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Mostrando postagens com o rótulo Política Externa

Nova estratégia da OTAN

A Aliança Atlântica se reuniu nos dias 19 e 20 de novembro desse ano na cidade de Lisboa, em Portugal, para definir sua nova concepção estratégica. Essa nova estratégia será esmiuçada nos meses e anos porvir e nos interessa já que a noção de presença global suscita questões estratégicas para os estados não-alinhados. Abaixo transcrevo a íntegra do documento que está disponível para download aqui . Strategic Concept for the Defence and Security of The Members of the North Atlantic Treaty Organisation adopted by Heads of State and Government in Lisbon Active Engagement, Modern Defence Preface We, the Heads of State and Government of the NATO nations, are determined that NATO will continue to play its unique and essential role in ensuring our common defence and security. This Strategic Concept will guide the next phase in NATO’s evolution, so that it continues to be effective in a changing world, against new threats, with new capabilities and new partners: It reconfirms the bo

Campanha eleitoral, Aborto e Política Externa

Muitos são os teóricos das relações internacionais e da ciência política que asseveram a existência da divisão entre política interna e externa. Esse instrumento teórico visa entre outras coisas demarcar áreas de pesquisa acadêmica e dar um corte nos assuntos para que possam ser factíveis os estudos. Contudo, não se pode ter como absoluta essa divisão como mostra uma possível (verossímil e provável) intervenção das eleições na política externa. Há entre os analistas de relações internacionais aqueles que chegam ao ponto de vibrar com qualquer ato do governo brasileiro que seja visto como desafiador ou contrário aos interesses de outras potências (principalmente as que chamam de norte). Classificam esses atos como “Política Externa Independente”, numa manobra para evocar a política de San Tiago Dantas e Afonso Arinos que recebe muitos elogios na academia. É claro que a maioria desses analistas o faz por que vêem nesses atos uma contestação a políticas imperiais e imposições externas.

A candidatura Dilma e a política externa: Uma contundente análise de Celso Lafer

O texto a seguir é uma peça opinativa/analítica do ex-ministro de Relações Exteriores e autor consagrado por seu notório saber Celso Lafer. Que foi retirado do jornal “O Estado de São Paulo”. Não gosto de violar direitos autorais da grande imprensa. Contudo, faço desta vez com base nos princípios do fair use (que não acho que sejam reconhecidos na legislação nacional) por que o texto referido além de seu valor opinativo tem valor educativo e contribui para o debate que é levado a cabo nessa página. Muitos dos argumentos são os mesmos que sustento principalmente no tratamento da política externa como política pública, assim sendo seu debate uma necessidade institucional e democrática. E mais ele com a elegância de sua escrita nos lembra que os princípios da administração pública (economicidade, impessoalidade e publicidade) são também obrigatórios no campo das ações exteriores. Contudo, não transcrevo apenas por que é uma opinião que concorda com as minhas e sim por que o professor agr

Uma pergunta, uma resposta. De algum modo é o domingo de leitores

Hoje eu li no Twitter um questionamento legítimo que me foi feito por uma moça carioca que parece bastante interessada na vida política brasileira, digo isso pelo teor das mensagens dela nesse sistema de microblog que mostram preocupação com o uso do dinheiro público e com a compatibilidade moral dos candidatos com os cargos pretendidos. O questionamento não poderia ser mais simples, direto e difícil de responder no rigor dos 140 caracteres. A pergunta era “por que você não gosta do Celso Amorim?”. Bom, para responder isso tenho que antes colocar que não conheço o Ministro pessoalmente, já o vi em eventos que participei quando morava na capital e em espaços de convivência (restaurantes, café, etc.), isso posto devo dizer que tenho divergências quanto a maneira que ele conduz a política externa brasileira e com suas visões pessoais expressas em seus livros, artigos e até mesmo entrevistas. Uma pesquisa em meu blog mostrará que há inúmeros textos que tratam da política externa e que c

Primeira vídeo postagem em Coisas Internacionais

Esse é a primeira vídeo postagem que vai ao ar aqui, ainda em caráter experimental, por isso é preciso o feedback de vocês. É uma tentativa de abordar alguns dos principais assuntos da semana com leveza, talvez essa não tenha sido a melhor semana para inaugurar esse novo tipo de conteúdo dado o estado da minha voz. Mas, como encasquetei com esse novo recurso. Comentem a vontade. Abaixo o vídeo (feito com webcam e outras restrições técnicas que enumero no vídeo.

