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STRATFOR: The End of Consensus Politics in China

Há um elemento de coesão entre os BRICS que se bem resolvido pelos membros seria uma contribuição sem igual para elevar a qualidade de vida de quase metade da humanidade, a corrupção. Mas, troca de experiências no combate a esse mal endêmico nesse ajuntamento de países não é o que se chama de agenda positiva, não será mais que um parágrafo em um discurso ou nos communiqué das reuniões de cúpulas. E caso o tema seja tratado multilateralmente será em eventos e reuniões dos órgãos responsáveis, atividade enriquecedora para os participantes, mas não colocará o tema na agenda do dia real, será como sempre ferramenta retórica. O texto abaixo é uma análise do Stratfor que fala da campanha de combate a corrupção empreendida pela nova liderança chinesa, que pode está indo além do tradicional uso do combate a corrupção como cortina de fumaça para eventuais expurgos políticos. No cerne está a luta para a manutenção do poder político nas mãos do Partido Comunista. A leitura é mais que recome

Santander e Administração Federal, por Mansueto Almeida

Não gosto de escrever sobre temas eleitorais e de campanha, mas essa questão do Santander interfere com todos os que se dedicam a consultoria externa e com a liberdade profissional de escrever o que se concluiu a partir da pesquisa. Mas, o pior mesmo foi a tentativa de transformar uma política que vendem como de Estado em política de governo, para fins eleitorais. Colegas analistas de Relações Internacionais, sobretudo, os mais jovens têm grandes dificuldades de entender quando eu falo que detesto escrever durante o período eleitoral. Acho, para o espanto deles, o processo todo no Brasil uma chatice e cheia de melindres legais, além de atrair os bots das campanhas virutuais e os militantes. Como diria o famoso meme: “ I ain’t got time fo dat ”. Nesse momento surgem as tentativas de guilty trip, como se eu não me informasse durante todo o tempo sobre desempenho de candidatos, mas principalmente sobre a atuação deles no governo, acompanho deputados e senadores, enfim não sou “politiza

“Nunca antes na Diplomacia”. Sugestão de leitura.

“Nunca Antes na Diplomacia...: A política externa brasileira em tempos não convencionais” é o novo livro do diplomata e profícuo escritor (e amigo desse blog e desse blogueiro) Paulo Roberto de Almeida. Qualquer apresentação que eu faça a obra não será tão eloquente quanto a do Embaixador Rubens Barbosa que transcrevo abaixo. Prefácio Embaixador Rubens Antônio Barbosa “Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos... Toda? Não! Uma pequena aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste bravamente ao invasor. E a vida não é nada fácil para as guarnições de legionários romanos...”. Assim começa cada nova aventura dos dois heróis daquela pequena aldeia, Asterix e Obelix: ajudados por uma poção mágica (apenas o baixinho Asterix, já que o gordo Obelix caiu num caldeirão da poção quando bebê), ajudam a recuperar um pouco do orgulho abatido dos gauleses, depois da derrota frente aos legionários de Júlio César. Paulo Roberto de Almeida nã

Uma análise crítica sobre a prisão dos ativistas do Greenpeace e o Direito dos mares, por Guilherme Carvalho

Abrindo espaço novamente para Guilherme Carvalho, que aborda a questão das correntes de opinião transnacionais e seu natural confronto com as soberanias estabelecidas, que em conjunto criam os diplomas legais, além de deterem o monopólio do uso da força, embora o noticiário nos mostre que grupos transnacionais podem desafiar Estados mais débeis na questão militar. O artigo aborda a prisão de ativistas do Greenpeace, na Rússia, a luz da legislação internacional. Assunto de grande interesse econômico para o Brasil cada vez mais investindo em peso em prospecção de petróleo no mar territorial ou na Zona Econômica Exclusiva. Uma análise crítica so bre a prisão dos ativistas do Greenpeace e o Direito dos mares Por Guilherme Carvalho* Ao iniciar essa análise, é importante salientar que a questão da soberania é um senso comum dentro do estudo das Relações Internacionais, além, claro um outro pilar da mesma, é a razão de Estado que para alguns dos analistas mais realistas, são os grand

Mais uma impostura diplomática?

Escrevi domingo um texto sobre o que eu considero ser uma impostura uma humilhação imposta ao Itamaraty, embora não descarte que alguns diplomatas por carreirismo ou por empolgação ideológica apóiem ou não vejam maiores constrangimentos na presença do Castro II, monarca socialista como hóspede na Granja do Torto, mas não é o único sinal de enfraquecimento da diplomacia na condução dos assuntos externos. Paulo Roberto de Almeida, que é diplomata, mas também um pensador livre (e isso tem um grande preço, não duvidem) já havia notado o sumiço da Ucrânia até das Notas Oficiais do Itamaraty, nem as famosas notas instando os lados a cooperarem na solução pacífica. Esse silêncio não combina com a altivez tão cantada em verso e prosa pelos áulicos governamentais e que encontra eco nos acadêmicos e nos jovens estudantes de Relações Internacionais. E dá margem para que se especule que não se fala no assunto para não irritar o parceiro de BRICS, como diria o mais afeito às troças no estilo

Raul Castro na Granja do Torto: Um Itamaraty humilhado?

A diplomacia brasileira sempre gozou de muito prestígio, aliás, com chanceleres de carreira, ou seja, sem respaldo de votos e partidos é importante que tenha prestígio para se fazerem ouvir na esplanada, assim é o sistema brasileiro, precisamos ter em mente. Patriota caiu por que nunca soube controlar a máquina e principalmente nunca conseguiu gozar de prestigio palaciano, há relatos – sem confirmação oficial – de que era ademoestado, em público, com a veemência ( grosseria ) habitual da presidente. Um desprestigio pessoal que também pesava sobre a pasta. Aliás, foi o caso do senador boliviano confinado a nossa embaixada em La Paz, que deu cabo a um processo nunca antes vistos no MRE, uma comissão de sindicância, presidida por pessoa alheia ao Serviço Exterior Brasileiro, não recordo nem no período de truculência militar um processo semelhante. O Itamaraty enfrentou, também, processos grevistas inéditos – e a meu ver justos – na luta contra o anacrônico assédio moral e por melho

Cúpula dos BRICS IV: O comércio em moeda local, por Paulo Roberto de Almeida

Um aspecto da retórica que emanou da cúpula dos BRICS recém terminada foi a eterna discussão de comércio bilateral em moeda local, sempre defendida para acabar com hegemonia do dólar, ou como dizem os entusiastas desse arranjo financeiro, para acabar com a hegemonia comercial estadunidense (minha aversão a esse termo é melhor explicada aqui ). Quase sempre os entusiastas dessa solução deixam de lado ou subestimam a questão da liquidez e do processamento dessas operações de comércio exterior, que é um sistema bem azeitado e construído pela necessidade prática dos países e dos exportadores. Paulo Roberto de Almeida que é diplomata e alguém que me arrogo (com alguma vaidade) chamar de amigo manifestou sua visão, sempre embasada pelos anos de leitura sistemática e pela produção acadêmica profícua algumas inconsistências nessa visão, mais ideológica que prática. Abaixo um texto veemente e com pitadas de humor tão peculiares ao professor. Contra a hegemonia do dolar: uso de moedas nac