"O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança."
Gabriel García Márquez in
Memórias de minhas putas tristes, p. 79.
Morreu na Argentina, aos 87 anos, o escritor colombiano Gabriel García Márquez. Conheci a obra de Garcia Márquez tardiamente creio que já graduado e foi arrebatador, seu realismo fantástico e o ritmo de sua escrita, mas principalmente o drama e as desventuras de seus protagonistas, dizia ele que todo autor sempre escreve o mesmo livro e o dele era o da solidão.
Carrego o medo de terminar como suas personagens, tinha medo de só conhecer o arrebatador amor aos meus 90 anos como o protagonista de ‘Memórias de minhas putas tristes’, ou de ser atormentado pelo peso da visão do futuro trágico da minha descendência como o Aureliano Buendía e, sobretudo temia ver minha amada viver uma existência completa sem mim. Medos esses foram dissipados pela vida e suas preocupações concretas, mas não inteiramente ou não seriam medos.
O velho mestre era comunista, e daí? Os gênios, também, têm direito a suas cegueiras tal qual o Dr. Juvenal Urbino de ‘Cartas nos tempos do cólera’ que morre tentando pegar um pássaro numa árvore.
Ah, García ya te extraño.
Hoje, depois de muito tempo choveu em Pirapora (aqui no árido norte de Minas), um pouco de Macondo pra registrar sua partida, velho escritor.
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Foto dos meus livros favoritos do autor, na minha mesa de trabalho
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