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Postagens

8 de março

A data de hoje é uma data usualmente de celebração e debate acerca do papel feminino na sociedade, tem sua origem no infame incêndio que vitimou cerca de 130 operárias durante uma greve em uma tecelagem na cidade de Nova Iorque no ano 1857. Por essa origem ativista a data é sempre utilizada pelos movimentos feministas em seus protestos e requisições, esse post, contudo, não objetiva analisar a questão do feminismo, que é uma corrente teórica (enquadrada nas correntes pós-modernas) e analítica das relações internacionais. O objetivo é celebrar a presença feminina que é majoritária nos cursos de graduação de relações internacionais, portanto é forma de celebrar as minhas amigas, colegas, parceiras e leitoras. Sem nenhuma “puxação de saco” ou “sedução barata” o que seria da existência masculina sem as mulheres? Por sinal nem nasceríamos, ainda que a convivência amorosa com essas lindas criaturas seja atribulada vez ou outra, não há como não as amar e admirar (ok. Pararei de rasgar seda).

Breve comentário sobre eleição no Iraque

Hoje ocorreu a segunda eleição geral no Iraque desde a derrocada de Saddam Husein em um clima tenebroso de violência sectária e terrorismo. Ainda assim segundo relatos os índices de comparecimento foram elevados em todos os distritos . A eleição é passo fundamental do plano de retirada americana, já que potencialmente pode legitimar o governo e ajudar no plano de integração dos chamados “war lords” no sistema político formal, depondo suas armas. Esse processo é claro não é simples nem fácil já que há entre muitos iraquianos sentimentos de ódio, vingança ou falta de perspectiva de um futuro melhor esse sentimento é ocasionado por vários fatores entre eles a ocupação militar americana, a falta de emprego e o ciclo de violência sectária (seja contra xiitas, sunitas ou curdos). Se há controvérsia legitima sobre a natureza e objetivos da operação “Iraqi freedom” uma certeza existe de que a retirada americana irresponsável deixaria a região em total caos aumentando ainda mais o numero de i

Domingo de leitor

Uma dúvida simples essa semana que de certa maneira já respondi, mas não custa repetir. Abaixo a dúvida como me chegou:  Tenho uma dúvida apenas: Me "viro" bem no inglês, mas não tenho fluência perfeita. É necessário iniciar a faculdade falando já fluentemente o inglês ou pode-se, durante a faculdade, fazer um curso e buscar a fluência até o fim do curso? É bom que você se vire, mas o exercício profissional irá lhe exigir a fluência e boa lida com esse idioma, portanto é vital que durante a faculdade você estude isso, supere essa dificuldade, talvez com um curso no exterior se lhe for possível. Por que ao fim do curso é bom que você seja fluente. Afinal é o que se espera de alguém formado em relações internacionais. Ainda há tempo, então estude. Boa sorte e espero tê-lo como colega em breve.

Ler, Refletir e Pensar

Até hoje a paz nos tem aparecido como a supressão, mais ou menos durável, das modalidades violentas da rivalidade entre os Estados. Costuma-se dizer que “reina a paz” quando o intercâmbio entre as nações não se manifesta por meio de formas militares de luta. Contudo, como esse intercâmbio se efetua à sombra das batalhas passadas e sob o temor ou a expectativa de futuras batalhas, o princípio da paz (no sentido que Montesquieu emprega o termo, na sua teoria do governo), não difere muito do princípio da guerra. A paz se fundamenta na potência, isto é, na relação entre os diferentes graus da capacidade que têm as unidades políticas de agir umas sobre as outras. Como em tempos de paz a relação entre as potências é a expressão mais ou menos deformada da relação de forças reais ou potenciais (sem chegar a ser o seu reflexo exato), os diferentes tipos de paz podem ser relacionados com vários tipos de relação de forças. Pode-se distinguir assim três tipos de paz: o equilíbrio, a hegemonia e o

Irã, Brasil e EUA

A questão do envolvimento político do Brasil com o Irã é algo que ao longo do ultimo ano tem chamado a atenção da imprensa e de analistas internacionais. Há uma acalorada discussão sobre a natureza dessa aliança e uma ainda mais acalorada sobre as razões da insistência americana em impor sansões quanto ao programa nuclear do Irã. Os argumentos são em muitos casos repetitivos e sem dúvida ligados a campos ideológicos, alguns desses argumentos parecem ser construídos dentro da lógica: “inimigos dos meus inimigos são meus amigos” ou o que mais pode explicar que a esquerda, incluso a radical, defenda o regime do Irã com tanto afinco, quando esse tem características intrinsecamente opostas às crenças que esses grupos defendem. Por exemplo, o Irã é um regime teocrático, que reprime formal e informalmente mulheres e homossexuais, um fato interessante já que os partidos e intelectuais de esquerda sempre se querem defensores da igualdade sexual, protestando sempre que podem contra até mesmo o

Notas Curtas

Guatemala: As recentes prisões de autoridades encarregadas pela execução da política antidrogas da nação centro-americana, chama novamente a atenção para as questões de fragilidade institucional na região, cujo exemplo mais extremado é o Haiti. E potencialmente pode provocar um mal-estar na visita da Secretária de Estado Clinton que vai a essa nação justamente assinar instrumentos que aumentam a cooperação nessa seara. Turquia: As recentes prisões de oficiais do poderoso exército dessa nação (segundo mais numeroso da OTAN, atrás apenas dos EUA) demonstram a complexidade política dessa nação que sempre teve desde sua fundação forte envolvimento da caserna em assuntos políticos, dessa feita os esforços do comandante em comunicar que a instituição não tramou nenhum golpe são um sinal de importante mudança no ambiente político desse país tão singular. Chile: A devastação provocada pelo terremoto, apesar de atenuada pela preparação do estado e povo chileno, chega a cifras de 20% do PIB

Contencioso do algodão (Parte – I)

Durante o hiato das postagens provocadas pelo maldito vírus da dengue, uma noticia chamou bastante a atenção que foi a decisão da CAMEX sobre a aplicação de medidas compensatórias cruzadas autorizadas pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC. A lista final de produtos que serão alvo das medidas deve ser publicada no dia 8 de março, sem dúvida o assunto deve fazer parte da pauta das reuniões por ocasião da visita da Secretária de Estado Hilary Clinton. Com isso em mente preparei uma série de posts que abordam o assunto e temas correlatos. Esse primeiro texto pode ser considerado introdutório.   Algumas palavras introdutórias A imprensa gosta de chamar as medidas compensatórias de retaliação, acho que tem um efeito mais dramático que chamar pelo termo consagrado na literatura sobre defesa comercial. A disputa em questão foi a primeira vez que um painel foi estabelecido nos marcos do Acordo sobre Agricultura, ou seja, foi a primeira vez que tema agricultura foi tratado nos moldes d