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Mostrando postagens de abril, 2014

Vídeo: Palestra Paulo Roberto de Almeida, UnB

Paulo Roberto de Almeida é um diplomata, um pesquisador, um professor e um – assustadoramente eficiente e profícuo – escritor. E é um homem que não abre mão de ler e pensar com idependencia e com qualidade. Em alguns círculos é extremamente antipatizado, mas sua influência é inegável. Por isso saber que ele é um leitor assíduo desse Coisas Internacionais me empurra a pensar bem e não escrever coisas estúpidas por que sei que a despeito dos laços de amizade o professor não se furtará em criticar veementemente. Abaixo, publico vídeo da palestra “Tempos não convencionais: a economia e a política do Brasil como nunca antes vistas” organizada pelo Grupo de Estudos Lobos da Capital. A palestra é ótima e a clareza vocabular do professor é desconcertante quando comparamos com o “academiquês” e/ou o “diplomatiquês” que se esperaria dele. “O objetivo do evento foi discutir o estado da (des)"união" brasileira, depois dos 12 anos de governo do atual partido que está no poder e da

Uma banana pros racistas #somostodosmacacos

Essa semana foi recheada de atos racistas vindos do mundo do esporte, todos a essa altura já viram a inusitada reação do lateral do Barcelona, Daniel Alves, que descascou e comeu a banana atirada por um torcedor da equipe adversária. Atos racistas persistentes já geraram punições a clubes de futebol e campanhas de conscientização da UEFA e da FIFA, mas persistem. As Torcidas Organizadas são fenômeno que acompanham o futebol ao redor do mundo e que podem ser organismos de congregação de torcedores para elaborar mosaicos, cantos e outras formas de demonstração de carinho ao clube, como podem ser usadas como face pública de grupos radicais, criminosos e toda sorte de mistura entre eles, é particularmente conhecida a existência de torcidas ultra-nacionalistas e claramente racistas tão desavergonhadamente racistas que são capazes de fazer a saudação nazista coletivamente e se sentirem muito bem e realizados com isso. (Sobre como esse fenômeno das Torcidas Organizadas, escrevi um texto qu

Diários de Política: Jeb Bush

Diários de Política é coluna* de Márcio Coimbra** Depois de muitos movimentos e especulações, tudo parece ficar mais claro. Jeb Bush deve sair pré-candidato presidencial. Ele assumiu o fato de que tem pensado na disputa pela primeira vez em Nova York nesta semana. Na verdade, este era um anúncio esperado. Seus últimos movimentos deixaram isto muito claro, desde sua passagem por Las Vegas, na importante reunião da comunidade judaica de republicanos e consolidada pelos contatos e visitas políticas aos governadores do partido. As pesquisas indicam de saída que Bush teria o mesmo patamar de intenções de voto de Chris Christie. Ambos teriam 42% contra Hillary Clinton, que chega neste momento a 50%. Os números gerais, ainda muito distantes, colocam Christie em uma posição mais favorável, uma vez que seu grau de desconhecimento é maior e portanto possui uma possibilidade de crescimento ainda grande. Bush também pode crescer, mas menos do que Christie. Dentro do partido, entretanto, Bus

Uma lembrança da Revolução dos Cravos, por Francisco Seixas da Costa

Em homenagem aos 40 anos da Revolução dos Cravos, segundo alguns primeiro movimento da terceira onda de democratização que varreu o mundo, transcrevo essa história daquele 25 de Abril em terras lusitanas. A história é contada com a reconhecida qualidade literária do embaixador Francisco Seixas da Costa. A cabine Por Francisco Seixas da Costa Estava-se nas primeiras horas do dia 25 de Abril de 1974. Todo o pessoal que dormia no quartel tinha sido acordado e mandado formar no escuro da parada. De megafone na mão, o capitão que liderava a revolta, anunciou que a unidade ia integrar um movimento militar que tinha como finalidade “acabar com a ditadura”, competindo-lhe atacar um determinado objectivo. Os soldados, quase todos ensonados, alguns ainda a despistar a hipótese de se tratar de um mero exercício, ouviram em silêncio as palavras do capitão: quem quisesse alinhar que fosse buscar a sua arma, os restantes podiam voltar para a cama. Mas já ninguém conseguiria dormir. Ouvira

