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Mostrando postagens com o rótulo Honduras

O dom da Prudência, ou Honduras, imprensa e negociações

O assunto tem monopolizado as linhas que tracejo para esse blog, mas creio que não há nada mais interessante na política interamericana no momento que acompanhar os acontecimentos em Honduras, seus desdobramentos e suas cobertura, que alias abaliza minha idéia de uma nova esperança quando do trato de temas internacionais por jornais, que foi aberto pelo fim do monopólio do diploma de jornalista. Desde o primeiro momento que tratei do tema aqui sugeri aos meus colegas analistas e a vocês leitores que exercessem o saudável dom da prudência, ao avaliar o assunto, que é denso, com vários níveis e é tratado muito primariamente, mesmo por jornalistas experimentados de grandes jornais, isso sem levar em conta a auto-proclamada mídia independente e/ou alternativa. Pior que isso é a pouquíssima prudência daqueles que deveriam se guiar por ela, os líderes regionais e os formuladores de política externa da região. Que tem contribuído para tencionar uma situação em nome de um princípio, em nome da

Honduras, só para variar

Começam as conversações sob os auspícios e bons ofícios do governo costa-riquenho. E uma excelente chance de superar essa crise, desde que as falácias e bravatas sejam deixadas fora da sala de negociação. Não estou, contudo, com expectativas muito positivas creio que a crise se manterá, até que as novas eleições tomem lugar, se não na data prevista, que seja antecipada. E restaurada a normalidade e o convívio de Honduras na comunidade interamericana. O pior cenário é essa reunião ser usada por Zelaya, como plataforma para insuflar a resistência em seu país, que leva a violência, e põem verdadeiramente em risco as instituições e as liberdades democráticas, já que muitos elementos mais radicais ganham força em situações extremas. Creio que o papel de um estadista mesmo deposto é cumprir com seu dever maior intrínseco e inerente de proteger a integridade de seu território e seu povo. Portanto, o próprio presidente deposto deve repelir veementemente qualquer bravata de intervenção militar.

Análise das relações internacionais contemporâneas: uma amostra das dificuldades

Esse texto é escrito a luz dos acontecimentos dos últimos dias (que dominaram esse blog) e não ambiciona ser um texto didático, não se pretende a ensinar como fazer análises internacionais, mas sim mostrar as dificuldades inerentes, que muito já falei e sobre a postura do analista, sem pretender, também, dar aulas de ética ou de conduta, são apenas apontamentos que pessoalmente sigo. Feita essa introdução, temos assistido de camarote o que quase todas as teorias das relações internacionais formulam sobre como é a natureza do jogo político internacional como todas as ideologias e justificativas são apenas coberturas que visam disfarçar o real objetivo da política que é sempre ligado a aumentar ou manter os níveis de poder e sua distribuição no sistema internacional. (mesmo sabendo dos múltiplos atores que compõe o sistema, não há como não ter o Estado em mente) Assim quase como um realista clássico admito que o poder e a luta pelo poder seja central, ao menos em algumas instancia. Por q

Ainda sobre Honduras

(Mais um momento ombudsman) Meus leitores, não sou um analista que trai suas visões para procurar aumentar o numero de leitores ou ser aceito, ou por temer críticas ou repercussões, aqui, quem chega encontra análises feitas com honestidade intelectual, além de ensaios sobre teoria das relações internacionais e os conceitos que emprego. E métodos de análise, reflexões de toda sorte, que ajudam o leitor a identificar a axiologia da minha cosmo-visão. No caso hondurenho tenho visto que minha opinião é bastante distinta a da mídia, embora eu considere um golpe algo inadmissível, contudo, é a certeza de que houve um golpe é o que não tenho. Há certeza que tenho nesse caso é que o presidente deposto criou e forçou uma situação bastante insustentável, ao insistir com uma medida declarada ilegal, pela procuradoria de Honduras, pela Corte Constitucional daquele país e pelo parlamento e ai incluso membros do partido do presidente deposto. A OEA disse que a medida foi incompatível com a cláusula

Lógica, temos que respeitá-la. Ainda sobre Honduras

A situação hondurenha continua complicada, não há clareza, há uma aparente tranqüilidade institucional, mas ainda estamos sob impacto dos eventos, da brusca retirada do poder do presidente eleito de Honduras. Alguns protestos, mas longe de uma inquietação social. Mas, como disse em minha ultima postagem temos que ter muita calma nessa hora, há uma natural propensão de ler a situação de maneira maniqueísta, estando de um lado às forças do bem, noutro as forças do mal. Isso é além de reducionismo infantil é perigoso por que lança uma cortina de fumaça sobre um assunto complexo. A grande imprensa tem erroneamente interpretado que a reprovação geral do golpe por todos os líderes das Américas, com uma unanimidade acerca do assunto, por que devemos lembrar que o clamor pela restituição da ordem constitucional, não quer necessariamente dizer que o deposto deva ser reconduzido ao cargo, já que devemos lembrar a retirada do presidente foi autorizada, a partir do descumprimento de uma ordem judi

Golpe militar em Honduras? Para variar, muita calma nessa hora

Tempos atrás produzi um texto que se chamava futuro do pretérito, uma imagem que gosto de usar ao falar que a política na América Latina parece se manter num eterno loop. E o golpe militar que se deu hoje em Tegucigalpa que fez com que o presidente hondurenho fosse recebido como “convidado” pelo governo costarriquenho. A que tudo indica uma crise institucional havia se estabelecido desde que a Corte Suprema de Honduras e o Parlamento declararam ilegal a reforma constitucional via consulta popular, em que o presidente atual pretendia incluir a re-eleição, no corpo da Carta Magna desse país. Como todos sabemos Honduras integra o grupo de países da tal Alternativa Bolivariana, logo não me parece estranho que o governo hondurenho tenha escolhido o mesmo caminho que os demais países da corrente, que é impor a tese de que o legitimado pelas urnas, tem precedente sobre o que é legal. O que é meus leitores uma descarada afronta ao Estado de Direito e aos valores democráticos, por que entre vár