O noticiário internacional foi tomado mais uma vez por um ato odioso de violência sem sentido, dessa vez um ataque a uma histórica igreja cristã negra, mais um ataque terrorista vil. Ao que tudo indica o verme* estaria usando as bandeiras da África do Sul (da época do Apartheid) e da Rodésia, o que mostra a obviedade racista da motivação dos ataques.
Não creio que é mais preciso debater quão nefasta é a ideologia supremacista ariana, soma de coletivismos e delírios (como toda teoria em que terroristas se baseiam) que parecem ecoar naqueles dispostos a colocar a culpa de seus fracassos pessoais em algum ente abstrato e passa a se querer defensor de classe, raça, etc. E isso tudo, em especial, o delírio coletivista fica evidente nos relatos de que o atirador teria dito às vitimas que: “Vocês estupram nossas mulheres e estão dominando nosso país, vocês têm que ir”
O ato terrorista acontece em um momento em que as forças de segurança dos EUA estão sob intensa crítica de movimentos ligados a direitos civis e da população negra, por conta de mortes de suspeitos negros. O que tem elevado o clima geral de tensão racial nos EUA.
O ataque a Emanuel African Methodist Episcopal Church em Charleston na Carolina do Sul deixou nove mortos que estavam na Igreja estudando as escrituras. E como apontou o descabelado correspondente do Estadão, nos EUA:
“O ataque terrorista de hoje foi o mais grave ato de terrorismo em número de vítimas em solo americano desde o 11 de Setembro. Roof e sua ideologia supremacista são tão repugnantes e grotescos como membros da Al Qaeda e seguidores da ideologia extremista islâmica. Basta lembrar que o segundo maior atentado da história americana também foi cometido por um supremacista, em Oklahoma.
Moro nos EUA e está claro que, nos últimos meses, a tensão racial aumentou para um de seus maiores patamares neste século. Isso não significa que tenha aumentado o racismo. São coisas distintas. Os EUA têm um presidente negro, secretária da Justiça negra, com antecessor negro, dois ex-secretários de Estado negros e algumas de suas maiores celebridades. Mas isso não tem sido suficiente para conter a violência racial”.
Os supremacistas são inimigos conhecidos das forças de segurança dos EUA e são cidadãos com laços em suas comunidades o que dificulta sobremaneira sua vigilância, uma amostra clara da dificuldade de combater as ideologias extremistas e violentas.
Nem mesmo a rápida prisão do verme parece bastar para afastar a sensação de que todos nós que amamos a liberdade estamos perdendo a guerra contra os extremistas, ainda mais por conta do fato das autoridades se recusarem a classificar o ato como terrorismo doméstico.
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* Esse blog há muitos anos decidiu não mais nomear terroristas e usa apenas o termo verme, mesmo ciente que é um termo inflamatório.
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