Coisas Internacionais na Escola: Ato I, cena 1

Hoje tive a oportunidade de visitar a Escola Estadual Coronel Ramos, no Bairro Bom Jesus, na cidade de Pirapora, MG e conversar com os alunos sobre a graduação e a profissão em Relações Internacionais, além de discorrer um pouco sobre a temática do comércio internacional. Um dos objetivos do projeto ‘Coisas Internacionais na Escola’ é dar aos alunos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre Relações Internacionais e sobre como são realmente relacionados os conteúdos que eles aprendem em sala de aula. Essa atividade é complementar, obviamente, a que os alunos normalmente fazem trazendo a oportunidade de sair um pouco da sala de aula e é feita com linguagem informal. A atividade dessa manhã foi muito prazerosa por que os alunos se mantiveram interessados e atentos e claro curiosos como comprovou a sessão de perguntas feitas ao término da atividade. Alguns ajustes serão necessários para o próximo evento, é claro, mas foi um ótimo começo para esse projeto, que pode ser repli

Evento: Palestra Paulo Roberto de Almeida, 24/04, Brasília

Meu amigo Paulo Roberto de Almeida fará, amanhã 24 de março, na UnB uma palestra cujo tema é provocativo, bem ao estilo do professor, um contrarianista par excellence . Não que Paulo Roberto seja mero polemista é sim um grande estudioso sem medo do isolamento que por vezes é o preço do pensamento livre, mas não o único, pra quem por vocação serve numa casa que ainda que civil nada deve aos militares em termos de hierarquia (perde e muito em condicionamento físico, se me permitem o gracejo). É uma oportunidade para ouvir e debater com o professor, não escrevo diplomata, por que como sempre as opiniões expressas nessa palestra são exclusivas do autor e não refletem posições oficiais do Ministério das Relações Exteriores, como dizem os disclaimers de autores-diplomatas. Abaixo o convite transcrito do Diplomatizzando : Na próxima quinta-feira, dia 24 de março, as 19hs, no auditório da Engenharia Elétrica da Faculdade de Tecnologia, darei uma palestra sobre os temas acima listados

O tamanho do problema do setor elétrico por Mansueto Almeida

A boa análise das relações internacionais precisa não só identificar os padrões de interação entre os atores no sistema internacionais e as redes que atuam nessas relações, se valendo da perspectiva histórica e com embasamento lógico. É preciso, também, conhecer limitações internas de cada país e a energia é sempre algo relevante para observarmos. Nesse sentido, transcrevo texto do economista do IPEA, Mansueto Almeida, originalmente publicado em seu blog . Em que evidencia o tamanho do problema energético que vivemos. O tamanho do problema do setor elétrico Por Mansueto Almeida Quem quiser entender o tamanho do problema do setor elétrico sugiro que assista ao programa da jornalista Miriam Leitão da semana passada na Globo News. Um post sobre o programa e o link para o programa podem ser acessados aqui no blog da Miriam Leitão. Miriam entrevistou um dos maiores especialista do setor elétrico no Brasil, Mario Veiga da PSR. Em 2012, Mario era um dos consultores do governo federal

Feliz Páscoa

A todos que forem cristãos fica meu desejo de uma Feliz Páscoa, em seu sentido espiritual e como a festa do Senhor ressuscitado que é. A quem não for cristão aproveitem o feriado como melhor desejarem e que tenham um dia de paz e entendimento. Hoje excepcionalmente não será publicada a coluna Diários de Política de nosso correspondente em Washington (que também colabora pro BrasilPost) Márcio Coimbra.

Gdansk por Francisco Seixas da Costa

Um interessante relato de impressões pessoais e fatos históricos e sobre como fatos históricos são vistos externa e internamente, com o habitual talento literário e concisão do experimentado embaixador português Francisco Seixas da Costa. Gdansk Por Francisco Seixas da Costa Olhando para a coleção de selos que, durante anos, me ajudou a desenhar a geografia política do mundo em que ia viver, o meu pai falava-me de Dantzig, a cidade mártir, do seu "corredor", cuja ocupação pelos alemães lançou a 2ª Guerra mundial. Dantzig tinha selos próprios, como "cidade livre" que chegou a ser. Ainda possuo alguns. Decorreram uns anos. Dantzig já era designada pelo nome polaco de Gdansk. Vivia eu na Noruega e, em 1980, a cidade passou a ser o lugar onde nasceu o Solidarnosć, onde surgiu Lech Walesa à frente de uma revolta que iria abalar, ainda mais, os alicerces do muro que estava prestes a cair em Berlim. Quase duas décadas depois, acompanhei Jorge Sampaio numa viagem

