curto, que obviamente não tem o esmero analítico dos livros do professor, mas que nos trás elementos provocativos. Esse pequeno texto que transcrevo abaixo é um comentário feito a reportagem ‘Da Rede Brasil Atual’ publicada em 20/07/2017, intitulada: “Para Amorim, oposição brasileira à Alca mudou agenda da América do Sul” Amorim: oposição brasileira à Alca mudou agenda da América do Sul Mudou, sim, claro que mudou. Imediatamente após a implosão da Alca pelos companheiros -- with a little help from their friends, Chávez and Nestor -- os países interessados fecharam negociações bilaterais ou plurilaterais com os Estados Unidos e grande parte deles assinou acordos de livre comércio. Com isso mudou completamente a tal de "geografia comercial" da América do Sul: os países interessa

Algumas considerações sobre o protecionismo

Pode-se definir (ainda que de modo simplista) protecionismo como uma série de políticas públicas que visam resguardar da competição externa, determinados setores da indústria nacional. Há vários modos em que se manifesta o protecionismo desde os mais ostensivos como altas tarífas alfandegárias e proibições ou quotas de importação. Quanto de modo mais insidioso como barreiras técnicas, fito-sanitárias e burocráticas. O sistema multilateral de comércio inaugurado pelo GATT-1947 que objetiva a liberalização  do comércio internacional, foi construído por meio de tensas batalhas diplomáticas nas Rodadas de negociação. A evolução da institucionalidade nesse campo se deu de uma maneira lenta e enfrentando grande resistência dos Estados, sempre naturalmente avessos a cessão de soberania. Essa evolução acabou por criar um sistema multilateral que não só elabora regimes internacionais e marcos regulatórios de temas ligados ao comércio, como também criou mecanismos de verificação das políti

Novo Regime Automotivo, velho protecionismo

[O texto ficou longo, mas vale à pena, coragem] Ontem o governo federal anunciou o “Novo regime Automotivo” que elevou em 30 pontos percentuais a alíquota do IPI pago para os automóveis comercializados em território nacional, contudo as montadoras que provarem entre outras coisas um mínimo 65% de conteúdo nacional ou regional – MERCOSUL - em 80% dos veículos produzidos no Brasil, e investimentos da ordem de 0,5% da receita bruta descontada dos impostos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) receberão isenção dessa nova alíquota. Oficialmente a medida tem como objetivo: Proteger empregos do setor, incentivar a pesquisa e desenvolvimento e evitar a desarticulação dessa cadeia produtiva. Contudo, é claro o objetivo de manter a reserva de mercado brasileiro para as empresas que aqui produzem e assim evita concorrência externa sem ter que alterar a estrutura do setor. E adivinhem quem será chamado a pagar a conta? Claro, todos nós consumidores. Por que não adianta o governo dizer que irá

Livre comércio poético

O grupo paulista Titãs já dizia entre seus muitos sucessos: “A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte... A gente não quer só comida A gente quer bebida Diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer...” E o que isso tem a ver com relações internacionais e livre comércio deve estar a se perguntar o leitor – enquanto pensa que eu perdi a cabeça nesse recesso – pois bem estava hoje a navegar pela blogosfera me deparei com um post curioso no blog Diplomatizzando de Paulo Roberto de Almeida. O texto que transcreverei abaixo dá conta de um concurso lançado pela Organização Mundial do Comércio – OMC que lançou um concurso de poesias. O diplomata com o humor peculiar que lhe caracteriza cria um post curto, mas divertido. Quem sabe algum de meus leitores possui a capacidade literária para concorrer e ganhar tal prêmio. Ai vai a transcrição com link para o origina

Nacionalismo econômico, mas quem paga a conta?

