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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Ler, Refletir e Pensar: A blogueira e os mercenários, por Paulo Roberto de Almeida

O professor e diplomata Paulo Roberto de Almeida faz o que ele chama de reflexão de lateral, que é bem oportuna, afinal a loucura em torno da visita de Yoani Sánchez já passou do ponto. Sou leitor dela desde o começo de seu blog e gosto da janela que ela abre pro cotidiano cubano e nos mostra que não há na ilha nem o pensamento único do “homem novo”, nem a virulência do ‘ancien régime’. O que há é pensamento independente abrigado sobre o manto da oposição a Fidel e que saudavelmente se dividirá numa miríade de correntes numa eventual Cuba pós-comunista. A blogueira não se notabiliza como ideólogo anti-regime, seus textos não são profundamente políticos, mas o ódio que a ela se dirige – como escrevi inúmeras vezes – advém muito mais dela representar a falência da utopia que eles amam. Abaixo vai o texto do professor, o original pode ser lido aqui . A blogueira e os mercenários: pequena reflexão lateral A visita ao Brasil e os eventuais pronunciamentos públicos (quando pode) da blog

Evento: Palestra Futebol e Relações Internacionais, Rio de Janeiro, 25/2

Abaixo segue o press release de um interessante evento que ocorrerá no Rio de Janeiro, sobre uma temática muito interessante que é a ligação do ‘beatiful game’ com as Relações Internacionais. E o principal o evento é gratuíto.   Clio Internacional debate a ligação entre futebol e Relações Internacionais Palestra gratuita faz parte da série de cursos de verão e relacionará acontecimentos da história mundial com um dos esportes mais populares do mundo As Relações Internacionais são compostas de muito mais elementos do que política e economia. Nem mesmo o esporte foge a essa área de estudo e é por isso que o Clio Internacional acaba de montar uma palestra dedicada àquela que é a modalidade mais querida dos brasileiros: o futebol. No dia 25 de fevereiro, às 19h, na sede da instituição (Avenida Graça Aranha, 145 – Centro, Rio de Janeiro), a aula promete surpreender amantes dos gramados com os mais variados perfis em torno de discussões que irão relacionar os acontecimentos mais importa

Yoani Sánchez no Brasil: Um relato sobre a baderna em Feira de Santana

Recepção à Yoani Sánchez, ou “Quatro pernas bom, duas pernas mau” Por Rafael Falcão*, enviado especial de Coisas Internacionais à Feira de Santana Foi com alguma surpresa que recebi, hoje mesmo pela manhã, a notícia de que a famosa blogueira e dissidente cubana Yoani Sánchez iria participar de uma exibição do documentário “Conexão Cuba-Honduras”, do cineasta baiano Dado Galvão, com a presença de autoridades locais e também do Senador Suplicy. Fiquei bastante feliz com fato de uma personalidade bem conhecida visitar essa terra tão fora do circuito principal que é Feira de Santana, portanto decidi conhecer de perto essa pessoa amada por uns e odiada por outros. Pessoalmente não conheço a obra da cubana, decidi ir ouvir o que ela iria falar e ficar a par das histórias e relatos dessa mulher que causa tanto alvoroço. Pois bem, estava marcado para as 19h, mas cheguei as 18h30, de modo a escolher lugar. Estava até vazio no início. Ao passar da hora mais gente ia chegando, então final

Yoani seja bem-vinda

Nos próximos dias deve haver um acirramento numa constante batalha ideológica, travada na Internet, entre os apoiadores e opositores do regime castrista. A tão esperada visita da blogueira cubana Yoani Sánchez é o catalisador desse acirramento. Yoani é tratada nos círculos esquerdistas como se fosse um verdugo a serviço do império, que vende sua consciência e, portanto, uma traidora da causa, que deve ser silenciada, humilhada e sempre repudiada. Tal qual Winston Smith, o entediado burocrata (que é personagem principal do romance 1984) que tem sua vida transformada quando descobre que pode anotar seus questionamentos e desejos em um caderno, longe do alcance do vigilante olhar do Grande Irmão, Yoani viu sua vida mudar ao repartir com o mundo suas observações da sua vida diária em Havana. Seus relatos pintam uma história de dificuldades e privações e de uma sociedade profundamente marcada pela política de demonização do dissenso e da eterna ameaça do inimigo externo, que justifica

