Essa semana proponho uma pausa nos assuntos das relações internacionais para oferecer um pouco de poesia, não temam, contudo, não serão poesias de minha lavra e sim do grande Fernando Pessoa , esse poeta que fez da língua sua pátria. Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.