Há uma tendência tomando corpo na condução dos assuntos econômico, financeiros e comerciais internacionais do Brasil, uma tendência que parecia extinta no inicio dos anos 1990 junto com a febre da lambada. É o nacionalismo econômico sob a égide da soberania. O empresariado nacional capitaneado pela FIESP vem clamando pelas velhas receitas “cepalinas” de crescimento induzido e proteção contra supostas práticas de dumping por parte de produtores estrangeiros, em especial chineses. Para comprovar isso basta um pequeno giro pelos jornais que trazem entrevistas do presidente em exercício da FIESP e presidente da siderúrgica CSN . É fato que existem produtores nacionais que sofrem com dumping e subsídios internacionais, um dos meus objetos de estudo favorito o contencioso do algodão entre Brasil e EUA serve como prova disso, mas é preciso ser equilibrado em analisar essas ameaças a produção nacional, por que isso não pode servir de desculpa para que ações de caráter anti-liberalização sejam

Boateng versus Boateng: Uma alegoria do mundo atual

A Copa do Mundo FIFA é sem dúvidas um evento esportivo envolvente, no caso de nós que vivemos aqui no Brasil, é onipresente. Só se fala nisso, mesmo os que nada entendem de futebol e que não acompanham esse esporte. Tornam-se fanáticos, assistem a todos os jogos, comentam, palpitam, cornetam (ato de falar mal do time, gíria comum entre os torcedores). Aqueles que não têm arroubos nenhum de patriotismo se vestem de verde e amarelo, defraudam suas bandeiras e catam a plenos pulmões o hino nacional. Sim são cenas corriqueiras aqui nessas terras que gostamos de chamar de país do futebol. Essa competição envolve menos países que os Jogos Olímpicos (apenas 32) e apenas uma modalidade, mas conseguem movimentar de tal maneira os corações dos povos que o desfile da fauna humana nas arquibancadas dos estádios supera qualquer outra competição. Não são poucas as análises sociológicas do futebol, e até Kissinger faz alusão ao esporte bretão comparando o estilo de jogo ao estilo de política extern

Reunião esquecida – Reunião MERCOSUL – UE

Essa semana compreensivelmente foi dominada pela problemática iraniana (que ao que parece receberá sanções com um placar de 16 x 3 no CS, uma goleada, para ficar nas metáforas futebolísticas tão caras ao Presidente). Na próxima semana pretendo escrever mais sobre esse assunto, que tem nuances interessantes como a posição francesa, que segundo o governo federal é um parceiro estratégico, de tal maneira importante que goza de preferência na compra de caças o famoso processo F-X2. Sem contar à pressão que o Brasil exerceu para isolar Honduras em uma reunião Europa – América Latina. Posição bastante dispare da política Cubana do atual do governo, enquanto não tenho elementos, tempo e internet funcionando a contendo deixo esse vídeo do programa “espaço aberto”. Não gosto muito de colocar vários vídeos em um curto período, me sinto preguiçoso, mas nesse caso e no dos próximos dias o faço por crer que trazem elementos relevantes. [Leiam o texto abaixo que é autoral e assim me sinto menos pr

Teorias econômicas sobre o comércio internacional - sínstese do modelo ricardiano

Para Ricardo [1] o comércio é impulsionado pela diferença na produtividade da mão-de-obra entre os diversos países. Ricardo avalia o comércio internacional valendo-se apenas de um fator de produção o trabalho (L) e toda sua analise da diferença entre os custo de produção de um determinado país se baseia na produtividade do trabalho utilizado para produzir determinado bem. O Modelo Ricardiano tem como premissa básica o conceito de vantagens comparativas: Que pode ser descrito como a vantagem que determinado país possui por ter o custo de oportunidade de produção de um bem em relação a outros bens menor que em outros países. Partindo dessa abordagem, pode-se inferir que o modelo ricardiano prega a especialização na produção de determinado bem pelo país que possui as maiores vantagens comparativas na produção do mesmo. Esse modelo prega que a especialização dos que possuem maiores vantagens maximiza o uso dos recursos de produção [2] , ampliando a curva de possibilidades de produção [3]