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Mostrando postagens com o rótulo Terrorismo

Mais um ataque terrorista

O noticiário internacional foi tomado mais uma vez por um ato odioso de violência sem sentido, dessa vez um ataque a uma histórica igreja cristã negra, mais um ataque terrorista vil. Ao que tudo indica o verme* estaria usando as bandeiras da África do Sul (da época do Apartheid) e da Rodésia, o que mostra a obviedade racista da motivação dos ataques. Não creio que é mais preciso debater quão nefasta é a ideologia supremacista ariana, soma de coletivismos e delírios (como toda teoria em que terroristas se baseiam) que parecem ecoar naqueles dispostos a colocar a culpa de seus fracassos pessoais em algum ente abstrato e passa a se querer defensor de classe, raça, etc. E isso tudo, em especial, o delírio coletivista fica evidente nos relatos de que o atirador teria dito às vitimas que: “Vocês estupram nossas mulheres e estão dominando nosso país, vocês têm que ir” O ato terrorista acontece em um momento em que as forças de segurança dos EUA estão sob intensa crítica de movimentos li

Charlie Hebdo: Algumas impressões sobre o cenário político e os desafios do combate ao terror

O ataque ao Charlie Hebdo, no coração de uma grande capital europeia e um dos maiores destinos turísticos do mundo teve grande repercussão, como era previsível. A ampla cobertura dos meios de comunicação acabou por ensejar um acalorado debate sobre a natureza desse tipo de ataque terrorista, suas causas e o que falhou na tentativa de impedir a radicalização desses jovens. Uma boa parte do debate se deu em torno de ser ou não ser Charlie, ou seja, sobre os limites (se existirem) da liberdade de expressão, esse debate é sedutor, mas também um tanto fora do ponto. Meu bom amigo e tremendo analista Márcio Coimbra encontrou um ângulo bem interessante pra analisar os caminhos da Europa diante de reiterados ataques terroristas, do qual reproduzo alguns trechos abaixo: “Os desdobramentos dos atentados em Paris ocorrerão em breve em meio a movimentos políticos. A Europa já fala em endurecer leis antiterror, controle de viajantes e de imigrantes. Se tudo correr neste sentido, veremos um

Teatralidade (e sofisticação) do terrorismo por Robert Kaplan

O renomado “falcão” Robert Kaplan faz uma análise (no texto transcrito abaixo) da teatralidade da execução de James Foley e seus simbolismos, alguns óbvios como a roupa laranja igual a dos detentos em prisões americanas e outra de uma deturpação sinistra de usar as redes sociais do Vale do Silício contra tudo que seus criadores valorizam. Terça-feira eu escrevi que a maldade do Estado Islâmico serve a objetivos racionais, aliás, é bom que se perceba que ser capaz de observar que certos grupos têm objetivos racionais não significa defender, concordar ou achar que essa racionalidade tem sanidade. E Kaplan captura isso com uma acachapante argumentação que completa minha análise já citada além de objetivos racionais a maldade também é sofisticada. Leiam abaixo o texto, em seu original na língua inglesa. Terrorism as Theater By Robert D. Kaplan The beheading of American journalist James Foley by the Islamic State in Syria and Iraq was much more than an altogether gruesome and tragi

Maldade com objetivos racionais

O surgimento do Estado Islâmico (EI) e seu ambicioso plano de recriar o Califado como forma de governo pan-islâmico e seu contigente considerável de soldados nascidos em países ocidentais ilustram a dificuldade do combate ao extremismo. O extremismo é difícil de lidar, é difícil de punir, principalmente pelas sociedades mais democráticas e abertas que tendem a favorecer a pluralidade de ideais e o livro exercício das diversas consciências religiosas. Numa comparação com redes de informática às sociedades abertas e democráticas possuem falhas exploráveis em sua arquitetura de segurança e arquivos maliciosos (discursos de ódio e extremistas) conseguem explorar essas falhas. A imigração é fenômeno natural da espécie humana, que sempre busca por melhores condições para sua vida e para o sucesso de sua decendência, mas o ser humano também forma laços culturais fortes que de certa maneira são cerne de sua própria identidade e por vezes a relocação em novos países é acompanhada por um de

