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Mostrando postagens com o rótulo EDITORIAL

Uma merecida homenagem

Nessa quarta-feira dia 20 de janeiro chegaram em um avião da FAB os corpos de 17 militares falecidos no terremoto que assolou o Haiti. Os corpos foram recebidos pela guarda de honra da PE e pelos Dragões da Independência em seus imponentes e históricos uniformes. Uma homenagem digna a heróis caídos que se voluntariaram a arriscar suas vidas em nome de uma missão de paz, que para lá foram enviados por conta de cálculos estratégicos de políticos e diplomatas. Não foram vítimas da política, como milhões de jovens o foram nos séculos desde que a humanidade surgiu na face desse planeta, padeceram em missão nobre e reitero voluntária. Receberam os bonitos e doídos tributos que o cerimonial militar refinou por milênios hoje esses homens passam a integrar o pavilhão dos heróis da pátria, meus sentimentos ficam com seus familiares, seus pais, filhos, esposas, irmãos, irmãs, amigos e claro seus irmãos de farda. Eu que como muitos perdi meu pai de maneira intempestiva e inesperada imagino o

Pense no Haiti, reze pelo Haiti

Abri o editor de textos no intento de continuar a escrever uma série de texto que preparo para os próximos dias acerca de facetas teóricas das relações internacionais, mas me vi clicando no ícone novo documento em branco não há como deixar de pensar no Haiti, ainda mais por que em todos os canais noticiosos seja na internet, seja na televisão, nacionais ou internacionais o tema é tratado com destaque. Ainda pensei em escrever uma análise sobre o desconcerto da concertación com a eleição de Sebastián Piñera que rompeu os 20 anos de preponderância da referida coalizão. Contudo, ao pesquisar esse assunto fui bombardeado como já citei por todo tipo de análise de todos os matizes ideológicos e teóricos sobre as repercussões políticas dessa ajuda (eu mesmo escrevi nessa segunda um texto nesses moldes). A extensão do drama humano no Haiti é espantoso e ainda assim esse povo tenaz (uma característica humana em momentos de crise e de desespero) luta para restaurar algum ponto de normalidade

Aniversário de um ícone da não-violência

Em meio a noticias e imagens da tragédia do Haiti e a uma discussão sobre a conveniência ou não da participação brasileira, com protagonismo, frente à parte militar da MINUSTAH. Deparamos-nos naturalmente com um desafio de analisar racionalmente uma tragédia humana bastante grave na qual acabamos por ter duas reações primais: 1) falta de fé diante do tamanho da tragédia; 2) e a inspiração que vem dos exemplos daqueles que se transformam em heróis nessa hora mais crítica. Esses heróis anônimos ou não despertam o desejo de sermos seres humanos melhores, nesse intento há uma coincidência das datas, hoje 15 de janeiro de 2010 seria aniversário de 81 anos do pastor e ativista por direitos civis Martin Luther King Junior. Dr. King é reconhecidamente um dos símbolos da luta pela igualdade racial nos EUA, seu enfoque (que desagradou e desagrada ainda muitos ativistas) foi o caminho calcado na ética cristã e assim buscou a não-violência como meta e como mecanismo principal de trabalho. Fo

Um pequeno aviso

Tenho um compromisso (auto-imposto) de produzir textos de minha lavra diariamente para esse nosso espaço virtual de trocas de idéia e aprendizado acerca das elusivas e complexas coisas internacionais. Ainda que tenha esse compromisso em mais alta conta por vezes motivos que podemos tranquilamente chamar de “força maior” impedem que eu escreva diariamente. Dentre esses motivos temos compromissos profissionais, problemas técnicos e assuntos pessoais. Nesses próximos dias publicarei textos, mas não estarei completamente disponível para atender as dúvidas no e-mail e para mediar os comentário, não por que esteja arrefecendo o espírito desse blog, mas por que farei  uma série de viagens. Portanto, postagens intermitentes, demora nos e-mails e mediação não significa, reitero, abandono. Publicarei alguns textos inéditos e alguns que já foram ao ar em outros locais e que ainda não publiquei aqui. Aproveitem se quiserem para revirar os arquivos tem muita coisa sobre as mais variadas áre

