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A hora de Cuba? Por Francisco Seixas da Costa

Sempre que o assunto é Cuba, os ânimos se exaltam e o risco de cegueira ideológica é enorme, aliás, tenho uma posição de que o lugar de Cuba no discurso político brasileiro é desproporcional a importância e influência desse país insular. A grande notícia de ontem foi o anúncio da retomada de relações diplomáticas entre EUA e Cuba. É um passo importante, sem dúvidas, para o fim do embargo iniciado na infame Crise dos Mísseis. Cuba é uma ditadura protegida pela aura romântica nutrida pelo arrebatamento utópico da esquerda latina, tanto é que o apoio de Fidel a ditadura de Videla (que mostra pragmatismo que os apaixonados defensores se recusam a ter, por sinal) na Argentina é esquecido ou simplesmente desconhecido. Esse lugar exagerado de Cuba dificulta sobremaneira uma abordagem do tema de uma maneira equilibrada e desapaixonada. Eu mesmo capitulo diante dessa dificuldade, assim eu trago um bom texto do ex-embaixador português no Brasil e em França (como ele escreveria) Francisco Seix

STRATFOR: A Tortura e a falha da Inteligência Americana

A revelação do Relatório sobre a tortura, por parte do Congresso americano, além de causar reflexão diante dos métodos usados contra prisioneiros suspeitos de terrorista (e quem me lê sabe que não tenho nenhuma empatia com terroristas, uso sempre a expressão verme), nesse esteio o STRATFOR republica texto de 2009 que analisa o contexto psicológico que levou a autorização do uso extensivo da tortura e como os métodos brutais são falhos, em essência. É interessante a leitura por que o STRATFOR não é site de ativistas de Direitos Humanos e sim uma empresa com laços fortes com a comunidade de inteligência dos EUA. Torture and the U.S. Intelligence Failure By George Friedman The Obama administration published a series of memoranda on torture issued under the Bush administration. The memoranda, most of which dated from the period after 9/11, authorized measures including depriving prisoners of solid food, having them stand shackled and in uncomfortable positions, leaving them in cold

STRATFOR: On Obama and the Nature of Failed Presidencies

O Stratfor – famososo (ou infame) – site de análises estratégicas conhecido por focar na inteligência e temas de poder hoje fez uma dura análise da presidência Obama. Divirtam-se, em inglês como no original. On Obama and the Nature of Failed Presidencies By George Friedman We do not normally comment on domestic political affairs unless they affect international affairs. However, it is necessary to consider American political affairs because they are likely to have a particular effect on international relations. We have now entered the final phase of Barack Obama's presidency, and like those of several other presidents since World War II, it is ending in what we call a state of failure. This is not a judgment on his presidency so much as on the political configuration within it and surrounding it. The midterm elections are over, and Congress and the president are in gridlock. This in itself is not significant; presidents as popular as Dwight Eisenhower found themselves in

Dilma no G-20

A recém re-eleita presidente Dilma Rousseff foi para a Austrália participar do G-20, claro que havia uma enorme sombra perseguindo a mandatária com a nova rodada de prisões da Operação Lava-Jato. A agenda da presidente em Brisbane teve encontros bi-laterais importantes com o Xi Jinping e Ângela Merkel. Na reunião com o presidente chinês foi assinado um acordo que retirou o embargo à carne brasileira, uma boa notícia para um país com crescentes déficits em Conta Corrente. O Communiqué do encontro em suas 4 páginas de diplomatiquês deixa claro que foi uma reunião sem grandes avanços na coordenação da condução dos assuntos econômicos mundiais. Era esperado que fosse assim, já que pressões geopolíticas se impuseram entre os membros tornando ainda mais difícil encontrar coesão. O texto (que pode ser lido aqui ) mostra que geração de emprego e controle da relação PIB – Dívida Nacional continuam como temas urgentes no combate aos efeitos da crise de 2008. A crescente disputa entre a R

Encontro de Negócios Internacionais em Campinas, 13/11

As oportunidades de negócios internacionais são muitas, mas exigem além de capacidades empreendedoras, conhecimento e network e para ajudar nesse sentido os rotaryanos de Campinas criaram um encontro de negócios, que rapidamente vai se consolidando. Aos internacionalistas em formação ou já formados que vislumbrem no empreendedorismo seus perfil de inserção internacional não podem perder essa oportunidade de criarem parcerias e vivenciarem o mundo real. O evento 16o Encontro de Rotarianos e Negócios ocorre em Campinas dia 13 de novembro das 08h às 12h, inscrições, em: www.rotarianosenegocios.com.br Abaixo o release do evento. COM NOVOS PARCEIROS, ROTARY CLUB PROMOVE O 16º NCONTRO DE NEGÓCIOS PARA AQUECER ECONOMIA EM CAMPINAS E REGIÃO Empresários e executivos de Campinas e região reúnem-se dia 13 de novembro, a partir das 08h00, no Expo Dom Pedro - Centro de Convenções e Eventos, à av. Guilherme Campos, 500, para uma manhã repleta de oportunidades de novos negócios e fecha

Os adesivos por Francisco Seixas da Costa

Já escrevi inumaras vezes aqui que trabalhar com Relações Internacionais é por vezes ter que conviver com gente “imprópria” para o consumo humano, ou seja, presidentes são fotografados dando as mãos a déspotas. No texto que reproduzo abaixo (original aqui ) o ex-embaixador de Portugal no Brasil, o grande diplomata Francisco Seixas da Costa nos conta de maneira leve um desses episódios e ainda nos dá uma boa receita para minimizar os incômodos que fotos podem nos trazer. Os adesivos Por Francisco Seixas da Costa Um dia, no Brasil, ao tempo em que eu era por lá embaixador, uma figura da Justiça aproximou-se de mim, depois de um jantar, e perguntou-me, discretamente, se eu conhecia uma determinada pessoa. O nome não me dizia nada, pelo que devo ter respondido negativamente. "É estranho, porque há uma fotografia dele consigo num processo que lhe foi movido por uma grave acusação e pelo qual ele está em prisão preventiva". Fiquei siderado! Tomei nota do nome do detido e,

Soft Power ou ingerência?

O governo da Venezuela assinou um acordo de cooperação com o Movimento dos Sem Terra, como os dois atores são polêmicos (e polarizadores) é provável que muito se vá escrever e falar sobre essa parceria. É lugar comum dizer que Nye mudou a maneira como analistas de Relações Internacionais olham para a questão do poder e sua fungibilidade no Sistema Internacional (lócus onde interagem os Atores Internacionais como Estados, Organizações Internacionais e grupos de opinião e interesse específico como ambientalistas, por exemplo). Nye mostrou que há maneiras brandas, sedutoras de exercer poder, isto é, de influenciar atores para que tenham o comportamento desejado sem usar fatores coercitivos. Grosso modo, Soft Power tem maiores chances de funcionar quando o proponente da ação possui atratividade cultural, valores políticos claramente discerníveis na sua realidade interna e política externa vista como legitima e moralmente correta. Afinal, isso seria atrativo para outros atores. O ac