O Colégio Eleitoral americano e a
apuração dos votos, nos parecem muito complicadas e pensamos: no Brasil é bem
melhor. Nós olhamos o mundo pelas lentes de nossa cultura e isso afeta o
julgamento que fazemos de diversas situações e realidades internacionais.
Muitos conflitos em negócios internacionais têm nesse fato sua origem.
A natureza federalista, com ênfase,
estadual dos EUA é muito diferente do nosso federalismo e há complexas raízes históricas
para isso. Boa parte do debate constitucional original daquele país gira em
torno dos Direitos dos Estados.
Nosso sistema tem um caráter
centralizado, que ignora as nuances regionais em troca de processos
uniformizados. A informatização do voto trouxe de fato, muita celeridade ao
processo, mas a adoção desse regime não foi feita com um amplo debate nacional
e são comuns as desconfianças sobre a integridade desse modo de fazer eleições.
Muitas opiniões publicadas sobre o
sistema eleitoral de lá e de cá são apenas as lentes da familiaridade se manifestando.
Diante disso, temos a oportunidade de lembrar que “Narciso acha feio o que não
é espelho”. E assim, julgar menos e trabalhar para compreender melhor o mundo, parece
ser uma boa estratégia para qualquer observador das Relações Internacionais.
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