“Mr. Gobarchev tear down this wall”

Em 12 de junho de 1987 o então presidente dos EUA Ronald Reagan proferiu esse desafio em um discurso no famoso marco berlinense o Portal de Brandenburg, não passava pela cabeça nem do mais entusiasmado defensor do bloco ocidental que o infame muro e toda cortina de ferro cairiam tão rapidamente. Hoje na data em que se comemoram os 20 anos da repentina queda do muro e do inicio do processo de reunificação alemã, muito material interessante tem sido publicado na imprensa, documentários. No campo das reflexões teóricas mais profundas são inúmeras as obras que abordam as conseqüências teóricas e práticas do fim do bloco comunista soviético. É patente na literatura o assombro que foi a queda da cortina de ferro e muitas visões emergiram ao primeiro plano teórico, como as correntes da teoria da estabilidade hegemônica, e as correntes de uma linha de choque de civilizações, ainda mais, por que os anos de 1990 foram marcados pela emergência dos nacionalismos latentes, afogados pela polarid

A volta do bom senso?

Meus caros sei que Honduras é um assunto que está em todo canto. Aqui mesmo nesse blog são demasiados os textos, por algum momento tentou-se criar uma polarização primária entre pretensos democratas (que condenavam o golpe) e “brucutus da direita” (que defendiam a deposição de Zelaya). Não é preciso dizer que esse tipo de abordagem, além de ser demasiadamente ideológica e abre caminho para argumentos que na maioria das discussões caem em falácias como argumentos “ad hominem” e em linhas de argumento que se concentram em debates acerca de futilidade como “foi retirado de pijamas” ou acerca da Constituição de Honduras e nesse particular se perdeu a meada principal do assunto em minha opinião que é tentar estabelecer como se construiu o quadro que culminou na deposição. Como restaurar a normalidade institucional em Honduras? E a análise da atuação das terceira-partes no assunto, como Brasil, EUA, Venezuela, Nicarágua, Costa Rica, UE, OEA e ONU. Esses assuntos acabaram marginalizados n

Um risco tolo

O Presidente deposto Manuel Zelaya de Honduras retornou hoje a Tegucigalpa em uma articulação que revela definitivamente os alinhamentos políticos na América Latina, o governo Brasileiro que mantinha um discurso de neutralidade e era visto por muitos analistas como interlocutor moderado na esquerda ora em poder na Região. Contudo, essa percepção pode mudar com o papel ativo que o Itamaraty tomou no recente desdobramento da crise hondurenha. Ao abrir a Embaixada do Brasil em Honduras para que o presidente deposto se instale e fique protegido do governo interino que pretende prendê-lo e julgá-lo pelos crimes que sustentaram sua deposição. O Brasil tem, claro e todo sabemos uma longa tradição de concessão de asilo político e diplomático, mas esse caso é diferente, pois esse já havia saído do território hondurenho e retornou. Uma diferença nada pequena a situações anteriores. Ao interferir diretamente em assuntos internos de outros Estados o Brasil rompeu perigosamente com uma diplomac

11 de setembro

Essa é uma data que já vivia na infâmia do bombardeio ao Palácio de La Moneda, em 1973, (ataque que depôs o Presidente Socialista do Chile Salvador Allende) mas atingiu sua conotação mais tragicamente infame naquela manhã do ano de 2001. Muito já se falou sobre isso, muito se tem analisado sobre o fenômeno do terrorismo e as políticas que foram implementadas no esteio do combate a esse. É difícil abordar esse tema sem se ser frio e técnico em um dia que isso talvez não seja apropriado, contudo, difícil também, é o oposto não ser emotivo, piegas e repetitivo com frases clichê, dessas do tipo: “onde você estava quando soube?”. No filme “Gangues de Nova Iorque” do renomado diretor Martin Scorsese, a personagem principal Amsterdan Vallon (interpretado por Leonardo DiCaprio), cita seu pai ao final do filme ao dizer que todos nascem do sangue da atribulação, como uma metáfora bem explicita ao nascimento da metrópole que dá título ao filme esses acontecimentos servem de pano de fundo da

Esse texto não é de minha lavra, mas creio ser importante.