Nigéria: Um sequestro, uma hashtag e algumas consequências #bringbackourgirls

O leitor habitué desse site sabe que vez ou outra me permito alguns textos mais emocionais, em geral, resultados de eventos de muita comoção, tragédias humanas que nos arrebatam por algum tempo. E essa expressão de luto ou indignação não pode é claro ser confundida com análises ou recomendações, afinal seria temerário, no mínimo. Por isso mesmo que políticas públicas não são formuladas em bases emotivas, embora sua comunicação possa ser emocional, como nos mostrou bem a Casa Branca essa semana. O caso das meninas seqüestradas pelo Boko Haram é um desses que desperta indignação e ultraje em qualquer pessoa que tenha a mínima capacidade de empatia, nada deve ser mais aterrorizante que ser seqüestrado e ser vitima de crimes sexuais e possivelmente de tráfico de seres humanos. (Aliás, como escrevi em fevereiro há estimativas de que existam 29 milhões e 800 mil pessoas escravizadas no planeta, nos dias de hoje). A situação das meninas, como era previsível , colocou a debilidade do go

Terrorismo é terrorismo

Alguns ataques terroristas extremistas são tratados legalmente como crimes de ódio, tentativa de homicídios, homicídio, mas são em seus métodos e objetivos ações terroristas. Um desses ataques que será qualificado como crime de ódio e racismo foi o ataque a tiros ocorrido, em Kansas City, no estado americano do Kansas. O responsável pelo ataque foi um verme* supremacista ariano (que é palavra grande pra racista), membro da Klu Klux Klan e neonazista, de 73 anos abriu fogo contra membros da comunidade judaica, na véspera do inicio das comemorações da Passach, a festa da libertação, a famosa Páscoa Judaica. O ataque deixou 3 mortos, um avô e seu neto, escoteiro, e uma senhora assassinada num asilo judaico. O avô e o neto eram cristãos, como é de macabro costume os terroristas sempre matam mais pessoas dos grupos que eles dizem defender. Como bem colocou Guga Chacra em seu blog : “O atirador, depois de preso, teria gritado “Heil Hitler”. E não, ele não era muçulmano, como mui

Not a Martyr

Mohammad Chaar tinha apenas 16 anos e junto com os amigos tirou uma foto, uma selfie, que tragicamente retratou o carro bomba que o mataria. Já escrevi muito sobre o terrorismo. Mas não cesso de me revoltar com esse ato vil tanto quanto os apologéticos dessa barbárie e onde eles vêm justificativas vejo apenas o sangue, sempre o mesmo sangue dos inocentes. Não, Chaar não é o mártir que querem que ele seja, infelizmente ele é só a mais recente face que nos lembra as infinitas possibilidades destruídas pela violência política. O terrorismo revolta e enoja sempre. Para saber mais clique aqui .

Tragédia na Maratona de Boston

A Maratona Internacional de Boston é uma das mais tradicionais e importantes corridas de rua do mundo, disputada em um cenário pitoresco da bela cidade de Boston, que por sinal é lar de muitos brasileiros, mas dois dispositivos explosivos improvisados destruíram o que era pra ser um dia de celebração de um difícil feito esportivo. Mais uma vez a mais asquerosa face da humanidade apareceu, mais um ataque assassino e terrorista. A diferença primordial de um ataque a uma cidade americana e os ataques que ocorrem por outras partes do mundo é que nessa maratona havia centenas ou até mesmo milhares de câmeras e as imagens de ataques ao país central do sistema internacional correm o mundo e claro despertam muito interesse. Ainda não se sabe quem está por trás desse ataque, as múltiplas explosões coordenadas são uma assinatura da Al Qaeda, mas não podemos excluir toda sorte de grupos domésticos dos EUA que podem ser os artífices dessa tragédia, a verdade é que há vermes (aqui nesse blog nã

