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Mostrando postagens com o rótulo China

Dilma na China: Um pouco de contexto

A presidente Dilma chegou à China depois de uma breve passagem pela Grécia. É a terceira viagem internacional da mandatária e sua primeira visita ao gigante chinês e apesar de grande repercussão em torno da inclusão de temas de Direitos Humanos não há dúvidas que são os negócios a preocupação número 1. A emergência da China como principal parceiro comercial brasileiro foi um dos fatores principais para minorar os efeitos da crise financeira global, contudo trouxe consigo um grande desafio que é o fato da pauta de exportações brasileiras para China ser primordialmente composta por commodities, em especial as metálicas como o minério de ferro e das importações primordialmente produtos manufaturados. Há na literatura econômica internacional uma relação (cepalina até onde não tem mais) denominada deterioração de termos de troca, que grosso modo explícita que numa situação em que se exporta produtos primários e se importa produtos acabados você passa a ter que exportar maiores volumes p

Doha e agronegócio

Nesses últimos dias temos assistido na imprensa e no Congresso Nacional debates intensos sobre a questão fundiária que necessariamente passa por uma análise que tende a demonizar o agronegócio, inclusive na frente das “mudanças climáticas”. Sem me alongar nessas questões que serão tratadas com mais atenções em posts dedicados a cada um desses temas. Umas das minhas temáticas favoritas para pesquisa acadêmica são as questões do comércio internacional, em especial, o agrícola. Que embora tenhamos uma base industrial razoável, ainda é uma componente vital no PIB brasileiro e no comércio exterior. E também é no setor do agronegócio que está muito da nossa vantagem competitiva até mesmo para lidar com o passivo ambiental, com bicombustíveis. E sabemos como já escrevi aqui e muitos outros analistas apontam por que é claro que é o agronegócio que trava a rodada Doha, não só por que divide no consagrado eixo norte-sul, mas também divide os emergentes, inclusive opondo Brasil a Índia e Chin

Relações sino-africanas – IV

Nesse post avaliaremos brevemente as bases da Política Africana da China, que coordenam e incentivam o quadro de trocas comerciais e financeiras que vimos nos post anteriores, disponível aqui . Aspectos estratégicos gerais A política Africana da China tem seu DNA, nos princípios que norteavam o movimento dos não alinhados do período da Guerra Fria, são eles: Não agressão, Respeito pela integridade territorial e soberania, benefícios mútuos, não ingerência ( conhecidos como cinco princípios da coexistência pacifica ). Esse movimento tem seu inicio em 1955, apenas um ano antes do inicio oficial das relações entre a China Popular (comunista) e a África. A estratégia chinesa na África mesmo contanto com um forte componente de busca de fluxo de matérias primas a política chinesa para a região não pode ser vista como apenas uma busca por depositários de Investimentos Diretos (IED), ou de grandes projetos de construção, ou apenas ou como recipiente de mão de obra chinesa. A política Africana

Relações Sino-Africanas - II

[Ler primeiro, aqui ] Trocas comerciais O comércio entre China e o continente Africano, começou a crescer em ritmo acelerado a partir do ano 2000, como parte integrante dos planos chineses de se tornarem ‘global traders’, entre o ano de 2001 e 2006, as exportações africanas para a china cresceram ao percentual de 40% ao ano, partindo do patamar de USD$ 4,8 bilhões, para USD$ 28,8 bilhões, só a África Subsaariana, correspondeu por 85 % de todas as importações chinesas da África. Compostas basicamente de commodities metálicas, petróleo, gás e petroquímicos. WANG, (2007, p. 5). O saldo comercial tem sido favorável para a África, conseguindo atingir, superávits de USD $2 bilhões anuais, em 2006, é certo que esse índice foi possível graças aos elevados preços de petróleo, então praticados, uma vez que o petróleo e gás correspondem a 61% das exportações africanas para a China. As exportações chinesas para a África são segundo o Fundo Monetário Mundial, (IMF, 2007) primordialmente compostas

Relações Sino-Africanas - I

Ao proceder ao rotineiro giro pelos jornais e agências de noticias me deparei com uma noticia que ensejou, escrever uma analise sobre as relações África e China. A notícia que despertou meu interesse foi à negativa do governo Sul-Africano de visto de entrada para o Dalai Lama por ocasião de uma conferência sobre Paz, evento para promover a Copa do Mundo, de 2010. (Para saber mais, clique aqui ) Há muito que é noticiado há crescente influencia da China, no continente africano, essa negativa, por parte do governo sul-africano é mais uma mostra dessa influência. Nesse post, vamos analisar como se dá a ação chinesa nesse continente, sua natureza, e suas estruturas. Evitaremos, contudo, análises que levem em conta questões relativas a Direitos Humanos e questões problemáticas como Darfur, que futuramente serão abordadas. Nesse sentido, analisaremos as relações econômicas e comerciais, é preciso salientar que há uma dificuldade de encontrar estatísticas consolidadas e metodologicamente consi