Reproduzo postagem feita por Reinaldo Azevedo em seu blog , hospedado na página da revista “Veja”, da Editora Abril. Não gosta do Reinaldo, acha que ele é um direitista, reacinário, vendido, e qualquer outro epiteto reclame com ele. O texto é reproduzido conforme o original. “BLOGUEIROS E LEITORES DE BLOG DO BRASIL, UNI-VOS!!! quarta-feira, 2 de setembro de 2009 | 18:01 (leia primeiro o post abaixo) Estão querendo submeter a Internet a uma censura estúpida. Quer dizer que sites e blogs poderiam publicar anúncios de candidatos — e, nesse caso, não se equiparariam a TV e rádio —, mas não poderiam expressar opiniões a respeito dos mesmos, obedecendo, então, às restrições impostas à radiodifusão? Por quê? Internet, agora, é concessão pública? Censura à internet é coisa comum em Cuba, na China, na Coréia do Norte, não em país livre. Não se tem uma Internet com essas restrições — ATENÇÃO!!! — em nenhuma democracia do mundo! É um cretinismo. É como querer represar o mar. É e

Ducentésimo post

Meus queridos leitores essa é nossa postagem de número 200, sem dúvida uma marca a ser destacada, mostra quanto há para se dialogar sobre as relações internacionais. Muito do esforço que tenho feito aqui para tentar decodificar o mundo nasce do natural desejo de expressão de quem se aventura em publicar um blog. Escrever nos obriga a ler em ordem de fazer o primeiro com qualidade e com o embasamento necessário. Nesse intento, uso costumeiramente do expediente das reflexões, esses textos visam explorar dúvidas e inquietações acadêmicas, aquela inquietação que nos surge enquanto lemos um livro ou um artigo, ou quando tentamos entender alguma questão das relações internacionais. Claro que esse tipo de exploração nos leva muitas vezes a conclusões que podem ser distintas ou até opostas quando contrapostas, mas isso não as invalida, já que a reflexão como sempre reitero nos textos é uma exploração, uma elucubração sobre um assunto, sem necessariamente atingir uma resposta totalmente cie

Dia dos Pais

Esse domingo é dia dos pais e devo dizer que esse dia tem um sabor amargo, que creio só será superado quando eu, se Deus assim permitir, tiver meus filhos, por que por enquanto é um dia difícil. Não vou ficar aqui a escrever o que sinto por que esse talento de escrita, de narrativa, não fui abençoado, uma pena, gostaria muito de por nessa página uma homenagem digna do amor que sinto pelo meu saudoso pai. Peço desculpas aos leitores que porventura tenham enviado e-mails, tenho a pachorra de pedir que esperem mais uma longa semana, por suas respostas. (na medida do possível, enviarei, no mínimo, uma síntese a seus e-mails). Aos homens que estiverem a ler, aproveitem para refletir um pouco sobre a paternidade, sobre a responsabilidade, sobre serem homens de verdade. Aos que são pais, meus parabéns, e que tenham a plena consciência de seus deveres como pais. E que quando confrontados com a possibilidade de serem pais, o sejam, com todo o amor, com toda a coragem e com toda a honra.

Honduras. Um editorial em prol da autodeterminação de um povo

Eu não sou jornalista, como vocês sabem, e em um blog todo texto é um editorial, por que afinal é a expressão de uma opinião, contudo esse texto é diferente do que faço normalmente, são raras as ocasiões que como analista você pode se permitir tomar claramente um partido, pelo menos a meu ver, me cabe explicar o mundo o deixar a conclusão por parte dos leitores, ou dar a minha opinião de uma maneira cientifica, assim, com o tipo de argumentação, que sustenta a opinião. Imagino que no texto a seguir acabarei perdendo alguns leitores ou adquirindo inimigos, ainda assim, sou um defensor de manter a honestidade intelectual e isso implica não calar por medo de certa reação. A situação em Honduras e os desdobramentos que nesse exato momento se desenrolam nesse pedaço de terra que em condições normais de temperatura e pressão ninguém nem se lembraria, ninguém saberia, exceto alguns poucos, que Tegucigalpa existe ou acharia no mapa (capital hondurenha). A imagem no máximo era a do país que sof