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G-20: Começo do fim da crise? Avanços? Salvação de Doha? Ou muita calma nessa hora?

Considerações Gerais Bom todos os que lêem esse blog sabem que fujo o máximo possível de ser pautado pela mídia, ou seja, tento escrever sobre assuntos que despertam minha curiosidade cientifica ao que meu professor de metodologia cientifica chamava de inquietação. Mas, não dá pra escapar de um assunto que monopoliza todos os canais de noticias, nacionais e estrangeiros até mesmo a ‘Fox news’, que sempre se foca em assuntos internos americanos e no máximo nas guerras do Afeganistão e Iraque. Entretanto, fiquem calmos não vou falar aqui de abraços da Sra. Obama (que quem diria virou ícone fashionista , mas isso não tem nada a ver com o tópico) a Rainha (acabei por falar!) Sempre que produzo um texto para esse blog me guio pelo principio da prudência, o que me leva a fundamentar pontos de vista (se satisfatoriamente ou não? Vocês decidem!). Acredito ser muito cedo para avaliar os impactos das decisões tomadas na cúpula do G-20. Para fazer uma análise condizente com o rigor que tento ter

G-20: Amenidades e Tragédias

Antes que possamos ir para análise dos supostos resultados da Reunião de Cúpula do G-20 em Londres, que de certa forma tem monopolizado os noticiários. Alguns pontos merecem a atenção. Em outro post eu falava das expressões usadas no discurso das Relações Internacionais e os perigos embutidos no uso das analogias. Nesse sentido em entrevista coletiva conjunta com o Primeiro-Ministro Britânico Gordon Brown o Presidente Lula deu uma das suas célebres e infelizes frases, todos lembramos que Lula atribuía a crise a irracionalidade de homens brancos e de olhos azuis. Uma declaração até certo ponto inflamatória na qual Lula buscava se posicionar como a voz do que se convencionou chamar “oprimidos”. Pareceu-me uma tentativa de angariar simpatias jogar para torcida, diriam alguns. Eu chamei isso em um post anterior de ‘blame game’, algo muito pouco oportuno quando se lida com uma crise séria, em tese, todas as atenções deveriam estar engajadas na busca de uma solução, que deve ser negociada

Relações sino-africanas – IV

Nesse post avaliaremos brevemente as bases da Política Africana da China, que coordenam e incentivam o quadro de trocas comerciais e financeiras que vimos nos post anteriores, disponível aqui . Aspectos estratégicos gerais A política Africana da China tem seu DNA, nos princípios que norteavam o movimento dos não alinhados do período da Guerra Fria, são eles: Não agressão, Respeito pela integridade territorial e soberania, benefícios mútuos, não ingerência ( conhecidos como cinco princípios da coexistência pacifica ). Esse movimento tem seu inicio em 1955, apenas um ano antes do inicio oficial das relações entre a China Popular (comunista) e a África. A estratégia chinesa na África mesmo contanto com um forte componente de busca de fluxo de matérias primas a política chinesa para a região não pode ser vista como apenas uma busca por depositários de Investimentos Diretos (IED), ou de grandes projetos de construção, ou apenas ou como recipiente de mão de obra chinesa. A política Africana

No comércio agrícola antiguidade não é posto

Após findar a série de posts que objetivava a análise do Acordo sobre Agricultura, algumas considerações se fazem necessárias antes que possamos analisar mais profundamente o impasse de agrícola de Doha, e como a atual crise mundial e possível recessão senão depressão global, que se apresenta afetará essas negociações. O comércio agrícola é a faceta mais antiga das trocas comerciais da humanidade foi financiador do florescer e esplendor de grandes impérios mercantis. O mundo antigo fornece muitos exemplos como o do eficaz sistema de monocultura da azeitona iniciado pelos cartagineses que os converteu em força hegemônica no sistema mediterrâneo. Mais espantoso que a façanha de Aníbal e seus elefantes na Segunda Guerra Púnica é o fato de que o primeiro acordo que incluiu os bens agrícolas sob regulação multilateral date da Rodada Uruguai do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) iniciada em 1989 e conclusa em 1994. Durante o século XX, principalmente no período pós – Segunda Guerra

Acordo Sobre Agricultura – V

Nesse post vamos analisar a cláusula da devida moderação, que estipulava quando vigente condições diferenciadas para os bens agrícolas no que tange os produtos agrícolas. Esse post encerra a nossa análise sobre o AsA, que foi resultado das condições da Rodada Uruguai. Você pode ler os posts anteriores aqui . Cláusula da devida moderação (cláusula de paz) Um ponto resultante das dificuldades das negociações da Rodada Uruguai foi à inclusão do dispositivo da devida moderação (Artigo 13), também conhecido como cláusula de paz, com vigência prevista por nove anos. Esta cláusula estabelece que, durante sua vigência, os países deverão exercer a devida moderação na aplicação de medidas compensatórias quando, embora concedendo subsídios através de políticas incluídas no AMS e subsídios à exportação, estes estejam dentro dos limites estabelecidos em seus compromissos decorrentes da Rodada Uruguai. Como asserva Tolini (2004) ”A Cláusula da Paz cria a impossibilidade de contestar na OMC subsídios

Uma triste nota pessoal.

Peço licença aos meus leitores pra mudar o foco desse blog que não pretende ser um espaço autobiográfico e sim um lócus onde apresento temas ligados as relações internacionais, contudo, hoje dia 31 de março completam cinco anos que meu pai nos deixou. Seu falecimento foi sem duvida o evento mais traumático que já tive que lidar na minha vida, uma miríade de sentimentos conflitantes tristeza, ódio, medo foram tantas as coisas que passavam pela minha cabeça. Como filho único tive que lidar com toda a burocracia e ainda ir ao horrível IML, imagem que por muitos anos via toda vez que fechava os olhos. Muitos foram os que me ajudaram e estenderam a mão nesse momento de dor profunda e não os esquecerei nunca, Dra. Tânia Mansur, Diretora do Curso que foi muito além do dever como professora e prontamente apresentou suas condolências e seu apoio indo até lá em casa, meus queridos orientadores Dr. Wilson Almeida, Dr. Egídio Lessiger meus amigos e amigas; todos vocês em especial os que se revezav

Reflexão sobre comercio exterior brasileiro e políticas econômicas.

A sociedade brasileira encontra-se em um momento crítico para moldar o futuro da inserção nacional no mundo globalizado. Crítico, pois é chegada mais uma vez à hora de fazer uma opção para o futuro temos em aberto duas grandes passagens à perpetuação do perfil de inserção financeira e o perfil de inserção comercial exportadora. Alias momento que ganha contornos dramáticos frente à crise econômica e financeira e a perspectiva de uma recessão global. Ambos os perfis partem da percepção de que o grande gargalo para o desenvolvimento brasileiro é ausência de investimentos. Como a identidade poupança igual a investimento é premissa básica da teoria econômica fica claro que a solução para isso é um aumento de poupança, entretanto um aumento de poupança para ser efetivo implica alterações profundas no modo de vida de um país tão profundas que são impossíveis no espaço de uma geração, a saída então é buscar poupança externa pra financiar os investimentos, tão necessários para o desenvolvimento