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Mostrando postagens com o rótulo Irã

Dilma e Irã: A chance perdida

A presidente Dilma ainda antes de tomar posse deu uma entrevista ao jornal americano “Washigton Post” na qual dizia que a mudança que propunha em política externa era uma atenção maior aos Direitos Humanos em geral e das mulheres especificamente. E assunto era o Irã. O governo anterior ao de Dilma buscou uma aproximação política com o Irã recebendo inclusive o presidente Ahmadinejad em Brasília e tentando junto com a Turquia intermediar um acordo nuclear – ainda que aquele documento esteja longe de ter sido um acordo. Sempre fui crítico da aproximação de alto nível com o Irã, isto por que manter e ampliar as relações comerciais com o país persa não necessitava da diplomacia presidencial. Os defensores da aproximação argumentam que foi um passo que demonstra a grandeza recém alcançada do Brasil que passaria a ter peso suficiente para ser um ator relevante no Oriente Médio, um ente capaz de inovar e conseguir intermediar coisas importantes. E, também, acreditam ser um gesto de demonst

Uma nota do Irã ou a briga de torcidas no Irã versão 2011

Não gosto de transcrever material da internet, não é a direção que tracei para esse espaço é fato que se eu fizesse isso eu teria mais 600-700 visitantes diários. Desta vez decidi reproduzir uma interessante nota emitida pela Islamic Republic News Agency – IRNA , que é a Agência de notícias oficial do regime de Teerã. Muitas vezes os defensores – sempre por motivos ideológicos e/ou “antiimperialistas” – alegam que as criticas ao regime são feitas pela imprensa internacional (e por aqueles manipulados por ela), que eles enchem a boca para chamar de conservadora ou epíteto vazio equivalente, por isso trago a nota da agência do governo, mais oficial que isso não há. A nota mostra bem como o regime teocrático do Irã reage a qualquer tipo de dissenso interno e fique escancarada a repressão, autoritarismo e intolerância que caracterizam esses regimes opressores e mostra bem por que Teerã e outros regimes iguais têm que manipular causas justas para arregimentar apoio. Esses governantes não s

A volta das notas curtas

Há tempos que não produzia postagens assim de notas curtas, mas como nessa segunda além de problemas físicos que não interessam a vocês sofri hoje do famoso e extremamente desagradável writer’s block . Assim vamos há um giro pelo mundo de maneira telegráfica ou para ser moderno ao estilo Twitter. Promoção póstuma : Hoje se deu a leitura da 12.265, de 21 de junho de 2010 que promove o diplomata Vinicius de Moraes a Ministro de Primeira Classe (equivalente a Embaixador) . Vinicius de Moraes era poeta e diplomata “capitão do mato [...] O branco mais preto do Brasil Na linha direta de Xangô, saravá!” e agora, também embaixador.   Não sei avaliar se é uma medida populista ou necessária para memória nacional, quando tiver uma opinião sobre isso vocês saberão. Monções : Como já escrevi no texto “ Corações e mentes. Ou sobre o Paquistão ” continua a situação calamitosa no Paquistão, Ban Ki Moon declarou que a tragédia lá é muito grave, mas não tem o mesmo comprometimento internacional que

Vídeo Post: Ainda sobre Sakineh

Queridos leitores apresento aqui a segunda vídeo postagem desse blog em caráter experimental ainda, creio que começo a vislumbrar como dominar essa nova linguagem. Como não sou jornalista estou aprendendo de maneira intuitiva e com base em tentativa e erro, portanto todo feedback se faz necessário. No vídeo faço algumas citações que coloco aqui agora os links o primeiro para a reportagem que cito que pode ser lida aqui , cabe ressaltar que houve uma resposta do Ministro Amorim , a segunda citação que faço é a reportagem, exibida ontem no programa Sem Fronteiras da rede de por assinatura Globo News .

