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Tragédias naturais, tragédias políticas

As chuvas pesadas do verão austral sempre provocam danos graves no Brasil, perda massiva de vidas e patrimônio. Aliás, uma boa abordagem para os economistas e jornalistas econômicos seria calcular o impacto que as perdas com as chuvas geram no PIB. Mas, de longe o aspecto mais aterrador é a perda de vidas humanas. Ano após ano as cidades brasileiras são pegas despreparadas para prevenir e reagir a tragédias contam quase que exclusivamente com a valentia dos bombeiros. E com o baixo uso de equipamentos tecnológicos, essa valentia é mesmo um grande recurso. Não vou fingir que sou especialista em regaste urbano de emergência, ou que tenho qualificação para debater as falhas estruturais do sistema de prevenção a desastres e as falhas de infra-estrutura que são críticas. Mas, ainda assim, fica claro até para o olhar leigo que está tudo errado, que o sistema falha rotineiramente e que a desculpa padrão é sempre dizer que choveu mais que o esperado, mais concentrado que o esperado .

Feliz Natal

Eu sei que alguns de vocês não são cristãos e outros nem em Deus acreditam, mas a tolerância pressupõe conviver bem com as diferenças e creio que um desejo de alegria, felicidade, paz e bom convívio com a família não pode ser ofensivo a ninguém. Deixo aqui meus votos de FELIZ NATAL. É um período muito especial de alegria e reencontro para as famílias e uma chance de festejar algo profundo e espiritual, além de ser um deleite pra criançada, né? Eu sei que o mundo anda nebuloso – como sempre – com tragédias no Brasil e o que tudo indica um genocídio a caminho no Sudão do Sul, mas ainda assim encontro motivos para celebrar uma festa religiosa, talvez, seja até mais apropriado ainda celebrar a festa que tem como um dos seus motes a boa-vontade entre os homens. Nesse espírito deixo uma linda canção de natal de autoria do grande compositor barroco Georg Friedrich Händel ou como ele mesmo trocou seu nome George Frideric Handel.

Uma imagem de simbolismo aterrador

Havia preparado um texto, mas a imagem diz tudo.

Diários de Política: The elephant in the room

Diários da Política é coluna* de Márcio Coimbra** Enquanto o partido republicano parece estar cada vez mais capturado pela agenda conservadora, o eleitorado manda seu recado. Nesta semana foram dois. A escolha de Chris Christie e a derrota de Cuccinelli. Os moderados foram recompensados com votos enquanto os mais conservadores foram mandados de volta para casa. Isto abriu um debate dentro do partido que tem como foco as eleições presidenciais. O GOP, Grand Old Party, como são reconhecidos os republicanos por aqui, encontram-se em uma profunda crise. Existem pelo menos três grupos dentro do partido: moderados, libertários e conservadores. Os últimos são que tem mais voz hoje dentro da estrutura, especialmente por um motivo: são dos grupos mais conservadores que vem os maiores recursos para o partido. Deste grupo emergiu Cuccinelli, o candidato derrotado na Virgínia. Dentro deste grupo também não há harmonia. Sua mais nova estrela, o senador Ted Cruz, do Texas, está longe de ser uma

O lugar da Ibero - América na Política Externa Brasileira, por Francisco Seixas da Costa

Sou fã confesso do estilo agradável da escrita do diplomata português Francisco Seixa da Costa que no texto que reproduzo abaixo (tal qual o original e autorizado pelo autor) ele aborda o lugar marginal que o espaço Iberoamericano ocupa na Política Externa Brasileira. A questão da chamada identidade “latino-americana” sempre me pareceu um elemento retórico repetido ad nauseaum, mas sem nenhum estofo conceitual que o consubstancie. Talvez seja até questão de pesquisar e escrever um texto meu sobre o tema e abro o espaço a quem quiser se manifestar sobre a questão, contudo não vou mais me alongar nessa que era para ter sido uma breve apresentação ao texto de Francisco Seixas da Costa. Ibero-américa Por Francisco Seixa da Costa A ausência da presidente Dilma Roussef da cimeira/cúpula/cumbre ibero-americana deve ser avaliada com alguma atenção. E, estranhamente, não vi ninguém atentar nisso por cá. O Brasil é um país que nunca viveu muito bem a "cultura" ibero-americana. Po

“Estilo Dilma” apareceu na 68ª Assembléia Geral das Nações Unidas

Os idealizadores da imagem da então candidata Dilma se esforçaram por meses para suavizar a imagem de inflexível e grosseira que havia se formado na Esplanada a partir de relatos (comprovados ou não) de colaboradores próximas da então chefa da Casa Civil. Perdurou, é claro, a imagem de exigente de Dilma, embora numa roupagem menos irascível. E essa imagem encontrou eco no eleitorado brasileiro em desesperada busca por seriedade em seus líderes eleitos. E, hoje, esse lado da presidente Dilma fez sua estréia no cenário internacional. Dilma falou grosso na ONU. Havia grande interesse da imprensa, tanto a nacional quanto a internacional, sobre as palavras de Dilma acerca das denuncias de espionagem feitas por Edward Snowden. Abaixo transcrevo as palavras da presidente sobre o assunto. “Quero trazer à consideração das delegações uma questão à qual atribuo a maior relevância e gravidade. Recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indi

Diários de Política: A vitória (incompleta?) de Merkel

Diários da Política é coluna* de Márcio Coimbra** Foi uma vitória maiúscula para Merkel. A CDU/CSU avançou e massacrou o SPD. O democratas-critãos beiraram os 42%. Os social-democratas chegaram em 25%. A diferença foi grande. Chegou a ser cogitada uma histórica maioria absoluta (mais de 50% do Parlamento), o que seria até possível dentro do intricado sistema político alemão. A CDU/CSU poderia chegar quase lá, com cerca de 301 dos 606 parlamentares do Budestag. Se não for este número, será perto. Mas é uma vitória amarga para a Mutti. Ela perde o controle do Bundestag. Nas últimas eleições ela angariou 33,8% e os parceiros liberais do FDP 14,6%. Foi um número suficiente para que Merkel governasse em coalizão com seus parceiros preferidos, de ideologia política similar. O problema desta vez foi a falta de votos para o FDP que chegou apenas a 4,8% e sequer fará parte do Bundestag. A perda de força dos liberais nas urnas já era esperada, mas apesar de a CDU ter fortalecido sua musculat