O quarto texto da série “Trabalhar com Relações Internacionais” versa sobre uma opção de carreira que é muito ambicionado pelos que querem cursar RI e claro pelos graduandos e recém-graduados da área que é a oportunidade de trabalhar nas Nações Unidas.
A nossa autora convidada desta feita, a brilhante Vanessa Láuar, nos mostra de maneira didática os processos seletivos e como ela conseguiu esse emprego dos sonhos para muitos. Além disso, ela dissipa as crenças infundadas como “emprego na ONU só com indicação”.
Esse quarto texto nos mostra uma tendência clara e importante no mercado de trabalho, o valor da ética de trabalho, do compromisso. Sem mais delongas vamos ao texto que sei será muito útil a todos vocês.
O Trabalho nas Nações Unidas
Por Vanessa Láuar*
Nota explicativa: Há meses atrás o Mário (veterano querido e nobre dono deste blog)** havia me pedido um texto sobre o trabalho na ONU, especificamente no PNUD que é onde eu trabalho. Segundo ele, vários dos estudantes de RRII o procuram para conseguir essas informações. Por isso, eu o pedi que me enviasse as perguntas mais comuns para que eu pudesse fazer um texto mais direcionado aos leitores, conforme segue abaixo.
Desde que eu escolhi as Relações Internacionais como curso acadêmico (comecei em 2004 e conclui em 2008), sempre almejei um dia trabalhar nas Nações Unidas. Não foi fácil realizar o meu “sonho”, foram inúmeras entrevistas sem sucesso para finalmente receber um e-mail dizendo: “Prezado candidato, é com prazer que informamos que você foi selecionado para vaga supracitada...”.
E como eu consegui? Todas as vagas disponíveis no PNUD estão cadastradas no site www.pnud.org.br (Aba esquerda em Recrutamento), e, sabendo disso, eu o checava sempre para saber se havia alguma oportunidade condizente com a minha experiência profissional. E sempre aplicava para aquelas vagas em que eu me adequava. As outras agências também divulgam suas vagas em seus sites, para facilitar, os links seguem no final deste texto.
DICA: É importante ler atenciosamente o ToR (Termo de Referência, onde se encontram todas as especificações da vaga), para ver se o seu perfil se adéqua ao perfil solicitado, ou seja, se o ToR pede 3 anos de experiência e graduação concluída, e você tem 1 ano de experiência e ainda não é graduado, é muito difícil que passe pela primeira fase de seleção, a análise curricular. Se o seu perfil for compatível com a vaga, não se esqueça de preencher o Personal History Form (P11), disponível no site do PNUD, um currículo bem detalhado obrigatório para todos os postulantes. O não envio do P11 implica na desclassificação do candidato.
É importante esclarecer que, no Sistema ONU, as contratações não são feitas com base nas normas brasileiras (CLT), a carteira de trabalho não assinada, ou seja, não há 13º salário, 1/3 de férias ou FGTS. Temos vários tipos de contratos e cada um com sua peculiaridade, por exemplo:
Individual Contract (IC) – Geralmente usado para contratar consultorias. Baseia-se num contrato por tempo determinado e com objeto bem definido. Não há nenhum tipo de benefício ligado a este contrato.
Service Contract (SC) – Usado para contratar equipe de projeto. Também tem um tempo determinado, porém, o contratado tem o reembolso do pagamento de INSS e direito ao Plano de Saúde das NU.
Por fim, com um ano mais ou menos no PNUD, posso dizer que é uma experiência muito interessante e bem diferente de tudo o que eu já fiz! Mesmo trabalhando na área administrativa (agendamento de reuniões, preparação de correspondências, atas de reuniões, prestação de contas, arquivo, etc.), sempre tenho contato com os mais variados assuntos relacionados à atuação do PNUD. É uma experiência que tem valido muito a pena na minha vida profissional.
As vagas disponíveis no sistema ONU podem ser acessadas em: http://www.onu.org.br/tema/vagas/ ou então em cada agência/escritório individualmente:
UNICEF: Quem somos/Oportunidade de Trabalho
ONUMulheres: (informações em notícias)
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*Pós-graduanda em Gestão de Projetos, graduada em Relações Relacionais, pela Universidade Católica de Brasília. Já foi professora de inglês, estagiária no Banco do Brasil e na Representação Brasileira do Parlamento do Mercosul; Assistente de Comércio Exterior, na Esag Assessoria; atualmente Assistente de Projetos no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
**NOTA DO BLOG: Tachado no original e não por um súbito ataque de modéstia desse autor. Sou forçado a dizer que morro de orgulho desses meus calouros.
Comentários
Uma das minhas dúvidas é a respeito das modalidades de contrato, pois, recentemente, vi uma notícia informando que a RF estava 'fechando o cerco' nos contratos trabalhistas diferentes dos regidos pela CLT, incluindo das grandes petrolíferas e entidades internacionais.