Sakineh Mohammadi Ashtiani entre a pedra e a forca

O governo da República Islâmica do Irã está sob uma forte enxurrada de críticas, como todos sabemos, por conta da condenação da viúva Sakineh Mohammadi Ashtiani que é supostamente uma adultera o que é passível de pena de morte no sistema legal iraniano, ela já recebeu uma punição de 99 chibatadas. Não será a primeira vítima da cruel ditadura Iraniana lembram-se da jovem Neda ? O interessante é que nesse caso as organizações internacionais não-governamentais dedicadas aos Direitos Humanos (que por aqui gozam de uma reputação dúbia no mínimo) conseguiram arregimentar tal massa de apoio que a causa dessa mulher tornou-se um símbolo que transcende a esfera feminista. Esse movimento angariou até o apoio de Salman Rushdie (escritor), que por sua vez também já sofreu e sofre com a perseguição de radicais islâmicos, disse ele a AFP : “Ficaria feliz se qualquer nação pudesse ajudar neste caso. Porque isso tem que ser resolvido sem que esta pobre mulher seja executada. Se o governo brasileiro

Primeira vídeo postagem em Coisas Internacionais

Esse é a primeira vídeo postagem que vai ao ar aqui, ainda em caráter experimental, por isso é preciso o feedback de vocês. É uma tentativa de abordar alguns dos principais assuntos da semana com leveza, talvez essa não tenha sido a melhor semana para inaugurar esse novo tipo de conteúdo dado o estado da minha voz. Mas, como encasquetei com esse novo recurso. Comentem a vontade. Abaixo o vídeo (feito com webcam e outras restrições técnicas que enumero no vídeo.

Restraint a palavra do dia

Restraint é uma palavra da língua inglesa que significa: “contenção, moderação, comedimento” e é a palavra que mais se repetiu hoje nos noticiários e nas notas oficiais dado os acontecimentos do dia. Moderação é o que falta entre os radicais islamistas que estimulam e aproveitam da violência sectária e política para sua causa, como nos mostram dramaticamente os 43 mortos (até agora) em Islamabad, Paquistão . Falta moderação, também, aos políticos conservadores dos EUA e aos que pretendem construir uma mesquita em Nova York, próxima ao Ground Zero. É necessária aos pescadores brasileiros e consumidores asiáticos de sopa de barbatana de tubarão. Contenção é o que é preciso na península coreana, em tensão perpétua por conta da suspensa guerra fratricida coreana que opõem comunistas e capitalistas. E está especialmente tensa desde o ataque e afundamento de navio do Sul pelo Norte. Que ensejou os exercícios conjuntos de EUA e Coréia do Sul. Manobras militares que enfureceram a cúpula

Brasil e Irã ou sobre Sakineh Mohammadi Ashtiani

Update (03/08) ao final do texto. Sakineh Mohammadi Ashtiani é como a maioria dos meus leitores sabem a mulher iraniana condenada a morte por seu crime de adultério . Sua condenação desencadeou uma onda mundial de protesto que visavam a comutação de sua condenação ou mesmo o perdão para seu caso. Não sei precisar se motivado pela pressão da opinião pública em ano eleitoral (para saber mais leia essa matéria do jornalista Fábio Bispo) ou visando melhorar a imagem brasileira chamuscada na última aventura persa o Brasil decidiu se mostrar aberto a receber a iraniana como refugiada Alguns analistas como o Daniel Cardoso Tavares editor do excelente – Política Externa – consideram qualquer gestão do Brasil sobre esse assunto indevida . O blog de esquerda – Na prática a Teoria é Outra (NPTO) – comemorou a decisão . Já Reinaldo Azevedo jornalista da Veja foi mais duro em seu conhecido blog nos seus textos “ Capacho ” e “ Lula se oferece para “salvar” Sakineh para que Ahmadinejad continue a

Diga-me com quem anda...

Sei bem que começar um texto que pretende avaliar ou pelo menos refletir sobre Política Externa com um adágio popular pode indicar um caminho tortuoso ou simplista ainda mais por que mais uma vez é o Irã que desperta essa análise. Muitos irão pensar que o que escrevo não condiz com o que se tem que levar em conta na formulação de uma política externa, alguns por que acreditam que a separação entre política interna e externa é dogmática como querem alguns teóricos da ciência política e das relações internacionais, quando a prática reiteradamente nos mostra que essas linhas não existem. Fora isso há os que se encastelam na posição de que a não-ingerência isenta os formuladores de política externa de se confrontarem com a maneira que os estados com quem mantêm relações diplomáticas conduzem suas políticas internas. Usando o método do reductio ad absurdum poderia se argumentar que poderia ser moralmente aceitável manter relações políticas com o III Reich mesmo sabendo do massacre e assa

Brasil, Irã e Analistas: Convicção, idealismo ou wishful thinking?