Brasil e Irã ou sobre Sakineh Mohammadi Ashtiani

Update (03/08) ao final do texto. Sakineh Mohammadi Ashtiani é como a maioria dos meus leitores sabem a mulher iraniana condenada a morte por seu crime de adultério . Sua condenação desencadeou uma onda mundial de protesto que visavam a comutação de sua condenação ou mesmo o perdão para seu caso. Não sei precisar se motivado pela pressão da opinião pública em ano eleitoral (para saber mais leia essa matéria do jornalista Fábio Bispo) ou visando melhorar a imagem brasileira chamuscada na última aventura persa o Brasil decidiu se mostrar aberto a receber a iraniana como refugiada Alguns analistas como o Daniel Cardoso Tavares editor do excelente – Política Externa – consideram qualquer gestão do Brasil sobre esse assunto indevida . O blog de esquerda – Na prática a Teoria é Outra (NPTO) – comemorou a decisão . Já Reinaldo Azevedo jornalista da Veja foi mais duro em seu conhecido blog nos seus textos “ Capacho ” e “ Lula se oferece para “salvar” Sakineh para que Ahmadinejad continue a

Colômbia – Venezuela: O timing de Uribe

Dando prosseguimento a série de postagens (que têm o prefixo “Colômbia – Venezuela) sobre a atual escaramuça diplomática entre Colômbia e Venezuela. É óbvio que para construir uma análise completa e complexa do atual estado de coisas seria preciso antes de tudo revisar o histórico de relações entre os dois países e caberia também revisar o padrão de relacionamento externo de cada um e assim levantar as tendências perenes e as variações impostas pelos regimes que estão no poder nos dois países. Feito isso seria preciso levantar o mapa dos grupos de opinião pública mais ativos e influentes, identificar se formam correntes transnacionais a partir daí construir um retrato dos interesses outros que influem, como o posicionamento de Organizações Internacionais e demais países da região. Fica claro que tecer uma análise com esse grau de detalhamento necessitaria de um trabalho de pesquisa intenso que envolveria levantar e revisar a bibliografia, checar fontes documentais, garimpar entrevista

Ajuda Internacional e Cooperação Internacional

O blog do Dr. Mauricio Santoro – Todos os Fogos o Fogo – apresentou um texto nessa segunda-feira analisando uma matéria da prestigiosa revista inglesa “ The Economist” intitulada: “ Brazil's foreign-aid programme: Speak softly and carry a blank cheque ”. Estimulado por esses dois textos decidi escrever também sobre essas duas facetas de atuação internacional. Embora as duas possam ser classificadas forma abrangente como ajuda externa, os propósitos e meios das duas ações são distintos, mesmo por que nessa determinação podem-se incluir os empréstimos para importadores. Assim cabe fazer uma distinção quanto a natureza os projetos de cooperação internacional, envolvem projetos comuns, estruturados, com contrapartidas dos recipientes, um bom exemplo são os programas de formação de professores e os programas de assistência técnica. A ajuda internacional, por sua vez, é a transferência unilateral de recursos financeiros, materiais ou humanos (nesse caso o serviço desempenhado por pr

O Paraguai quer mais ações e menos conversa

Poder-se-ia argumentar que a tensão entre Brasil e Paraguai, ou melhor, entre o Paraguai e o Brasil (como é nesse caso) teve origem na Maldita Guerra (sim em alusão a meu antigo professor Francisco Doratioto), mas esse tipo de análise mais extensa exigiria um estudo tão aprofundado quanto o referido livro. Nos últimos anos a maior parte da tensão emana da construção de Itaipu e a compra de sua energia, do contrabando nas fronteiras, pela receptação de veículos roubados e pela instalação de fazendeiros brasileiros em território paraguaio (fazendeiros que por sinal elevaram os níveis de produtividade do país guarani). Todas essas rusgas são devidamente usadas pelas forças políticas desse país que usam do discurso nacionalista e transformam a negociação em torno de Itaipu como questão de honra nacional. É ponto pacífico que quando assuntos diplomáticos são convertidos em questão de honra nacional, seus resultados se tornam importantes do ponto de vista eleitoral, dessa maneira qualquer