Relações Internacionais e basquetebol e algumas boas histórias

Um amputado sobrevivente do Câncer, adolescentes iraquianas, um vilarejo isolado nos rincões da Ásia e crianças de uma periferia urbana violenta não poderia ser um grupo mais heterogêneo, mas o esporte nos lembra que vencer dificuldades e buscar opções de lazer e companheirismo são qualidades e necessidades humanas e por serem humanas são universais, essa é a lição da série de documentários Rise Above da Jordan. Esporte e relações internacionais com a sensibilidade dos artistas audiovisuais. Como hoje é Sexta-Feira da Paixão dia de enorme significado religioso para os Cristãos de todo mundo e um feriado agradável para os que não são cristãos e vivem em países de cultura cristã, como o Brasil é também o dia que a Seleção de Basquete de Pirapora – MG, que tenho orgulho e espanto de pertencer, estréia na Etapa Micro-Regional Norte dos Jogos de Minas 2014 me pareceu oportuno apresentar essa série de documentários. Não sou um sujeito consumista, meu carro é meu companheiro de longos an

Morreu o ícone cultura Latino-americano Gabriel García Márquez

"O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança." Gabriel García Márquez in Memórias de minhas putas tristes, p. 79. Morreu na Argentina, aos 87 anos, o escritor colombiano Gabriel García Márquez.  Conheci a obra de Garcia Márquez tardiamente creio que já graduado e foi arrebatador, seu realismo fantástico e o ritmo de sua escrita, mas principalmente o drama e as desventuras de seus protagonistas, dizia ele que todo autor sempre escreve o mesmo livro e o dele era o da solidão. Carrego o medo de terminar como suas personagens, tinha medo de só conhecer o arrebatador amor aos meus 90 anos como o protagonista de ‘Memórias de minhas putas tristes’, ou de ser atormentado pelo peso da visão do futuro trágico da minha descendência como o Aureliano Buendía e, sobretudo temia ver minha amada viver uma existência completa sem mim. Medos esses foram dissipados pela vida e suas preocupações concretas, mas não inteiramente ou não seriam medos. O velho mestre er

Nigéria: 200 meninas seqüestradas e a ostentação presidencial

  Acompanhar o noticiário internacional sobre um país em desenvolvimento implica em saber que nenhuma boa notícia fica impune, ou seja, sempre que esse país se destaca positivamente algo de seu lado mais atrasado acaba chamando atenção, também. Esse é o caso da agora 26ª economia do mundo e maior da África, a Nigéria. Semana passada repercutiu amplamente nos meios de comunicação o novo patamar econômico da Nigéria, que já era uma realidade que não estava sendo captada nas estatísticas devido a desatualização metodológica que segundo reportam ignorava no calculo setores como telefonia móvel, e-commerce e a economia criativa. Para quem não acompanha a África tão de perto, como eu, foi uma grata descoberta a participação expressiva da indústria do cinema no PIB Nigeriano, talvez seja a hora de um festival por aqui para que possamos ter acesso a esse cinema. As reportagens também faziam a inevitável comparação com a África do Sul, agora segunda economia e nossa parceira de IBAS E BRIC

Uma elucubração sobre Rússia, Crimeia, Ucrânia e Internet

A Internet é mais que apenas uma mídia, um meio de comunicação, por sua interatividade instantânea (ou quase me lembrariam os físicos) é um eco-sistema das idéias que aceita todo tipo de pensamento do mais delirante teórico da conspiração ao mais embasado dos textos científicos, está tudo a um clique de distância, com ocasionais ‘pay-walls’ que a própria internet ensina como contornar, se o individuo assim desejar. Os grupos das redes sociais aglutinados por interesses comuns são locais interessantes para descobrir novas visões ou caminhos, para divulgar seus projetos e/ou sanar dúvidas, mas também são locais em que pela natureza livre da rede você encontra todo tipo de raciocínio. Estão particularmente serelepes na rede os saudosistas do poder soviético, não é pra menos, Putin tem falado todas as palavras de ordem que esses grupos gostam e tem feito os gestos de força que eles admiram e muitos desses saudosistas até abandonam agendas de Direitos Humanos que defendem com tanto afi

