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“Estilo Dilma” apareceu na 68ª Assembléia Geral das Nações Unidas

Os idealizadores da imagem da então candidata Dilma se esforçaram por meses para suavizar a imagem de inflexível e grosseira que havia se formado na Esplanada a partir de relatos (comprovados ou não) de colaboradores próximas da então chefa da Casa Civil. Perdurou, é claro, a imagem de exigente de Dilma, embora numa roupagem menos irascível. E essa imagem encontrou eco no eleitorado brasileiro em desesperada busca por seriedade em seus líderes eleitos. E, hoje, esse lado da presidente Dilma fez sua estréia no cenário internacional. Dilma falou grosso na ONU. Havia grande interesse da imprensa, tanto a nacional quanto a internacional, sobre as palavras de Dilma acerca das denuncias de espionagem feitas por Edward Snowden. Abaixo transcrevo as palavras da presidente sobre o assunto. “Quero trazer à consideração das delegações uma questão à qual atribuo a maior relevância e gravidade. Recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indi

Diários de Política: A vitória (incompleta?) de Merkel

Diários da Política é coluna* de Márcio Coimbra** Foi uma vitória maiúscula para Merkel. A CDU/CSU avançou e massacrou o SPD. O democratas-critãos beiraram os 42%. Os social-democratas chegaram em 25%. A diferença foi grande. Chegou a ser cogitada uma histórica maioria absoluta (mais de 50% do Parlamento), o que seria até possível dentro do intricado sistema político alemão. A CDU/CSU poderia chegar quase lá, com cerca de 301 dos 606 parlamentares do Budestag. Se não for este número, será perto. Mas é uma vitória amarga para a Mutti. Ela perde o controle do Bundestag. Nas últimas eleições ela angariou 33,8% e os parceiros liberais do FDP 14,6%. Foi um número suficiente para que Merkel governasse em coalizão com seus parceiros preferidos, de ideologia política similar. O problema desta vez foi a falta de votos para o FDP que chegou apenas a 4,8% e sequer fará parte do Bundestag. A perda de força dos liberais nas urnas já era esperada, mas apesar de a CDU ter fortalecido sua musculat

Chat com o Embaixador do Reino Unido: “soft power, cultura e estudo no Reino Unido” #AskAlex

O Foreign Office, o ministério das relações exteriores do Reino Unido, tem se mostrado a frente de muitas das outras chancelarias do mundo, no que tange a engajamento no mundo virtual. Esse engajamento fica claro na existência de blogs de embaixadores e funcionários da chancelaria de Sua Majestade. É claro, que blogs oficiais devem ser lidos com o devido filtro de “diplomatiquês”, o que meu amigo e diplomata Paulo Roberto de Almeida chama de “Bullshit diplomático”. De todo modo, o simples fato de incentivar o diálogo “ direto e informal ” é um avanço que poderia ser copiado por outras casas que se dizem abertas, mas na prática são herméticas. Nesse sentido o Embaixador do Reino Unido, no Brasil, Alex Ellis, fará um chat com usuários do Facebook, sobre o soft power, cultura e estudo no Reino Unido. Abaixo o convite do evento: “Sabe aquela pergunta sobre o Reino Unido que você sempre quis fazer mas tinha medo de perguntar? Agora é sua chance! O Embaixador do Reino no Brasil, Alex E

Diários de Política: Ficou feio pra Obama

Diários da Política é coluna* de Márcio Coimbra** Ficou feio para Obama. Depois de Putin ser responsável por uma virada política espetacular no caso sírio, o russo apareceu no New York Times com um artigo contundente ensinando os americanos a fazer política externa. A reação aqui em Washington foi de todos os setores políticos, afinal não é todo dia que um dirigente russo empareda o Presidente norte-americano desta forma. Os setores mais moderados taxaram a situação de humilhante. Os conservadores acusam Obama, depois de perder o controle político interno, agora ser incapaz de ditar a política externa. O timing da aparição do artigo no New York Times foi perfeito para Moscou, afinal, na noite anterior Obama tinha vindo a público explicar o caso sírio para os americanos e apresentar as razões de uma possível retaliação a Damasco. O artigo de Putin, na manhã seguinte, fez todos esquecerem que Obama sequer havia estado na televisão. Putin, em seu artigo, fala da Guerra Fria, da imp

Um inquietante relato do 11 de setembro de 1973

Com defeitos e imperfeições a democracia – chamada de liberal, por alguns “revolucionários” – nos salva de ‘Pinochets’ e ‘Castros’. Abaixo um relato dos terríveis acontecimentos daquele 11 de setembro de 1973, que conduziram o Chile a um brutal regime que afogou a liberdade individual e cerceou direitos mais básicos do povo chileno por décadas. Abaixo um interessante relato, que retiro do blog do meu amigo Paulo Roberto de Almeida, não só dos movimentos de tropa e dos ânimos nas primeiras horas golpe, mas do processo de desestabilização do governo Allende, conduzido pelo próprio governo. PS: Era pra ter feito um texto ontem, no aniversário de 40 anos do infame golpe, mas a internet intermitente não permitiu. Chile: 11 de setembro de 1973, o golpe mais sangrento da AL: depoimento de Mauricio David Recebo, de meu amigo Maurício David, este depoimento histórico sobre os acontecimentos trágicos desse dia em que o Chile também entrou em ditadura, uma das mais violentas da América Lati

Diário de Política: O Jeitinho americano de Obama

Diários da Política é coluna* de Márcio Coimbra** Como a situação de Obama anda cada vez pior no Congresso, já se fala aqui em Washington de alternativas para o ataque caso fique claro que haverá veto quanto a decisão de intervir na Síria. A estratégia mais clara no momento está em aproveitar o relativo bom momento que a proposição encontra no Senado. Por lá, tudo indica que Obama pode conseguir passar sua iniciativa. Ali existe uma maioria democrata que pode ser pressionada a apoiar o Presidente. Na mesma Casa também existem falcões do partido republicano que estão lado da Casa Branca nesta questão, como o senador John McCain. O problema de Obama está na Câmara onde a possibilidade de derrota não é só real, mas se ocorresse seria um vexame. A oposição por lá é enorme, tanto entre democratas, quanto republicanos. O Presidente, John Boehner, apóia a intervenção, mas não se moverá para articular votos para aprová-la. A tendência hoje é de uma derrota humilhante. A conta é de 115 a 1

Diários de Política: Vox Populi, população americana não quer a guerra

Diários da Política é coluna* de Márcio Coimbra** Obama partiu para Suécia, onde está agora, e depois para Rússia, onde haverá uma reunião do G20. Em Washington ficaram os assessores e líderes do seu partido envolvidos nas conversas que visam aprovar a intervenção na Síria. O timing da viagem foi péssimo para o Presidente, que precisaria estar por aqui para conduzir as negociações. Mas como escrevi ontem, o segredo do jogo está nos deputados que flertam com a reeleição no próximo ano e para isso, a tendência da opinião pública pode balizar mais seu voto do que a lealdade ao Presidente. Fazendo um paralelo, a derrota de Cameron na Câmara dos Comuns na última semana teve muito mais conexão com a tendência do eleitor britânico do que com as verdadeiras convicções dos conservadores que traíram o gabinete. E nos Estados Unidos as notícias não são boas para Obama. Pouco a pouco as pesquisas mostram uma clara inclinação contrária ao pedido de intervenção. A NBC trouxe números que mostrav