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Venezuela, Brasil e Unasul

Os observadores da Política Externa Brasileira costumam apontar para realidade que para alguns é incomoda de que o Itaramaty perdeu espaço na formulação de política externa para questões sul-americanas, que estariam sob atenção direta do Palácio do Planalto, mais precisamente sob coordenação de Marco Aurélio Garcia. E isso se faz sentir no modo como o Brasil atua nesse continente. A Venezuela cresceu em importância econômica para o Brasil desde o governo Lula, investimentos brasileiros fluíram para o país de Bolívar, mas o modo errático de administração econômica dos bolivarianos exige dos exportadores brasileiros doses cavalares de paciência e de navegar os tortuosos caminhos palacianos para conseguirem liberar seus pagamentos. Não é difícil imaginar que um procedimento pouco ortodoxo como esse esteja aberto a arbitrariedades e as famosas “vendas de soluções”. Mas, quem faz negócios com a Venezuela e for diligente já estava sabendo que interagiria num sistema altamente personalista

A crise ucraniana: alguns elementos para a reflexão

Nas ultimas semana, foram produzidos milhares de Terabytes de informação sobre a Ucrânia, Rússia, Otan, EUA e China. Essa enxurrada de informações enriquece as análises, mas também cria um desafio tremendo que, aliás, é o desafio dos dias atuais, filtrar informação para que essa enxurrada absurda possa fazer algum sentido. Nesse blog tenho transcrito análises e opiniões de diversas fontes num exercício aberto de reflexão tentando chegar a algumas conclusões. Hoje o Stratfor num esforço de promoção de seus serviços, nesse caso do seu serviço de análise do “Efeito Borboleta” da crise, isto é, como as ondas de choque das mudanças provocadas pela crise afetam países e indústrias que ao primeiro olhar estão imunes. Nesse sentido eles propõem quatro perguntas, que acho pertinentes para ter em mente quando formos refletir sobre a crise ucraniana. How the political crisis in this erstwhile Western ally could impact business investments in natural gas lines or ownership of mining comp

Oportunidade: Evento Católica Mercosul, Brasília 14 – 16 de maio

  O curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília – RiUCB organiza um super-evento intitulado “Católica Mercosul”, entre 14 e 16 de maio, em Brasília, para você que participa de projetos de iniciação científica ter a oportunidade de apresentar seus resultados a seus pares, parte crucial do processo cientifico, é claro. E como diriam os vendedores da Polishop, não é só isso, você também pode ser publicado, nos EUA, pela Editora GlobalSouth Press . Mas, rápido por que as inscrições vão até 6 de abril. E, se você não pode viajar por que ta apertado com provas, estágio, namoro, filhos pequenos, etc. você pode apresentar seu trabalho virtualmente. Ah! e não achem que é um evento só para quem está pesquisando, mas pra você que quer aprender mais e cumprir carga horária de palestras. O I Congresso de Iniciação Científica em Relações Internacionais das Universidades Católicas do Mercosul e Convidados – o Católica Mercosur, que acontecerá nos dias 14, 15 e 16 de Ma

Profissão internacionalista: Um relato da vida real

Uma pergunta está presente sempre que recebo um e-mail perguntando sobre o curso e a carreira em Relações Internacionais ou quando falo a secundaristas sobre o assunto é a famosa “Quem faz RI viaja muito, né?”. A minha resposta é sempre um enigmático – e por vezes, decepcionante – depende. Isso porque há vários tipos de inserção profissional possível e alguns de nós temos uma maior necessidade de rotina e dificuldades de sair da base. Bom, está claro que estou nesse grupo, talvez seja meus 1,91m que tornem toda a experiência de voar constantemente um tanto desconfortável, até mesmo dolorida e a insônia torna dormir em diversos fusos e camas de hotel um desafio hercúleo, não me levem a mal, adoro fazer turismo, mas viajar a trabalho é pegado. Mas, como reconheço que minha habitual verve ranzinza pode atrapalhar a análise da questão trago o depoimento da minha querida amiga, colega de universidade e linda chefe, Carolina Valente* que além de empreendedora dedicada na sua empresa a

Diários de Política: Chris Christie entre os Conservadores

Diários da Política é coluna* de Márcio Coimbra** A conferência anual dos conservadores começou. A importância deste encontro é enorme, pois reúne uma importante ala dos republicanos, com cada vez mais peso na estrutura do partido. Para entender melhor a situação é preciso compreender que a maior parte do financiamento de campanha vem de organizações ligadas aos valores conservadores. Para ficar claro: uma plataforma pró-livre comércio arrecada muito menos fundos do que a declarações contra o aborto. O pré-candidato republicano mais bem posicionado nas pesquisas, Chris Christie, não foi convidado para aparecer por aqui ano passado. A justificativa era simples. Por ser moderado, o Governador de New Jersey não era conservador o suficiente para fazer parte da conferência. Neste ano, os conservadores abriram espaço para Christie, ao lado de estrelas desta esfera política, como Ted Cruz e Rick Santorum. Chris Christie não decepcionou e abraçou a oportunidade com um discurso mobilizador

As novas fronteiras da Rússia, por Francisco Seixas da Costa

O grande tema do momento é a crise ucraniana e o novo fôlego que o velho urso russo parece demonstrar, é claro, que esse renascer russo já vinha sendo ensaiado há um bom tempo, mas agora é uma realidade que precisa ser compreendida e levada em conta por qualquer analista de Relações Internacionais. Hoje, trago mais um elemento de reflexão acerca da ação russa é um texto que tem uma década de idade , mas que é não só atual, como traça cenários de maneira serena, o que é muito bem vindo nesse momento em que verdadeiros delírios conspiratórios são aceitos como análises sérias. O autor é o diplomata português e habitué desse blog, Francisco Seixas da Costa, transcrevo no português lusitano tal qual o original que se pode ler aqui . As novas fronteiras da Rússia por Francisco Seixas da Costa As mudanças políticas que ocorreram na Geórgia no final de 2003 vieram chamar, uma vez mais, a atenção para um mundo muito vasto, constituído pelos Estados que resultaram do desmantelamento da

Stratfor: Ukraine and the 'Little Cold War' por George Friedman

" Ukraine and the 'Little Cold War' is republished with permission of Stratfor." Editor's Note: In place of George Friedman's regular Geopolitical Weekly, this column is derived from two chapters of Friedman's 2009 book, The Next 100 Years . We are running this abstract of the chapters that focused on Eastern Europe and Russia because the forecast -- written in 2008 -- is prescient in its anticipation of events unfolding today in Russia, Ukraine and Crimea. We must consider the future of Eurasia after the fall of the Soviet Union. Since 1991, the region has fragmented and decayed. The successor state to the Soviet Union, Russia, is emerging from this period with renewed self-confidence. Yet Russia is also in an untenable geopolitical position . Unless Russia exerts itself to create a sphere of influence, the Russian Federation could itself fragment. For most of the second half of the 20th century, the Soviet Union controlled Eurasia -- from cent