Em minha rotina de leitura de jornais e das redes sociais me deparei com um texto desses que quando você termina de ler, você se sente mal e com sérias dúvidas se as coisas evoluirão na humanidade. Falo da crônica de João Pereira Coutinho sobre o filme 12 anos de escravidão.
O tráfico seres humanos e escravidão moderna são problemas graves e que afrontam a dignidade coletiva da humanidade, tanto que há séculos existe um movimento continuo que nasce no movimento abolicionista e persiste até hoje no combate a escravidão.
João Pereira mostra em seu artigo que a causa abolicionista e anti-escravista acaba sendo vítima das divisões e paixões ideológicas que em parte resultam na percepção que Direitos Humanos seria uma causa eminentemente de esquerda, o que é claro é em si uma mistificação ideológica.
Não é que o tema seja ausente do debate internacional, afinal, existem diversas convenções tratando da questão, em especial, no combate ao tráfico internacional de mulheres com vistas a prostituição.
No artigo João Pereira nos informa acerca do Global Slavery Index produzido pela Walk Free Foundation. Ao navegar pelo Index conseguimos os seguintes números de escravos estimados, por país:
Existem em torno de 14.000.000 de escravos na Índia, 220.000 no Brasil, 540.000 na Rússia, 3.100.000 na China e 47.000 na África do Sul. O que significa que os BRICS possuem um total, estimado, de 17.907.000 de escravos, ou aproximadamente 60% dos escravos do planeta.
E o que é um escravo moderno no contexto desse índice?
Slavery is the possession and control of a person in such a way as to significantly deprive that person of his or her individual liberty, with the intent of exploiting that person through their use, management, profit, transfer or disposal. Usually this exercise will be achieved through means such as violence or threats of violence, deception and/or coercion.
Essa definição não é a encontrada nos tratados, mas parece capturar com exatidão essa prática, que ainda viceja no mundo dito moderno.
Essa não é uma questão de direita ou de esquerda ou de qualquer outra divisão política, essa é uma questão humana e talvez não seja a temática que os líderes procuram para dar unidade ao grupo, mas espero que num desses grupos de trabalho exista um que possa contribuir para a troca de experiências no combate a escravidão que leve a uma acelerada queda nesses números indecorosos, mas pode ser que eu esteja a esperar demais.
_________________
Votem COISAS INTERNACIONAIS na segunda fase do TOPBLOGS 2013/2014
Comentários