Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Terrorismo

Osama Bin Laden está morto (2): Algumas impressões

Era mais que esperado o mundo só fala na morte da personificação do terrorismo, daquele que se tornou o homem mais procurado pelos EUA, do responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001. E como não poderia deixar de ser as polêmicas também estão na ordem do dia desde as teorias da conspiração de todos os matizes, os incrédulos e os chocados pela comemoração da morte de Osama. Não vou tentar nunca na minha vida tentar debater com quem é adepto de teorias conspiratórias a linha de pensamento seguido deixa muito pouco espaço para a lógica e para as evidências empíricas, já disse algumas vezes a teoria da conspiração é a única categoria do pensamento que o falseamento da tese a torna mais forte. Eu prefiro apenas me divertir com alguns aspectos das argumentações. Não quero aqui negar que a farsa ou embuste (como preferem os militares) não seja um instrumento usual nas guerras e na política. Como colocou o jornalista (polêmico, por sinal) Reinaldo Azevedo não é “edificante” assisti

Osama Bin Laden está morto

Um pouco depois da meia noite horário de Brasília, o presidente dos Estados Unidos da América Brarack H. Obama fez o anuncio que a população de seu país esperava há 9 anos: Osama Bin Laden está morto. Ainda está cedo para conseguir tecer uma análise, como vocês sabem não gosto de comentar no calor dos eventos, contudo é seguro avaliar que a morte de Osama é a maior vitória americana em sua luta contra o terrorismo. Ele era a personificação do ataque de 11 de setembro de 2001 e era claro e notório o desconforto (para dizer o mínimo) com o fato de que os anos passavam e Osama não era nem capturado, nem morto. É claro, que a morte de Osama é uma vitória tanto real, como simbólica e além de tudo é uma importante boa notícia para o governo Obama que luta contra uma delicada situação econômica. Para os familiares dos mortos nos ataques de 11 de setembro e para os familiares a queda de Bin Laden pode oferecer alguma forma de consolo, alívio e o que os americanos chamam de closure . Os p

Uma segunda-feira conflituosa

Compromissos profissionais e os reparos em minha casa me impendem de encontrar o tempo necessário para escrever nesse blog. Mas, como escrever tornou-se um saudável hábito apresento aqui algumas notas sobre os acontecimentos do dia. Que foram marcados por sua natureza conflituosa. Israel – Palestinos : O gigante de comunicações do Oriente Médio, a rede catariana Al Jazeera fez hoje revelações que causaram reações extremadas tanto por parte de Israelenses como de membros de grupos palestinos. E é um exemplo prático do que a literatura de negociações chama de ‘Back Channel Diplomacy’ a qual eu aborto aqui . Essas revelações colocam a Autoridade Nacional Palestina em má situação diante da altamente tensa opinião pública palestina, inflamada por aqueles que acham que conseguirão alguma coisa sem negociar e sem ceder. Por muito tempo se tem chamado isso de “Risks for peace”. Esse é um assunto complicado em que as ideologias em muito tem contribuído para o não alcance da paz. Todos os at

9º Aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro. Algumas considerações

Enquanto começo a esboçar essas linhas assisto na ‘ BBC international ’ uma dolorosa chamada de todos os nomes dos que tiveram sua vida ceifada naquela manhã em Nova Iorque. É preciso ser muito desapegado de sua própria humanidade para não se emocionar. Não sou psicólogo e não sei explicar os mecanismos do luto, mas vejo minhas próprias perdas nos olhos tristes daqueles que perderam seus entes queridos. Esse ato ousado de terrorismo fez nascer e deu contornos ao sistema internacional nesse século XXI. Desde o fim da guerra-fria com a implosão do sistema de produção comunistas no leste europeu os assuntos de defesa estavam em segundo plano, mesmo com os dramáticos eventos nos Bálcãs e as constantes escaramuças e violações de Direitos Humanos na África, restava a noção de que uma nova ordem internacional emergia e se pensava que as fontes de conflito seriam os separatismos de matriz étnica. Contudo, novamente os conflitos internacionais se deram por contas das ideologias que compõem a

Julho de 2005: O mês que insanidade venceu

O século XXI nasceu sob o signo do fogo, sob o impacto dos ataques terrorista aos símbolos do poderio norte-americano. Ataques terroristas são o que os especialistas chamam de guerra assimétrica, que numa definição simples consiste no uso das assimetrias para obtenção de vantagens em combate. Terrorismo, por sua vez, pode ser compreendido como o uso sistemático de violência (primordialmente aleatoriamente e visando a população civil) com vistas a infligir medo em uma população-alvo e assim induzir a adoção de políticas desejadas pelos responsáveis pelo ato terrorista. Naquele mês de julho terroristas atingiram Londres em seu sistema de transporte público nos dias 7 e novamente no dia 21, a escolha do sistema de transporte público parece obvia uma vez que o confinamento dos ônibus e metrôs aumenta a capacidade letal de seus atos e o pânico causado na população paralisaria a cidade que como toda grande cidade do mundo depende da mobilidade para funcionar. Locais dos atentados de 7

