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Mostrando postagens com o rótulo Líbia

Tribunal Penal Internacional, imbróglio líbio e o mundo ideal

A chegada da chamada Primavera Árabe a Líbia trouxe a esperança de uma mudança rápida de regime e que o novo governo que emergisse pudesse trilhar o difícil caminho de mudar as estruturas ditatoriais para um sistema democrático. Contudo, essa visão era obviamente ingênua e não levava em conta a resiliência do sistema de poder de Kadahfi. A situação na Líbia rapidamente mudou de um quadro de desobediência civil e demonstrações em busca de democracia para combates de uma guerra civil. Logo ficou claro que as forças em luta na Líbia são complexas e há toda sorte de lealdades tribais, ideológicas, religiosas e sectárias. Os rebeldes rapidamente conseguiram o controle de zonas petrolíferas e o controle da estratégica cidade de Bengahzi. Mas, Kadahfi não estava vencido e ainda contava com apoio de militares e de setores da sociedade líbia e mesmo internacional e com isso organizou uma campanha de reconquista deliberadamente brutal e segundo denuncias contou até com o emprego de forças me

Ler, Refletir e Pensar: Immaculate Intervention: The Wars of Humanitarianism

Um belo artigo do STRATFOR (publicado com autorização) sobre as dificuldades das intervenções humanitárias que inevitavelmente produzem vítimas fatais, ou danos colaterais como se costuma dizer. Traduzo o ultimo parágrafo por que tenho as mesmas inquietações do autor e recomendo a leitura de todo o texto (e perdão pela tradução que é ofício difícil que não tenho o domínio completo): “O Norte da África não é lugar para planos de guerra superficiais e boas intenções. É um lugar antigo e duro. E se você precisa entrar lá. É melhor que vá pesado, entre forte e saia o mais rápido possível. Guerra Humanitária diz que você deve ir devagar, entrar leve e permanecer o tempo necessário. Eu tenho uma querela com o humanitarismo. Na maneira como essa doutrina prevê a guerra me preocupa. Livrar-se de Kadahfi é algo que nos fará sentir bem com nós mesmos e é factível para os EUA e Europa. Mas, é o pós-deposição – o lugar depois da intervenção imaculada – que me preocupa.” Immaculate Intervention

Ler, Refletir e Pensar: Libya's Terrorism Option

Mais um texto que visa nos oferecer visões e opiniões sobre a questão da Líbia que é sem sombra de duvida o assunto mais instigante do momento no panorama das relações internacionais. Libya's Terrorism Option By Scott Stewart On March 19, military forces from the United States, France and Great Britain began to enforce U.N. Security Council Resolution 1973 , which called for the establishment of a no-fly zone over Libya and authorized the countries involved in enforcing the zone to “take all necessary measures” to protect civilians and “civilian-populated areas under threat of attack.” Obviously, such military operations cannot be imposed against the will of a hostile nation without first removing the country’s ability to interfere with the no-fly zone — and removing this ability to resist requires strikes against military command-and-control centers, surface-to-air missile installations and military airfields. This means that the no-fly zone not only was a defensive measure

Ler, Refletir e Pensar: Libya, the West and the Narrative of Democracy

Mais uma vez seleciono análises políticas do excelente STRATFOR e mais uma vez são textos sobre a Líbia. Os transcrevo (com autorização) por acreditar que são pontos de vista que enriquecem o nosso debate sobre o tema. E nos trazem elementos novos como o envolvimento egípcio. Libya, the West and the Narrative of Democracy By George Friedman Forces from the United States and some European countries have intervened in Libya . Under U.N. authorization, they have imposed a no-fly zone in Libya, meaning they will shoot down any Libyan aircraft that attempts to fly within Libya. In addition, they have conducted attacks against aircraft on the ground, airfields, air defenses and the command, control and communication systems of the Libyan government, and French and U.S. aircraft have struck against Libyan armor and ground forces. There also are reports of European and Egyptian special operations forces deploying in eastern Libya , where the opposition to the government is centered, part

Líbia: quantas incertezas

Há uma certa pressão para que se tenha uma opinião definitiva e portanto imutável sobre tudo o que ocorre no mundo. É preciso sempre ter algo taxativo e absoluto para dizer sobre algo. Contudo, nem sempre se tem elementos para construir uma opinião sobre algo, bom pelo menos uma opinião embasada, por que todos conhecemos pessoas que tem opinião firme sobre tudo sem nenhuma base cientifica ou mesmo lógica são os famosos achismos. Em tempos de conflito armado como o a da Líbia essas opiniões se multiplicam e contam com as redes sociais e a blogosfera para serem difundidas numa verdadeira orgia de senso comum. É claro que qualquer pessoa tem direito a opinar sobre tudo, seria melhor que procurassem por elementos para suportar essa opinião. Tenho dito dificuldades em avaliar a operação na Líbia e tenho escrito sobre isso e cheguei até lembrar eventos de intervenções humanitárias desastrosas e não-intervenções igualmente trágicas. Parece-me, no entanto algo errado se preocupar mais com

Os “pacifistas” já estão chocados

Ontem começou a operação “ Odyssey Dawn *” que visa cumprir o mandato conferido pela Resolução 1973 (2011) do Conselho de Segurança. A famosa Zona de Restrição Aérea. O leitor desse blog e qualquer pessoa com o mínimo de noção de Relações Internacionais e Estudos Estratégicos sabia como se daria (de forma genérica) a imposição de uma Zona de Restrição Aérea. Ou seja, uma operação militar dessa natureza começa com a obliteração da capacidade de defesa aérea. O que naturalmente significa destruir estações de radar, de comunicações, bases de lançamento de mísseis anti-aéreos e de artilharia anti-aérea. E outra coisa que era óbvia é que sendo muitos dessas plataformas de armas móveis elas seriam movimentadas para zonas com maior densidade populacional. Não só para melhor disfarçar e proteger essas plataformas, como para deliberadamente provocar baixas civis. Outra coisa que qualquer pessoa que se enquadre no que descrevi acima também sabe que qualquer operação militar está sujeita a si