Já escrevi aqui que é estapafúrdia a noção de que de alguma maneira os membros do Itamaraty e da administração federal sejam inocentes úteis nas mãos da diplomacia iraniana, tese muito aventada na imprensa estrangeira, com base em falas de diplomatas desses que com certeza não querem melindrar o Brasil, ou não vêem necessidade de fazer críticas midiáticas. De algum modo a tese da ingenuidade é simpática por que não imputa maiores responsabilidades aos líderes brasileiros e abaixa um pouco o tom das manifestações contrárias ao mesmo tempo em que mandam um recado velado eficiente de que para essas chancelarias o Brasil ainda não conquistou uma posição de player e seus esforços não estão contribuindo para isso. A tese é descabida, reitero, quando aplicada ao governo, mas não quando aplicada a muitos de seus defensores na mídia e na academia. Há indivíduos nesses espaços que louvam acriticamente as teses ventiladas pelo Itamaraty. Não tenho elementos para propor que sejam intelectualmente

O assunto continua a render ou mais Irã na televisão

Mais um bom debate televisivo levado a cabo na rede por assinatura Globo News, com a participação do Ex-Ministro de Estado de Relações Exteriores Celso Lafer, que tece análises muito próximas as que costumo fazer aqui. Claro, como sempre coloco não busco (como outros por ai) por referendar minha posição me escondendo por trás de algum figurão que ratifique o que eu digo. Eu prefiro que a lógica e os fatos referendem o que escrevo. Ainda assim é agradável ver alguém com tantos anos de experiência e conhecimento ter visões próximas as que eu cheguei por vias próprias. Se me permitem uma digressão outro dia (antes do meu apagão de internet) comentei em um blog iniciante em que o autor analisava a política externa brasileira, fiz algumas ponderações sobre a estrutura e premissas dos argumentos que ele utilizava, rebatendo é verdade, mas com serenidade no espírito do debate de idéias franco e amigável, a resposta do autor foi se esconder por trás do argumento da autoridade, que pode tanto

Não é um primor?

[Texto originalmente escrito dia 10 de junho] No primeiro dia de aula de relações internacionais todo estudante aprende que independentemente da corrente teórica e analítica que se aborde relações internacionais é uma disciplina que estuda o poder, em um lócus especifico o sistema internacional. Mas, o poder é núcleo central das mais respeitadas e epistemologicamente sólidas teorias das relações internacionais, por sinal se tem que as questões do poder são preocupação quase que exclusiva dos realistas e seus descendentes, mas mesmo a escola pré Segunda Guerra Mundial, já tinha o poder em mente, é claro que esses analistas eram entusiastas do papel do sistema multilateral e do direito internacional como meio para o alcance da paz perpétua. Deixando os grandes debates teóricos de lado e nos atendo ao noticiário do mundo real, por assim dizer, temos hoje (dia que escrevo, sinceramente não sei quando conseguirei publicar esses textos) a aprovação de uma nova rodada de sanções do Conselh

Irã: mais um debate televisivo

Não sou, em geral, muito entusiasta do programa “Sem Fronteiras” da rede Globo News, não gosto muito da sua metodologia de escolha de convidados e as conclusões que os correspondentes apresentam por vezes são rasas, mas isso é uma questão de gosto. É louvável no programa a idéia de ir buscar visões mais globais para as questões, a imprensa nacional tende a ser muito paroquiana (não que não conheçam o mundo, mas por questões de não haver muitos correspondentes estrangeiros nessas redes, como vemos na CNN e na BBC, por exemplo). Como ainda esperamos mais dados sobre o atual imbróglio no Oriente Médio, o ataque a flotilha, trago mais visões sobre Brasil e Irã. Ainda que não toquem profundamente no cerne da questão que é o adimplemento por parte do Irã de seus compromissos de signatário do TNP. Um dos entrevistados é um intelectual que me atreva a chamar de amigo o Dr. Mauricio Santoro, professor da FGV-RJ, com quem já travei bons debates em comunidade no Orkut e que mantém um excelente

O nacionalismo sai do armário

No primeiro texto que escrevi sobre a aproximação Brasil e Irã, afirmei que temia que seria um passo que convidaria a entrada do mal no Brasil, usei a velha e manjada imagem do vampiro, que só pode adentrar a residência de alguém se convidado (pelo menos essa é a versão predominante nas histórias de vampiro). Na época meu temor era que o Brasil pudesse se tornar um campo de recrutamento de extremistas, afinal nossas condições sociais podem ser campo fértil para isso, dado o volume de jovens sem acesso a educação, cultura, formação humana, laços familiares fortes. Além de muitos deles não terem mais nem a capacidade de aspirar a um futuro melhor. Há diversos livros e documentários nesse sentido, como Abusado , Falcão, meninos do tráfico e por ai vai. Torna-se verossímil, para dizer o mínimo que há espaço para que “recrutadores” usem dos sentimentos de abandono, e da revolta desses jovens para cooptá-los para causas redentoras e revolucionárias, que na verdade são causas políticas que