Ataques em Uganda. Tangenciando o assunto

Explico o título, a questão específica sobre a atuação do Al Shabab, movimento islamista responsável pelos ataques em Uganda que vitimaram 74 pessoas que assistiam a final da Copa do Mundo (que trato de maneira inicial no post abaixo) ainda carece de mais estudo (coisa que ainda não tive infelizmente tempo para fazer) e a trágica história de extermínios em Uganda é amplamente conhecida, entre os sempre muito bem informados leitores desse blog. Contudo, uma parte da argumentação que serve de justificação para os ataques injustificáveis contra civis diz respeito a participação do país vítima na força multinacional de paz da União Africana no Sudão. Nesse fim de semana travei um dialogo interessante com o escritor, diplomata e professor universitário Paulo Roberto de Almeida em seu blog Diplomatizzando , no qual o autor transformou uma pergunta que fiz e a excelente resposta por ele dada em um adendo a sua postagem “ Política Externa do Brasil: respostas a uma pesquisa jamais publicada

Barbárie em Campala, Uganda

Ao apagar das luzes da primeira Copa do Mundo de Futebol no continente africano, ontem dia 11 de julho, um vil e covarde ataque terrorista expôs o que há de pior na humanidade, enquanto o esporte tentava revelar o melhor. 74 pessoas foram massacradas por terroristas enquanto assistiam a final da Copa do Mundo entre Holanda e Espanha (diante dessa barbárie, o epíteto violento dado a partida final soa como piada de mau gosto). Estou a ler e me informar para escrever uma postagem mais profunda sobre o ataque, por agora deixo aqui os relatos publicados no blog “ The Lede ”, do jornalista do “The New York Times” Robert Mackey (originalmente no diário ugandês “ Daily Monitor ” em uma reportagem intitulada: “ A survivor tells his tale ”): “We have three minutes left to the end of…,” before the commentator could finish his words, two blasts in quick succession engulfed Kyadondo Rugby Club, which had sat close to 3,000 people watching the World Cup finals. After the first blast, which occurre

11 de setembro

Essa é uma data que já vivia na infâmia do bombardeio ao Palácio de La Moneda, em 1973, (ataque que depôs o Presidente Socialista do Chile Salvador Allende) mas atingiu sua conotação mais tragicamente infame naquela manhã do ano de 2001. Muito já se falou sobre isso, muito se tem analisado sobre o fenômeno do terrorismo e as políticas que foram implementadas no esteio do combate a esse. É difícil abordar esse tema sem se ser frio e técnico em um dia que isso talvez não seja apropriado, contudo, difícil também, é o oposto não ser emotivo, piegas e repetitivo com frases clichê, dessas do tipo: “onde você estava quando soube?”. No filme “Gangues de Nova Iorque” do renomado diretor Martin Scorsese, a personagem principal Amsterdan Vallon (interpretado por Leonardo DiCaprio), cita seu pai ao final do filme ao dizer que todos nascem do sangue da atribulação, como uma metáfora bem explicita ao nascimento da metrópole que dá título ao filme esses acontecimentos servem de pano de fundo da

Um democrata

Permitam-me uma quebra da boa norma da escrita, que diz que se deve no primeiro parágrafo deixar claro do que se trata o texto, pistas sobre a argumentação e as bases da conclusão que se chegará. Começarei esse texto com digressão, mas que me inevitável quando escrevo a frase: “um democrata” , afinal como muitos da minha geração fiquei com subconsciente impregnado com o jingle eleitoral do candidato a presidência pelo PSDC, José Maria Eymael, que dizia entre seus versos: “Ey, Ey, Eymael um democrata cristão” . Como candidato Eymael, não conseguiu suas pretensões presidenciais, mas seu jingle é um caso de sucesso. Feita essa digressão que em nada tem a ver com o tema vamos ao texto, ao ler os jornais hoje, como te hábito, me deparei com uma notícia que me fez pensar, eis ai um democrata, (com uma dose aguda de ironia, caso não fique claro) me deparei com as fotos da visita do Líder Venezuelano e da ALBA, Hugo Chávez Frias, como convidado de honra nos festejos que comemoram os 40 ano

Guerra assimétrica – Terrorismo (Parte I)

Com vistas a continuar os estudos sobre guerras assimétricas que comecei em meu texto intitulado “Guerra assimétrica muito além de David versus Golias”. [E por que não em homenagem a estréia da nova temporada de 24 horas]. São exemplos de guerra assimétrica a insurgência e o terrorismo, para fins didáticos vamos trabalhar esses dois assuntos de maneira separada. Assim nesse texto abordaremos unicamente o terrorismo e tentaremos definir esse fenômeno de maneira ampla para isso apresentaremos o assunto em seus aspectos mais genéricos para que em estudos posteriores possamos estudar as características mais particulares de cada caso concreto. É óbvio que moralidade do ato terrorista é algo discutível, para dizer o mínimo, contudo, uma digressão sobre moralidade nesse sentido seria longa e pouco produtiva, já que também, esse tipo de discussão costuma ser carregada de subjetivismos, a não ser quando conduzida por pessoas versadas em filosofia ou com conhecimentos superiores aos que acumulo