A Maratona Internacional de Boston é uma das mais tradicionais e importantes corridas de rua do mundo, disputada em um cenário pitoresco da bela cidade de Boston, que por sinal é lar de muitos brasileiros, mas dois dispositivos explosivos improvisados destruíram o que era pra ser um dia de celebração de um difícil feito esportivo.
Mais uma vez a mais asquerosa face da humanidade apareceu, mais um ataque assassino e terrorista. A diferença primordial de um ataque a uma cidade americana e os ataques que ocorrem por outras partes do mundo é que nessa maratona havia centenas ou até mesmo milhares de câmeras e as imagens de ataques ao país central do sistema internacional correm o mundo e claro despertam muito interesse.
Ainda não se sabe quem está por trás desse ataque, as múltiplas explosões coordenadas são uma assinatura da Al Qaeda, mas não podemos excluir toda sorte de grupos domésticos dos EUA que podem ser os artífices dessa tragédia, a verdade é que há vermes (aqui nesse blog não há simpatia por terroristas) de todas as matizes ideológicas, associados a grupos ou não.
A minha impressão inicial foi que o ataque seria obra de grupos de extrema-direita, cheguei a publicar no Page desse blog no Facebook que seria algo ligado a Supremacistas Arianos, afinal é Dia dos Patriotas (feriado em Massachusetts), dia do prazo final de declaração do imposto de renda federal, não houve suicídio e a qualidade dos explosivos. É fato notório que os terroristas islâmicos têm acesso a explosivos plásticos de uso militar.
Mas, isso é apenas especulação. O que sabemos de fato é que 3 pessoas perderam suas vidas, dezenas sofreram mutilações, outras dezenas sofreram ferimentos menos graves e milhares sofreram danos psicológicos. Sabemos que as bombas estavam carregadas com rolamentos e pregos para ferirem e mutilarem o máximo de pessoas possíveis.
Essa é a essência do terrorismo, causar danos aleatórios as pessoas e com isso usar o medo para influenciar e controlar a política e as decisões de um estado. E sempre vai haver quem racionalmente possa concordar com esse tipo de prática e sempre haverá quem se enoja de ser membro da mesma espécie que esses terroristas.
Escrevi aqui no dia 26 de julho de 2011 sobre ataques terroristas e o extremismo:
O lugar comum seria começar esse texto conceituando extremismo como doutrina política que preconiza ações radicais e revolucionárias como meio de mudança política, em especial com o uso da violência.
Mas, a essa altura até o mais alheio leitor sabe bem o que é o extremismo em todas as suas encarnações seja na direita tresloucada e racista como os neonazistas, seja na esquerda radical dos guerrilheiros da FARC e revolucionários comunistas, seja a de caráter religioso dos grupos mulçumanos, dos cristãos, em geral milenaristas, que assassinam médicos abortistas. Em resumo, todos esses que odeiam a liberdade individual e a democracia.
Todos esses radicais extremistas tem algo em comum. Todos eles estão absolutamente convencidos que suas culturas, sociedades estão sob cerco do outro, um cerco insidioso e conspiratório e que a única maneira de se resgatarem dessa conspiração contra eles é buscar a pureza (racial, religiosa, ideológica e por ai vai) e agir com firmeza contra o inimigo. Nesse sentido não há para eles inocentes todos são alvos legítimos.
Aqui cabe um parênteses muitos me abordam nas redes sociais um tanto chocados com o vocábulo verme que tenho usado para me referir ao assassino norueguês. A explicação é simples se do ponto de vista legal ele é protegido por todas as leis que garantem os Direitos Humanos. De um ponto de vista muito particular meu ele perde ao se tornar terrorista o status de ser humano.
O extremismo sempre foi o principal inimigo da democracia seja na sua faceta nazi-fascista seja na igualmente ou até mais assassina (a depender da contagem) comunista. E é esse o maior desafio encontrado pelas sociedades ao redor do mundo como conter e processar os radicais sem cercear a liberdade de expressão, de reunião e etc.
O terrorismo dos extremistas impacta fortemente a opinião pública que pressiona as autoridades para encontrar uma solução e manter a segurança isso coloca nos agentes responsáveis uma considerável pressão que explica excessos lamentáveis e imperdoáveis como os que levaram o brasileiro Jean Charles a morte.
Lidar com a análise política exige por vezes estômago, explico é muito difícil não se enojar com o hábito comum de fazer política e vender ideologia barata usando corpos de inocentes como palanque.
Agora nos resta esperar novas informações sobre esse terrível ataque a um evento esportivo. E, para os que são responsáveis pela segurança desse tipo de evento é hora para aprender rápido como minimizar as chances de algo assim se repetir.
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