Brasil e Irã: um debate televisivo

O programa “Espaço Aberto”, da rede de TV por assinatura “globo news” com a jornalista Miriam Leitão (uma jornalista que não desfruta de minha simpatia, diga-se de passagem), com os experientes diplomatas Sérgio Amaral e Luiz Felipe Lampreia . [Por sinal recomendo o blog que está nesse ultimo link] Esses dois diplomatas, aposentados, são vozes muito críticas aos atuais ramos da política externa do Brasil, ainda que com a elegância e o “diplomatiquês”. Já disse várias vezes aqui que não necessito validar minhas conclusões com medalhões, ou seja, não preciso que minhas opiniões coincidam com a de pesquisadores, escritores, mesmo os que eu admiro. Embora, não seja nada desagradável quando isso ocorre. Nesse bom debate vários pontos são levantados, pontos que levanto a muito nesse blog, ou seja, são idéias que já cultivava mesmo antes de ouvir. Interessante é a coincidência entre minhas opiniões e a do experimentado embaixador Sérgio do Amaral, no que tange a comparação entre estilo di

Uma nota sobre o vazamento de correspondências ente Obama e Lula

Em síntese poderia dizer apenas: “mas, o Brasil não era um país protagonista e Amorim, Garcia e Pinheiros os pais da nova PEI?” Não iria escrever hoje, afinal fim de semana é um tempo para descansar, mas aqui estou eu na madrugada esperando a minha internet ter condições de enviar um texto, ainda trabalho no plano B, isto é, minha conexão ainda não está normal. Mas, o vazamento da carta de Obama, me fez querer escrever. Não entendi bem, primeiro a Declaração de Teerã era prova de uma nova era de ação independente e uma prova cabal da ascensão dos emergentes, do Brasil, em especial, agora uma carta do Presidente Obama ao Presidente Lula, na qual se deixa entender pelo teor dos trechos tornados público, que o Brasil agiu como “Proxy” de Washington no Oriente Médio, e mais a ilação natural que se faz é de que a reação rápida do sexteto seria uma “traição” ou uma volta atrás de palavra dada. Desde o inicio eu venho sustentando que muitos elementos nos faltam para criar uma opinião abra

Acordo com o Irã. Acordo?

Essa postagem bem que poderia se chamar “como eu não vi isso antes?” Escrever diariamente sobre relações internacionais é um exercício fabuloso, contudo, por vezes o açodamento em encontrar temas para escrever retira o tempo necessário para refletir, para analisar as coisas com a profundidade que eu gostaria de ter. Lamentavelmente ou naturalmente todos nós somos expostos em algum momento a nossa humanidade, isto é, nossas falhas. E nesse sentido, eu que sou sempre muito atento a forma, engoli uma tremenda barriga (jargão jornalístico para notícia publicada que se revela falsa). Ainda que desde o momento que tive noticia do sucesso da negociação em Teerã tenha escrito que era preciso ter em mãos maiores detalhes. E o detalhe que me escapou, alias detalhe não, por que é algo grande que é o mecanismo que foi escolhido para dar formalização ao entendimento alcançado pelos Ministros de Relações Exteriores de Brasil, Irã e Turquia, que foi o formato de DECLARAÇÃO , ou seja, formalmente n

Ainda sobre o Acordo com o Irã

Como analista profissional de relações internacionais, independente, não me compete exaltar ações do estado (ou de qualquer ator, ou líder) por exaltar, nem criticar por criticar*. Ainda não temos dados mais concretos sobre o acordo, por enquanto, temos apenas relatos midiáticos e opiniões mais ou menos embasadas. Temos visto pesquisadores, scholars , falando sobre o acordo sobre a região. Políticos e partidos agindo e reagindo e toda sorte de hipótese sendo aventada, aqui mesmo nesse blog há uma série de textos que refletem sobre as conseqüências possíveis e já mensuráveis das relações com o Irã, principalmente nessa fase aguda de estreitamento. Uma forte hipótese que tem sido levantada em meios nacionais e internacionais e até por governos seria de uma suposta ingenuidade da política externa brasileira, e do próprio presidente Lula, que estaria a ser como chegou a dizer uma conceituada revista “um idiota útil”. Posso até dizer que há um quê de idealpolitik nas ações internacionais d