Ao se ler as notas oficiais e as avaliações de alguns acadêmicos se tem a impressão que a Integração Regional no espaço da América do Sul é uma realidade com poucas arestas para aparar e irrefreável.
Mas, a realidade não é bem essa. O que mais se tem são problemas, desde as eternas negociações automóveis/linha branca com a Argentina, a pressão paraguaia por mais transparência em Itaipu Bi-Nacional e revisão do tratado de Itaipu.
Mesmo a Venezuela, que é sempre publicamente defendida por altos funcionários do Planalto e que a integração entre o PT e PSUV é tamanha que a campanha de Maduro contou com o João Santana, o famoso marketeiro das campanhas de Lula e Dilma oferece desafios a Integração Regional, seja na notória dificuldade de receber por produtos e serviços exportados para a Venezuela, como mesmo no campo diplomático, ou melhor, no campo das imunidades e garantias diplomáticas, como nos mostra a reportagem de Leandro Mazzini, cujo trecho transcrevo abaixo:
“Embaixador do Brasil na Venezuela até seis meses atrás, José Marcondes de Carvalho deixou às pressas Caracas porque ele e a esposa, uma artista plástica peruana ( e não venezuelana, como publicado anteriormente ), foram ameaçados de morte. O Ministério de Relações Exteriores e o governo brasileiro tratam o caso sigilosamente.
Marcondes ficou apenas dois anos em Caracas, dos cinco previstos, e as tratativas para sua substituição foram céleres. O substituto Ruy Pereira, 59 anos, assumiu em Novembro passado.
Marcondes segue a linha do governo na parceria com a Venezuela, mas a esposa, uma crítica ferrenha da era Chávez e do presidente Nicolas Maduro, não segurou a verve e virou alvo de ameaças anônimas. O que motivou o casal voltar junto para o Brasil.”
Dirão que é caso isolado e que a esposa do diplomata estaria interferindo em assuntos internos da Venezuela, mas a realidade (se a reportagem estiver correta) é que a família de embaixador brasileiro se sentiu de maneira ameaçada que deixou o país. Agora comparem isso a qualquer nota oficial.
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