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MERCOSUL: O elefante na sala – I

Uma breve introdução misturada com digressão Um excelente debate sobre a adesão da Venezuela ocorreu no sempre muito bom Globo News Painel. Que contou com quem considero a maior autoridade em integração regional na América do Sul, o Embaixador José Botafogo. Ao assistir o programa e os debates concatenei alguma idéias que estavam a maturar no meu cérebro já alguns dias, que são questões concernentes ao método de adesão da sócios no MERCOSUL. Em um post recente tratei do assunto MERCOSUL em que algumas dessas inquietações já estavam presentes. Publicarei uma série de textos, provocativos que podem até serem contraditórios, precederei assim, por que quero deliberadamente provocar uma reflexão, no mesmo sentindo que tenho refletido, e ao final de colocar todos esse elementos que com sorte serão enriquecidos com seus comentários para tentar construir uma análise mais profunda e embasada do bloco seus desafios. Que a elucubração continue... O bloco é estratégico para o Brasil em s

Que país é esse? (É a p&%$ do Brasil!)

Generalizações são estúpidas eu tenho consciência disso. E sei que esse é um blog de relações internacionais, mas vez ou outra, assuntos distintos despertam a vontade de escrever. E tenho me perguntado nos últimos dias que porcaria de país é esse que vivemos? Espalharam-se pela internet as imagens de ofensas coletivas e ameaças a uma jovem estudante de turismo da tal Uniban. Que foi vítima de tal perseguição por que estaria com um vestido pequeno demais!!!! Ora mas que p... é essa! Desde quando o traje de alguém da margem a cenas de barbárie e tentativas de humilhação e condenação de alguém. Eu sou católico (praticante, existiria outro tipo?) muito devoto e tenho bastante claro que HOMENS e MULHERES devem evitar comportamentos escandalosos e serem modestos ao vestir como forma de piedade com o próximo. Esse como todo chamamento moral é feito as nossas consciências individuais, temos a liberdade de optar ou não em aceitar em chamado. Agora nem meu apreço a esse valor moral e relig

Enfim um pouco de bom senso

A crise hondurenha parece chegar ao fim com o aceite da nova versão do plano Arias por parte do presidente deposto e do presidente interino. A imprensa dá destaque aos pontos do acordo, que na verdade consagra a saída mais lógica para a crise que é a saída eleitoral. Desde o primeiro texto aqui deixei claro que uma solução para essa crise só seria possível com o peso do Departamento de Estado da EUA, que demorou a agir e foi reticente no inicio da crise, numa clara tentativa da Chanceler Clinton e do Presidente Obama de demonstrar uma suposta guinada em relação a política do governo anterior. Por isso mesmo a despeito de uma pressão dos republicanos no Congresso mantiveram uma posição alinhada ao pensamento dos países latinos. Desde a deposição ficou claro que Zelaya não possuía condições políticas de administrar o país e a posição de retorno incondicional defendida pela ALBA, pelo Brasil e pela OEA era inviável. A recusa em negociar ou reconhecer o governo de fato, como gosta a im

Notas Curtas

MERCOSUL: A questão das licenças automáticas de importação começa a causar desconforto maior entre os exportadores que já pressionam o governo brasileiro a acionar o Órgão de Solução de Controvérsias da OMC. Mesmo com a aplicação de reciprocidade por parte do Brasil, há uma percepção que retaliações brasileiras acirram os ânimos, principalmente entre os importadores e ondas nacionalistas no empresariado “hermano”. De todo modo é só mais uma evidencia do pouco aprofundamento comercial do bloco. Que se pretende ser comercial. MERCOSUL II: Agora só depende do plenário do Senado Federal para que o Brasil aprove a entrada da Venezuela no bloco, resta, contudo, para ser efetiva a aprovação do legislativo paraguaio. 80 ANOS: Da infame terça-feira negra que marcou o ponto sem retorno da crise de 29 a maior crise econômica da história e a primeira a ser bem documentada pela imprensa e cinema. A crise deu fim de vez ao que sobrou do otimismo período da Belle Époque que já ruíra com os hor

Um belo contra-ataque

Não vou falar aqui da mais nova controvérsia entre Brasil e Argentina sobre as licenças de importação, tampouco é um texto sobre defesa e os combates na Ásia, em especial no Afeganistão e Paquistão. O texto aborda a interpelação que o governo interino de Honduras faz contra o Brasil no âmbito do Tribunal Penal Internacional, claro sediado em Haia. Devo salientar que essa é uma área do Direito Internacional que não tenho muita familiaridade, portanto, não tecerei comentários jurídicos profundos que cabem a mentes mais habituadas ao Direito Internacional. (pra citar algumas que levo muito a sério, mesmo não sendo as figurinhas carimbadas: Dra. Josycler Arana, Dra. Ana Paula Dourado Sant’anna, Dra. Daniela Rodrigues Santos, Bacharela em Direito Débora Cristina Cruvinel Matos, Bacharela em Direito e em Relações Internacionais Carolina Valente, sim tenho a sorte de ser cercado de mentes jurídicas geniais ao que se soma uma visão muito particular feminina). Vou me fixar aqui ao aspecto p

MERCOSUL, Venezuela e o Senado Federal

O tema MERCOSUL bastante presente na agenda de debates e pesquisa de especialistas e estudantes em relações internacionais nem sempre tem a mesma atenção na imprensa brasileira ou por parte dos políticos. Claro essa condição se interrompe sempre que há alguma escaramuça comercial ou alguma polêmica. Por parte da impressa creio ser natural, já por parte dos políticos creio ser um sintoma de uma doença que a política brasileira sofre que a doença do esplendido isolamento, mas isso é tema para outra análise. Afastando-nos da digressão voltemos ao tema em análise. Muito se diz sobre o papel que o MERCOSUL desempenha na política externa brasileira, uma corrente defende que a integração aprofundada com os vizinhos cria estabilidade e reforça a liderança regional brasileira, além de criar cadeias produtivas integradas, diminuindo a dependência de mercados mais desenvolvidos. Outra linha defende que atrelar a PEB aos parceiros diminuiu nossa capacidade de acordos bi-laterais que poderiam ser

Tradição é tradição: Domingo é dia de atender aos leitores

Domingo passado não publiquei nenhum post nessa seção embora tenha travado um diálogo muito interessante e provocador com uma leitora que fez questionamentos extremamente avançados e que em vão assim que as obrigações profissionais permitirem uma série de posts. Outro dialogo foi trava em torno dos temas comumente abordados aqui e foram suficientemente esclarecidos por meio das postagens mais antigas dessa tag. Devo salientar que recebi um comentário muito honroso em uma dessas postagens sobre o curso e carreira. Não canso de dizer que não fora pelos leitores esse blog seria um exercício de futilidade. Essa semana recebi um questionário de mais um dos que desejam ingressar na carreira de relações internacionais. Algumas das questões são repetitivas, mas julgo pertinente respondê-las. O leitor [...] (como sempre resguardo a privacidade de meus interlocutores) me faz quatro perguntas, cada uma apesar de serem simples e concisas poderiam se desdobrar muito facilmente em um post, para cada