Pular para o conteúdo principal

Um país pacífico?

Não passa um dia sequer que a imprensa não relate alguma barbárie cometida no Brasil, seja a esposa que mata e desmembra seu marido, ou um celerado inconformado com a rejeição que assassina a mulher que dizia amar, ou jovens que espaçam até a morte um taxista. Nos últimos dias chamam a atenção os relatos do caso escabroso de chacina de seis jovens inocentes por traficantes e esse caso me fez pensar se a nossa auto-imagem de nação pacífica não é um sofisma?

O Brasil possui uma legislação bastante restritiva quanto a compra e posse de armas de fogo e mesmo assim registramos em 2010, segundo dados da OEA, 40.974 assassinatos. Numa comparação com os Estados Unidos que possuem mais de 300 milhões de habitantes e leis permissivas de porte de armas que registraram segundo a mesma sondagem da OEA, em 2010, 14.159 homicídios.

Com mais de 40 mil homicídios por ano, podemos ainda repetir a torto e a direito que somos um país de gente pacífica?

bandeiraTemo que chegue o dia em que as bandeiras brasileiras estarão perpetuamente a meio mastro, ou esse dia já chegou e nem nos demos conta?

Comentários

Felipe Pinto disse…
Nunca vi um "artigo" tão curto e, ao mesmo tempo, tão preciso. Congratulações.

Postagens mais visitadas deste blog

Crise no Equador

Sob forte protesto das forças policiais e parte dos militares, que impedem o funcionamento do aeroporto internacional de Quito. Presidente Correa cogita usar dispositivo constitucional que prevê dissolução do Congresso e eleições gerais. Mais uma grave crise política na América do Sul. Numa dessas coincidências típicas de se analisar as coisas internacionais discutia semana passada numa excelente postagem de Luís Felipe Kitamura no laureado blog Página Internacional a situação equatoriana. A postagem tinha como título Equador: a instabilidade política e suas lições . Na qual o colega discorria sobre o péssimo histórico de conturbação política do país andino e sobre como o governo Correa parecia romper com isso usando a receita da esquerda latina de certo pragmatismo econômico e políticas distributivas. Mas, justamente a instabilidade política que parecia a caminho da extinção volta com toda força em um episódio potencialmente perigoso, que contundo ainda é cedo para tecer uma análise

Meus leitores fiéis, pacientes e por vezes benevolentes e caridosos

Detesto falar da minha vida pessoal, ainda mais na exposição quase obscena que é a internet, mas creio que vocês merecem uma explicação sobre a falta de manutenção e atualização desse site, morar no interior tem vantagens e desvantagens, e nesse período as desvantagens têm prevalecido, seja na dificuldade na prestação de serviços básicos para esse mundo atual que é uma boa infra-estrutura de internet (que por sinal é frágil em todo o país) e serviço de suporte ao cliente (que também é estupidamente oferecido pelas empresas brasileiras), dificuldades do sub-desenvolvimento diria o menos politicamente correto entre nós. São nessas horas que vemos, sentimos e vivenciamos toda a fragilidade de uma sociedade na qual a inovação e a educação não são valores difundidos. Já não bastasse dificuldades crônicas de acesso à internet, ainda fritei um ‘pen drive’ antes de poder fazer o back up e perdi muitos textos, que já havia preparado para esse blog, incluso os textos que enviaria para o portal M

Extremismo ou ainda sobre a Noruega. Uma reflexão exploratória

O lugar comum seria começar esse texto conceituando extremismo como doutrina política que preconiza ações radicais e revolucionárias como meio de mudança política, em especial com o uso da violência. Mas, a essa altura até o mais alheio leitor sabe bem o que é o extremismo em todas as suas encarnações seja na direita tresloucada e racista como os neonazistas, seja na esquerda radical dos guerrilheiros da FARC e revolucionários comunistas, seja a de caráter religioso dos grupos mulçumanos, dos cristãos, em geral milenaristas, que assassinam médicos abortistas. Em resumo, todos esses que odeiam a liberdade individual e a democracia. Todos esses radicais extremistas tem algo em comum. Todos eles estão absolutamente convencidos que suas culturas, sociedades estão sob cerco do outro, um cerco insidioso e conspiratório e que a única maneira de se resgatarem dessa conspiração contra eles é buscar a pureza (racial, religiosa, ideológica e por ai vai) e agir com firmeza contra o inimigo. Ness