Não pretendia escrever sobre o casamento dos agora Duque e Duquesa de Cambridge, o assunto não me desperta grande interesse e me parece ser tema mais apropriado para colunistas sociais do que para observadores políticos. Contudo, não há como negar há muito de política em seus rituais.
Há muito o Império Britânico ‘pereceu’ e hoje já não ostenta o poder de outrora, embora permaneça como ator importante tanto por seu peso econômico (abalado, é verdade, pela crise no sistema financeiro) e por seu peso político tanto na União Européia, como na OTAN e na própria ONU. Isso sem falar do peso geopolítico a la Mackinder, que admito é controverso ainda mais com a mudança do eixo econômico para o Pacifico.
Ainda que eu seja um republicano convicto admito que muito da estabilidade britânica durante o difícil período de ajuste a perda de um império se deveu a presença sóbria da Rainha. Claro, que ajuda muito o fato dela não se desgastar com as batalhas políticas nacionais, como orçamentos, por exemplo.
O casamento atraiu a atenção da mídia, que como observa o crítico Mauricio Stycer foi um “um festival internacional de gafes, abobrinhas e besteiras”, por sinal a superexposição das festividades é responsável por grande parte da minha má-vontade com o tema.
Contudo, ao ler a quantidade de tragédias em andamento no mundo (naturais, guerras, etc) percebi um lado positivo na futilidade de acompanhar ao vivo o casamento do príncipe inglês, que é o alívio de que pelo menos algumas vezes os eventos que acompanhamos ao vivo não são desgraças, mortes e coisas do gênero.
Ainda assim, meus caros, não tenho em minha natureza a análise de casamentos, mesmo que o protocolo e o cerimonial me interessem (já trabalhei com cerimonial público em algumas ocasiões) não nasci para comentar vestidos de noivas e chapéus da nobreza e da elite. Portanto reitero o convite que fiz na Fan Page desse blog no Facebook e em nosso Twitter e convido você leitor e leitora a enviar seu texto sobre o tema, qualquer que seja a abordagem.
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