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Íntegra da Resolução da zona de exclusão aérea na Líbia

Abaixo a íntegra (em inglês) da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas 1973 (2011) sobre a Líbia. Que foi aprovado hoje com 10 votos a favor e 5 abstenções. Abstiveram-se Alemanha, Brasil, Rússia, Índia e China (se os BRIC votaram juntos algo para se analisar em seu devido tempo, bem como o fato dos três não permanentes que votaram contra são candidatos a cadeiras com poder de veto em uma eventual reforma do Conselho). Resolução do Conselho de Segurança 1973 (2011) The Security Council, Recalling its resolution 1970 (2011) of 26 February 2011, Deploring the failure of the Libyan authorities to comply with resolution 1970 (2011), Expressing grave concern at the deteriorating situation, the escalation of violence, and the heavy civilian casualties, Reiterating the responsibility of the Libyan authorities to protect the Libyan population and reaffirming that parties to armed conflicts bear the primary responsibility to take all feasible steps to ensure the protec

Estado das Forças Armadas do Brasil, Política Externa. Limites da capacidade brasileira de exercer poder

A inegável sensação de bem estar econômico que temos vivido nos últimos anos, o fascínio da grandiloqüência do ex-presidente Lula e a retórica de poder usada pelo ex-chanceler Amorim criou a noção de que o lugar do Brasil na “mesa dos grandes” está assegurado e mais deve ser exigido por meio de uma política externa ativista. Claro que construir uma análise abrangente sobre a política externa do governo Lula é tarefa extensa e talvez mais apropriada em um artigo acadêmico ou em livros e de fato são muitos que se dedicam a essa análise. Recentemente até a prestigiada Revista Brasileira de Política Internacional dedicou um número especial (em inglês) a esse fim. É fato que o Brasil conseguiu um espaço de destaque em vários dos organismos que originam importantes regimes internacionais. Com destaque nesse sentido as questões comerciais e financeiras (e os G-20 respectivos) e isso nos coloca em posição interessante no cenário internacional. Ou seja, o Estado brasileiro é capaz de influenc

Relações Internacionais no Brasil. Uma sugestão de leitura

O leitor assíduo dessa página sabe que de tempos em tempos eu toco em assuntos teóricos e meta-teóricos. E dessa feita os convido novamente a refletir sobre nossa profissão, melhor sobre a nossa ciência. Nesse sentido vi uma excelente reflexão no número de janeiro-fevereiro do Boletim Meridiano 47. Que toca numa questão que sempre trago aqui que é a tendência de fiar-se demais na versão oficial do Itamaraty. É claro que parte disso decorre da excelente qualidade acadêmica de vários diplomatas e do fato do Ministério possuir na Funag um excelente órgão de propagação da suas teses com publicações de qualidade e de baixo ou nenhum custo. Não canso de recomendar que vocês sejam críticos da versão oficial, pois bem reitero a recomendação e agrego alguns trechos nesse sentido do artigo de Rogério de Souza Farias. Recomendo, também, que leiam a íntegra e o resto da revista. O que pode ser problemático, nesses termos, é a forma pela qual o Itamaraty consegue não só determinada autonom

Algumas palavras. Algumas perguntas

Normalmente minhas inquietações são cientificas, ou seja, são inquietações sobre os métodos de análise, questões teóricas e sobre o próprio objeto de estudo de nossa ciência que são as interações dos vários atores no sistema internacional e a própria conformação desse sistema. Contudo, alguns pensamentos sobre as relações internacionais têm invadido meus pensamentos nos últimos dias, talvez pela saturação de imagens tenebrosas de toda sorte de tragédias, talvez por alguma crise existencial não identificada. Esses pensamentos são sobre a maneira com que devemos nos relacionar com esse objeto de estudo. Eu costumava ser capaz de abordar a esses temas de maneira asséptica, sem me envolver e nem levar em conta os dramas humanos que se encerram por trás de movimentos dos atores internacionais. Por exemplo, é fácil classificar algum movimento militar, como a invasão russa da Geórgia, como uma mera flexão de músculos, sem levar em conta que esse evento sem maiores repercussões no sistema

O que dizer diante da tragédia no Japão?

Namuzo é um bagre (Catfish) melindroso e perigoso que vive embaixo das ilhas do Japão e toda vez que se movimenta causa terremotos. Por isso Namuzo é guardado de perto pelo Deus Xintoísta Kashima que mantém o elusivo peixe quieto com uma grande pedra de granito, mas Kashima por vezes perde a atenção e o peixe se move. Nesse dia 11 de março, mais uma vez Kashima se distraiu. As imagens que nos chegam do Japão são absurdamente assustadoras. Não consigo concatenar muitas palavras para conseguir descrever o horror que provocam. É até lugar comum pensar na pequenez humana comparada com a força bruta do planeta. É inconcebível para alguém como eu, que nunca viveu um terremoto não poder contar a estabilidade daquilo que temos como mais firme que é o próprio chão. A brutal imagem do Tsunami invadido e varrendo a costa daquele país nos dá noção do tamanho do desafio que ainda resta para a engenharia no que tange a criar mecanismos que possam eventualmente dirimir os impactos das nefastas on

O ousado (e temerário?) passo francês

A França hoje se tornou o primeiro país a reconhecer o Conselho Nacional Líbio (conselho que congrega os líderes da revolta Líbia) como o representante oficial daquela nação. E na imprensa se noticia inclusive a intenção de trocar embaixadores em breve. O reconhecimento foi tornado público em declaração conjunta com David Camerom que é o primeiro-ministro britânico. Os últimos meses estão a ser difíceis para a diplomacia francesa os diplomatas profissionais, ou seja, aqueles oriundos dos quadros do Ministério das Relações Exteriores da França (conhecido como Quai d’Orsay ) não escondem seu descontentamento com ao papel secundário dado ao ministério na formulação da política externa daquele país. De fato os descontentes chegaram a lançar um manifesto bastante crítico aos rumos franceses, esse grupo que se denominou “Grupo de Marly”. Dias depois do lançamento desse embaraçoso manifesto publico eclodiu o escândalo que fez com que a ministra das relações exteriores Michèle Alliot-Mar

Post Especial: How a Libyan No-fly Zone Could Backfire

Mais uma boa análise estratégica de George Friedman sobre a situação na Líbia e os problemas estratégicos de qualquer atuação no teatro de operações líbio. Muitos analistas tem gasto muita energia em considerações que deixam de lado o lado operacional de qualquer operação naquela região do mundo. O texto abaixo apresenta elementos para resolver o quebra cabeça das coisas internacionais. How a Libyan No-fly Zone Could Backfire By George Friedman Calls are growing for a no-fly zone over Libya, but a power or coalition of powers willing to enforce one remains elusive. In evaluating such calls, it is useful to remember that in war, Murphy’s Law always lurks. What can go wrong will go wrong, in Libya as in Iraq or Afghanistan. Complications to Airstrikes It has been pointed out that a no-fly zone is not an antiseptic act. In order to protect the aircraft enforcing the no-fly zone, one must begin by suppressing enemy air defenses. This in turn poses an intelligence problem. Precisely wha