Começo por deixar claro algumas coisas antes que reclamem. Trabalhei com projetos de energias alternativas (Biodiesel, para ser específico) e percebi na prática que ainda falta muito para que esse combustível seja economicamente viável, ou seja, é um setor que depende de incentivos fiscais governamentais, ainda mais por que é difícil empreender em um ramo dominado por uma gigante com sérias tendências monopolísticas como a Petrobras, que conta além de poder econômico com poder ideológico, por assim dizer. Então vejo uma tendência de concentração nesse campo muito maior que a concentração no complexo da cana-de-açúcar, que ainda permite que produtores relativamente menores participem se integrando a cooperativas maiores ou fornecendo para grupos grandes.
O petróleo está na agenda do dia, desde que se descobriu petróleo em águas profundas na agora famosa camada pré-sal e se tornou ainda mais urgente com a conjunção de campanha eleitoral (onde partido X, acusa partido y de querer vender a Petrobras) com a dramática evidencia do perigo da exploração em águas profundas que vem do golfo do México. A essa conjuntura se soma questões relativas a capitalização da estatal de energia que resultaram no fato de que os papeis da empresa tiveram o segundo pior desempenho dentre todas as gigantes do setor só ganhando da BP.
Nacionalistas (de direita e de esquerda é bom que fique claro) não suportam críticas a Petrobras. Agem como se quem diz isso tivesse queimando uma bandeira nacional, em pleno 7 de setembro, no museu do Ipiranga, ou algo assim. O presidente Lula trata críticas a exploração de amado pré-sal (presente de Deus para ele deixou escapar certa vez com sua peculiar oratória, que sem dúvidas é muito querida pelo Brasil afora) com a mesma virulência, como ficou claro com suas declarações: “Isso significa que eles não conhecem a Petrobras”.
Nesse sentido trago um debate que apresenta algumas questões sobre o tema de maneira incipiente é verdade, mas não deixa de ser um vídeo interessante, sobre essa questão de verdadeira relevância para o Brasil.
Comentários