Skyfall ou sobre cinema e Relações Internacionais

“M: I fucked this up, didn't I? James Bond: No. You did your job.” 007 Skyfall é um filme arrebatador, possivelmente o melhor filme do agente secreto a serviço de sua majestade, bom pelo menos em minha opinião, que não é de cinéfilo, muito menos de crítico da sétima arte (aliás, ainda chamam o cinema de 7ª arte?). Mas, também é uma obra de arte que nos abre a chance de conversar e refletir um pouco sobre o mundo atual, sobre os conflitos de IV Geração, notadamente sobre o combate ao terrorismo. Os críticos abordam muito bem os aspectos edipianos evidentes da obra, afinal protagonista e antagonista duelam em torno da sua figura materna representada com maestria pela talentosa Judi Dench, no papel de M, a poderosa chefa do MI-6. Em 1995, no filme 007 contra GoldenEye, M se referia a James Bond como “relíquia da guerra fria” e o tom era de busca por relevância do próprio serviço secreto que não possuia mais o império soviético para combater. Não é o caso de Skyfall, afinal, o mu

Extremismo ou ainda sobre a Noruega. Uma reflexão exploratória

O lugar comum seria começar esse texto conceituando extremismo como doutrina política que preconiza ações radicais e revolucionárias como meio de mudança política, em especial com o uso da violência. Mas, a essa altura até o mais alheio leitor sabe bem o que é o extremismo em todas as suas encarnações seja na direita tresloucada e racista como os neonazistas, seja na esquerda radical dos guerrilheiros da FARC e revolucionários comunistas, seja a de caráter religioso dos grupos mulçumanos, dos cristãos, em geral milenaristas, que assassinam médicos abortistas. Em resumo, todos esses que odeiam a liberdade individual e a democracia. Todos esses radicais extremistas tem algo em comum. Todos eles estão absolutamente convencidos que suas culturas, sociedades estão sob cerco do outro, um cerco insidioso e conspiratório e que a única maneira de se resgatarem dessa conspiração contra eles é buscar a pureza (racial, religiosa, ideológica e por ai vai) e agir com firmeza contra o inimigo. Ness

Ler, Refletir e Pensar: Taliban Hotel Attack: Low Death Toll, High Psychological Value

Mais uma vez o texto que selecionei para esse coluna foi produzido pelo excelente grupo de análise e inteligência STRATFOR (copiado com autorização dos autores). Como não poderia deixar de ser a análise dessa semana se foca no terrorismo e muito do que é avaliado para o ataque Talibã em voga no texto pode ser transportado para o caso norueguês. Taliban Hotel Attack: Low Death Toll, High Psychological Value By Scott Stewart At about 10 p.m. on June 28, a group of heavily armed militants attacked the Intercontinental Hotel in Kabul, Afghanistan . According to government and media reports, the attack team consisted of eight or nine militants who were reportedly wearing suicide vests in addition to carrying other weapons. At least three of the attackers detonated their vests during the drawn-out fight. Afghan security forces, assisted by International Security Assistance Force (ISAF), needed some eight hours to clear the hotel of attackers. One group of militants even worked t

Uma breve nota sobre a Noruega

As horríveis imagens e relatos dos ataques na Noruega ontem continuam chegando, hoje já temos mais informações sobre os autores dessa tragédia que seria um extremista de direita e nacionalista. Ontem a versão que mais força ganhava é que seria um ato de terrorismo islâmico, mas foi um ato de terrorismo que chamam de interno. Contudo, isso não muda nada no horror e na covardia de um ataque terrorista contra civis, muitos deles jovens que participavam de um retiro político na ilha de Utoya. No texto de ontem não aventei a possibilidade de terrorismo doméstico, mas adverti meu leitor que o “calor” dos acontecimentos não é o momento ideal para tecer uma análise. Ao que tudo indica o terrorista (para não usar uma expressão como verme covarde) era um fundamentalista cristão e isso aumenta ainda mais a raiva que sinto por seu ataque, afinal de contas um sujeito covarde como esse justificar seus atos de ódio numa fé que me é tão importante é no mínimo aviltante. O extremismo é algo que de