Terrorismo é terrorismo

Alguns ataques terroristas extremistas são tratados legalmente como crimes de ódio, tentativa de homicídios, homicídio, mas são em seus métodos e objetivos ações terroristas. Um desses ataques que será qualificado como crime de ódio e racismo foi o ataque a tiros ocorrido, em Kansas City, no estado americano do Kansas. O responsável pelo ataque foi um verme* supremacista ariano (que é palavra grande pra racista), membro da Klu Klux Klan e neonazista, de 73 anos abriu fogo contra membros da comunidade judaica, na véspera do inicio das comemorações da Passach, a festa da libertação, a famosa Páscoa Judaica. O ataque deixou 3 mortos, um avô e seu neto, escoteiro, e uma senhora assassinada num asilo judaico. O avô e o neto eram cristãos, como é de macabro costume os terroristas sempre matam mais pessoas dos grupos que eles dizem defender. Como bem colocou Guga Chacra em seu blog : “O atirador, depois de preso, teria gritado “Heil Hitler”. E não, ele não era muçulmano, como mui

Diários de Política: O fator Scott Brown

Diários de Política é coluna* de Márcio Coimbra** Quando Scott Brown foi eleito para a cadeira de Ted Kennedy em 2010, muitos republicanos se entusiasmaram, afinal ele era o primeiro membro do partido eleito senador desde 1972 em um estado dominado pelos democratas, Massachusetts. A alegria não durou muito. Logo depois, em 2012, enfrentou uma difícil reeleição e foi abatido pela democrata Elizabeth Warren, que inclusive possui sonhos presidenciais. Mas o fato foi que Scott Brown, fora do Senado desde 2013, começou a enxergar novas alternativas. A mais clara estava ao seu lado, no estado de New Hampshire. Ainda no último ano escutei de alguns republicanos que Brown estava de mudança para o estado vizinho a fim de viabilizar sua candidatura ao Senado por lá. Este não é um fato comum na política americana, onde os políticos geralmente desenvolvem por anos um contato intenso com sua base eleitoral. Mas Brown pensou diferente e rumou para Rye, onde sua família agora tem residência. O

Abismo entre gerações ou uma historieta sobre um “não evento”, por Francisco Seixas da Costa

Sempre que posso republico textos aqui que têm como intuito contribuir com o debate que pretendo nesse blog, a maior parte deles aborda questões que não domino com fluência. O texto de hoje, contudo, é dessas observações da vida que a falta de maiores talentos literários me impedem de formalizar com elegância e alguma graça como faz Francisco Seixas da Costa. Lido diariamente com crianças e adolescentes em projetos de iniciação esportiva na modalidade basquetebol e ainda estou na casa dos 30 (e alguns) anos então não há grande abismo geracional, porém, já posso vislumbrar o chegar desse abismo, principalmente nas referências de cultura popular que nos ajudam a ilustrar conceitos e tornam nossas intervenções em eventos menos maçantes e nesse sentido posso dizer que entendo o que o embaixador relata, principalmente quando fala de observar o auditório a fim de saber se algum gracejo será bem acolhido, ou pelo menos entendido. O "22 de Paio Pires" Por Francisco Seixas da C

FMI e pessimismo por Mansueto Almeida

Mansueto é um desses analistas que sabe se comunicar de maneira clara e com domínio da linguagem. E mais uma vez tenho prazer em transcrever suas análises que enriquecem o debate que proponho nessa página. Original pode ser lido aqui . FMI e pessimismo Por Mansueto Almeida Sei que muita gente vai ficar com raiva do FMI por ter falado, recentemente, segundo matéria on line do jornal Valor Econômico, que: “A dívida bruta brasileira deve ficar em 66,7% do PIB neste ano, de acordo com o FMI, bem acima da média dos emergentes, de 33,7% do PIB. Na quarta-feira, o Fundo disse que a meta de superávit primário de 1,9% do PIB definida pelo governo brasileiro para este ano é apropriada, mas ressaltou que é importante que no médio prazo o Brasil volte a ter um alvo na casa de 3% do PIB.” O FMI acertou na mosca. E esse tipo de projeção não é só do FMI. Apostaria que mais de 90% dos analistas brasileiros acreditam que o superávit primário confortável deveria ficar acima de 2,5% do PIB

Coisas Internacionais nas Escolas

O projeto “Coisas Internacionais nas Escolas” objetiva levar aos alunos do Ensino Médio discussões sobre a temática das Relações Internacionais de uma maneira adequada aos jovens. A temática é adequada pra se coadunar com os conteúdos ensinados nas disciplinas de história, geografia e filosofia, contribuindo para a transdisciplinaridade presente nas avaliações como a do ENEM. Além disso, há uma parte do evento dedicada a apresentar a profissão de analista das Relações Internacionais de maneira realista com advertência quanto às dificuldades sem que isso seja feito de modo a desestimular os que porventura tenham nessa carreira seus objetivos de curso superior. O projeto tem como escopo as escolas públicas ou privadas de Pirapora, Buritizeiro e Várzea da Palma, na região Norte do estado de Minas Gerais, mas pode ser replicado com facilidade em todos os locais do Brasil, uma vez que os recursos necessários são apenas um profissional de RI com alguma capacidade de oratória e uma sal