As várias “europas” institucionais

Quem nunca se perdeu ao observar o complexo mapa institucional da Europa? O post abaixo de autoria do diplomata português Francisco Seixas da Costa. Pela enésima vez vou repetir que sou fã do estilo agradável de escrita do diplomata, como fica comprovado na anedota que tanto pode ser verdadeira, como uma ficção didática, que com bom humor versa sobre o labirinto europeu e a necessidade de clareza que isso exige dos meios de comunicação e dos que vivem de analisar as Relações Internacionais. O texto é transcrito integralmente e com autorização do autor e está disponível aqui . Europas Por Francisco Seixas da Costa Hoje, ao estacionar o meu carro na área da rua de S. Caetano reservada a algumas viaturas de quem trabalha no Centro-Norte Sul do Conselho da Europa, que atualmente dirijo, uma senhora parou em frente a mim e disse: "Eu conheço-o de qualquer sítio! É isso, vi-o na televisão! Trabalha 'na Europa', não é?". Desvanecido com o reconhecimento, porque o nosso e

Algumas considerações sobre o protecionismo

Pode-se definir (ainda que de modo simplista) protecionismo como uma série de políticas públicas que visam resguardar da competição externa, determinados setores da indústria nacional. Há vários modos em que se manifesta o protecionismo desde os mais ostensivos como altas tarífas alfandegárias e proibições ou quotas de importação. Quanto de modo mais insidioso como barreiras técnicas, fito-sanitárias e burocráticas. O sistema multilateral de comércio inaugurado pelo GATT-1947 que objetiva a liberalização  do comércio internacional, foi construído por meio de tensas batalhas diplomáticas nas Rodadas de negociação. A evolução da institucionalidade nesse campo se deu de uma maneira lenta e enfrentando grande resistência dos Estados, sempre naturalmente avessos a cessão de soberania. Essa evolução acabou por criar um sistema multilateral que não só elabora regimes internacionais e marcos regulatórios de temas ligados ao comércio, como também criou mecanismos de verificação das políti

A música da discórdia na América do Sul

São necessários apenas 18 segundos e três frases para iniciar um mal-estar diplomático na América do Sul. Não entendeu? Falo do caso do vídeo que despertou a ira de comentaristas e pedidos de resposta veementes das imprensas de Argentina, Bolívia, Chile e Peru. O vídeo mostra o que seria Fuzileiros Navais Chilenos correndo numa praia entoando um cântico com a seguinte letra: “Argentinos mataré, bolivianos fusilaré, peruanos degollaré” . Veja a seguir: É natural que esse tipo de canção seja um tanto carregada na agressividade, contudo a luz das disputas territoriais com os três vizinhos o vídeo se tornou uma questão de Estado levando o Almirantado chileno a declarar que haverá investigação oficial e punição com a máxima severidade possível do envolvidos . Ouvimos tanto a propalada união dos povos latinos. Ouvimos que somos todos “hermanos”, mas esse pequeno imbróglio nos lembra que não é por que algo é repetido a exaustão pelos políticos se torna uma realidade. E parece que bastam m

Como reagiria a humanidade diante da possibilidade de sua extinção?

Essa pergunta é recorrente em vários tipos de literatura de ficção, em especial no gênero de ficção cientifica. É claro que a grande parte desses livros, filmes e séries, aborda usa a questão da guerra de extinção contra alguma raça alienígena beligerante ou autômatos descontrolados como pano de fundo para debater questões culturais, comportamentais e principalmente políticas, bem atuais. O mais transparente exemplo disso talvez seja o Distrito 9 e sua criativa abordagem da discriminação contra refugiados e a favelização do campos de refugiados, talvez a coisa mais interessante é que o filme se passa na África do Sul, então mostra a questão por meio de uma visão sul-sul. Ou seja, o filme fala muito mais dos deslocamentos humanos provocados pela instabilidade política na África, que sobre os enigmáticos extraterrestres “encalhados” na bela Johanesburgo e vítimas do que se poderia chamar de novo apartheid. Mas, o exemplo acima não trata de uma guerra contra a extinção, afinal os alie