Explosão, tiros, sofrimento e incertezas em Oslo, Noruega

A cobertura dos ataques ocorridos hoje na bela capital norueguesa domina a imprensa internacional, em especial os canais de noticias por assinatura. As imagens dos resultados da explosão indicam que Dispositivos Explosivos Improvisados de alta potência foram usados nesse ataque, provavelmente usando um veiculo, um “carro-bomba”. Além disso, há relatos que um homem vestindo uniformes policiais abriu fogo em um encontro da juventude do partido trabalhista (que atualmente é o partido do governo). Que ocorria na ilha de Utoya que fica alguns quilômetros do centro de Oslo. Enquanto escrevo isso não a confirmação de que os dois atos façam parte de um único e coordenado ataque, embora o pouco espaço de tempo entre os ataques torne plausível a hipótese de que estejam relacionados. A essa altura nenhum grupo terrorista assumiu a responsabilidade e a especulação na imprensa e entre especialistas é que se trate de algum grupo extremista islâmico, embora todos salientem que não é possível no mo

Ler, Refletir e Pensar: Bin Laden's Death and the Implications for Jihadism

Mais um bom texto do renomado STRATFOR republicado com autorização. Esse texto, em língua inglesa, avalia as implicações da morte de Osama Bin Laden. Bin Laden's Death and the Implications for Jihadism By Scott Stewart U.S. President Barack Obama appeared in a hastily arranged televised address the night of May 1 to inform the world that U.S. counterterrorism forces had located and killed Osama bin Laden. The operation, which reportedly happened in the early hours of May 2 local time, targeted a compound in Abbottabad, a city located some 50 kilometers (31 miles) north of Islamabad, Pakistan’s capital. The nighttime raid resulted in a brief firefight that left bin Laden and several others dead. A U.S. helicopter reportedly was damaged in the raid and later destroyed by U.S. forces. Obama reported that no U.S. personnel were lost in the operation. After a brief search of the compound, the U.S. forces left with bin Laden’s body and presumably anything else that appeared to have i

Vídeo postagem: Sobre terrorismo e sobre a morte de Osama

A semana foi dominada por esse assunto, bom pelo menos nesse blog. Hoje trago dois vídeos que podem ter grande valia para formar opiniões acerca do terrorismo e desdobramentos da morte de Osama. Os vídeos foram produzidas pelo Think-Tank CSIS – Center for Strategic and International Studies , que detém todos os direitos autorais sobre os vídeos abaixo. Os dois vídeos estão em língua inglesa. As descrições foram elaboradas pelos produtores dos vídeos. Rick "Ozzie" Nelson, Director, Homeland Security and Counterterrorism Program, and Juan Zarate, Senior Advisor at CSIS, discuss the long-reaching effects of the death of Osama Bin Laden. Al Qaeda today poses a far different threat from that on September 11, 2001. What was once a hierarchical organization composed of Osama bin Laden and his close associates has evolved to include an array of regional terrorist groups, small cells, and a growing number of individuals. Please join us for a roundtable discussion to mark t

A morte de Osama e a Guerra Assimétrica

O líder terrorista Osama Bin Laden foi morto em uma operação de forças especiais americanas ( Navy Seal ), em uma mansão, na agora famosa cidade de Abbottabad, Paquistão. Há um debate verdadeiro sobre a natureza do uso do assassinato seletivo por Estados como ilustra esse artigo do Estadão, que cita inclusive doutrinadores jurídicos de várias vertentes ( aqui ), mas há também um falso debate sendo conduzido pelas figuras de sempre. Os EUA têm inimigos ao redor do mundo de vários matizes é natural que tenham são uma potência hegemônica com interesses ao redor do mundo e foram por setenta anos os líderes de um bloco que se opunha a verdadeira religião secular e “ópio dos intelectuais” que foi o comunismo. Ou seja, há quem se oponha a atos e decisões políticas erradas (ou assim percebidas de fora) e aqueles que são ideologicamente contra, não importa a situação. Mas, bem isso é óbvio para qualquer um. Nesse contexto a morte de Osama é só mais um ponto para o debate ideológico e em muitos