Venezuela e Ucrânia: Sim, há semelhanças ou uma curta provocação

Nós analistas, em vias gerais, temos gasto uma considerável parte de nossas falas e escritos para tentar evitar que se confundam as crises vividas pela Venezuela e pela Ucrânia que certamente possuem diferenças marcantes. Mas, há um elemento de semelhança no gérmen das duas crises, que é a insatisfação com a ingerência externa consentida pelo governo. No caso venezuelano é a interferência cubana, notadamente nos meios militares, nas decisões do governo. E no caso ucraniano foi a submissão do governo as estratégias de segurança russas que não aceitam laços institucionais mais profundos com organismos da Europa Ocidental. Nos dois casos a justificativa pra ingerir nos assuntos e destinos de outra nação soberana é o risco da ingerência por parte de outra potência. A Rússia anexou a Criméia por que acusa o novo regime ucraniano de ser títere de Washington e Bruxelas. E na Venezuela a ingerência cubana é articulada em termos de cooperação e anti-imperialismo. A deputada cassada pelo r

U.S. Defense Policy in the Wake of the Ukrainian Affair Por George Friedman

Uma excelente peça analítica de George Friedman que analisa as hipóteses de emprego de poder militar e necessidades estratégicas relembradas pela eclosão da crise ucraniana. Ou seja, a velha natureza anárquica do sistema internacional que parecia modificada pelo adensamento de jurisdições internacionais, mas que lá permanece como verdade indômita, a guerra entre Estados-Nações continua a ser uma possibilidade real. Os Estados Unidos continuam sendo a potência hegemônica, mas hegemonia não significa onipotência e nem que os demais atores do sistema não tentarão elevar seu nível de poder e está cada vez mais claro que hegemonia americana será ameaçada e questionada. É uma leitura interessante ainda que totalmente voltada para a política de defesa americana (como o título deixa claro) e que contêm elementos para tentar entender como se comportam os estados, não há dúvidas que por mais controverso que seja o Stratfor é um meio influente e capta bem o zeitgeist. U.S. Defense Policy i

Venezuela: Comissão de Chanceleres, agora vai?

O horizonte próximo não parece muito favorável ao diálogo e a normalização da política venezuelana, isso por que a oposição nas ruas e no sistema político não tem esmorecido diante das táticas de alta pressão do regime bolivariano, nem a destituição de Maria Corina Machado nem as condenações, em tempo recorde para os padrões continentais, de líderes da oposição surtiram o efeito, por outro lado a pressão das ruas também não é capaz de mover o regime na direção que os opositores desejam, ou seja, a pressão não tem conseguido que o regime desista de processar e manter presos opositores ou que substitua os ministros do Tribunal Superior de Justiça, Conselho Nacional Eleitoral. O impasse tem servido para polarizar ainda mais a Venezuela e o risca cada vez mais real é que se rompa com qualquer chance de restauração dos padrões mínimos de convivência política, em outras palavras, o pior cenário possível é que a crise culmine num conflito armado. Claro, que para isso acontecer é preciso

Brasil da ditadura e Iraque: Uma entrevista que precisa ser lida

Normalmente não copio textos da imprensa, mas acredito que essa entrevista tem valor didático por abrir uma porta para os bastidores da Política Externa Brasileira, no período dos choques do petróleo. É interessante notar que durante aquele tempo de forte discurso sul-sul, dizia-se “não-alinhado” de denúncia das potências estabelecidas, o comportamento brasileiro era muito parecido com o que buscava condenar, ainda que timidamente, dado as restrições objetivas daquela época. Exemplar é o caso da condenação do sionismo como racismo que foi feito para garantir o fluxo de petróleo iraquiano preço político alto pago pela ditadura em troca. O embaixador Sérgio Tutikian relata os desafios pessoais da vida dedicada às coisas internacionais e como desafios e simpatias pessoais influem na construção da política externa. Relações essas que por vezes são negligenciadas pelos analistas acadêmicos. Abaixo segue a entrevista. Muito bem conduzida pelo repórter da Zero Hora Cláudio Goldberg Rab