As horríveis imagens e relatos dos ataques na Noruega ontem continuam chegando, hoje já temos mais informações sobre os autores dessa tragédia que seria um extremista de direita e nacionalista.
Ontem a versão que mais força ganhava é que seria um ato de terrorismo islâmico, mas foi um ato de terrorismo que chamam de interno. Contudo, isso não muda nada no horror e na covardia de um ataque terrorista contra civis, muitos deles jovens que participavam de um retiro político na ilha de Utoya.
No texto de ontem não aventei a possibilidade de terrorismo doméstico, mas adverti meu leitor que o “calor” dos acontecimentos não é o momento ideal para tecer uma análise.
Ao que tudo indica o terrorista (para não usar uma expressão como verme covarde) era um fundamentalista cristão e isso aumenta ainda mais a raiva que sinto por seu ataque, afinal de contas um sujeito covarde como esse justificar seus atos de ódio numa fé que me é tão importante é no mínimo aviltante.
O extremismo é algo que deve ser enfrentado e vencido se quisermos que o modelo de sociedade que vivemos (parto do principio que a maior parte dos meus leitores, senão todos vivem em um país ocidental e democrático) desde o inacreditavelmente aceito extremismo de esquerda dos comunistas quanto os loucos da extrema direita, passando pelos que dizem que são religiosos, mas são apenas proto-ditadores. Sim que fique claro pra quem for ler para mim uma suástica e uma foice e martelo são símbolos do mesmo tipo de horror, opressão e ódio.
Nesses momentos em que o que há de pior na humanidade emerge e abala nossa fé de que há futuro para a nossa espécie surgem os relatos que restauram um pouco da crença na humanidade como os jovens que lutaram pra sobreviver e ajudaram seus colegas e os vizinhos da ilha que tentaram resgatar esses rapazes e moças.
Tudo ainda está incerto e acho que nesse momento é difícil chegar a conclusões desapaixonadas e nada emocionais, portanto encerro essa nota transcrevendo um trecho de minha postagem de ontem:
A única coisa que se pode depreender desses ataques sem risco é que mais uma vez fica demonstrada a natureza particularmente nefasta do terrorismo e o tamanho da pressão que resta sobre os ombros das forças de inteligência e segurança, como bem colocou o IRA na sua declaração após o ataque ao Grand Hotel, em Brighton, em 1984, que quase vitimou a dama de ferro, Margaret Thatcher: “Today we were unlucky, but remember we only have to be lucky once. You will have to be lucky always.” [Numa tradução livre “Hoje não tivemos sorte, mas lembrem-se que nós só precisamos dar sorte uma única vez. Enquanto vocês [forças de segurança] precisam dar sorte todas as vezes”]
Comentários
Realmente, esse foi um crime cocante!
O que prova o que a ignorância e principalmente, o preconceito podem fazer...
Mesmo muito triste...
Beijinhos
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